segunda-feira, 19 de abril de 2010

The Candidate + Bakjwi

The Candidate:


Desde muito jovem (mesmo!) que me interesso pela política, mas também desde jovem que me apercebi que o que estraga a política são os partidos. Tornam os ideais em números e quando isso acontece a vontade de mudar as coisas acaba sempre por se esbater.

Prova disso é este filme já antigo (1972) em que o Robert Redford é seleccionado como "carne para canhão" por um partido que está condenado a perder as eleições e que é rápida e completamente absorvido pela máquina política que nem ele, nem na verdade ninguém, consegue controlar. As suas ideias iniciais vão-se perdendo e, no final, o próprio candidato se pergunta "What do we do now?"

Apesar do tema, o filme é um bocado datado e não me conseguiu interessar lá muito. O Robert Redford podia ser alto ícone sexual na altura (ainda hoje é o crush da minha mãe) mas as suas interpretações na verdade nunca esteve ao nível do seu sex appeal. O restante cast é tão pouco marcante que não me recordo de ninguém e o próprio argumento pega no tal tema que me interessa imenso mas explora-o de uma forma muito estranha, se bem que talvez propositada...tal como o candidado Bill Mckay somos atirados para a corrida eleitoral sem qualquer preparação.

Fico contente por o poder tirar da minha lista de filmes clássicos a ver, mas para além dessa razão não há muitos mais motivos pelos quais o possa recomendar 38 anos depois da estreia. Talvez quando saiu se percebesse melhor porque é que ganhou o Óscar de melhor argumento original.



Bakjwi:


Já apelidado de Twilight sul-coreano, este Bakjwi, Thirst no título inglês, é muito mais pesado que os vampiros mais panhonhas da história do cinema.

Em comum com a saga criada por Stephenie Meyer só mesmo o facto de ter vampiros e uma história de amor. Mas tudo o resto é diferente...mesmo a própria história de amor, que tem muito (e bom) sexo e que na verdade é mais uma obsessão e que - como tudo o resto no filme - é verdadeiramente doentia.

É que (quem é mais atento já sabe isto) esta história de um padre vampiro (Kang-ho Song, com um cabelo à Fernando Alvim) é-nos trazida pelo mais famoso realizador sul-coreano: Chan-wook Park, o mesmo do excelente Oldboy e do igualmente bom mas menos marcante (para mim) Sympathy for Mr. Vengeance...dois filmes que, digamos, não se tornaram famosos pelos seus arco-irís e unicórnios sorridentes. Aqui, o filme não é tão violento, mas dos três é - de longe! - o que me deixou mais enjoado.

E quando digo enjoado é mesmo enjoado. Já há muito que não saía assim de um filme e só o realizador vos poderia dizer se isso é bom ou mau, por isso vão ao Google Translate, metam isto em coreano e mandem-lhe um e-mail. Agora a sério...o filme nem sequer tem violência em demasia, mas as quantidades de sangue são tais que eu passei a achar que se calhar era mais sensível do que anteriormente pensava ser. Digamos que fiquei a perceber porque é que foi, provavelmente, o filme mais aplaudido da edição 2010 do Fantasporto.

Este aspecto, aliado ao facto do filme ser muito (demasiado) longo, faz com que tenha de alertar os meus queridos leitores. Vão vê-lo apenas se quiserem mesmo, este não é um filme para se ir ver quando se está numa de cinema pipoca. É um bom filme, está excelentemente realizado (o senhor Chan-wook tem jeito, coitadinho) mas ainda assim está longe do excelente Låt den rätte komma in, com o qual tem sido frequentemente comparado.

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