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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Gurehtto Rabitto (The Great Rabbit)

Gurehto Rabitto:


Tendo em conta o estilo de animação de Gurehto Rabitto - orgulhosamente 2D numa altura em que o 3D é a regra no cinema comercial - o facto deste filme de Atsushi Wada ter ganho o Urso de Prata para curtas metragens na Berlinale 2012 pode ser visto como um voto de esperança no futuro da animação tradicional.

Wada não optou apenas por um 2D extremo (quase sem perspectiva) mas por animar esta curta totalmente à mão, conferindo-lhe traços tipicamente japoneses mas com um toque mais de surrealidade. A história do filme é toda ela surreal - a lembrar aquelas animações checoslovacas dos anos 80 que víamos no programa do Vasco Granja - e decerto simbólica, mas confesso que não consegui apanhar o significado por detrás dos símbolos.

"Se acreditam no Grande Coelho significa que acreditam em tudo, se não acreditarem no Grande Coelho significa que não acreditam em nada" é a citação do realizador que dá início ao filme. No meu caso a questão não foi se acreditei ou não, eu não percebi o Grande Coelho e, por muito interessante que a animação seja, mesmo com meros 7 minutos de duração acabei por me aborrecer.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Koi ni itaru yamai (The End of Puberty)

Koi ni itaru yamai:


Todas as expressões que se seguem descrevem parcial mas correctamente Koi ni itaru yamay:
  • criança que se alimenta exclusivamente de comprimidos;
  • stalker que persegue um homem mais velho;
  • professor de liceu leva aluna para sua casa, onde a chega a amarrar;
  • jovem invade quarto de colega de escola para lhe cheirar as cuecas;
  • sexo entre um adulto e uma criança;
  • dois transsexuais;
  • lesbianismo adolescente.
Sim, posto desta forma Koi ni itaru yamay tem tudo para resvalar para terrenos muito desagradáveis mas por milagre ou - mais provavelmente - por um bom trabalho da realizadora/argumentista Kimura Shoko estes tópicos todos são abordados não num drama pesadíssimo, nem num filme porno de legalidade duvidosa mas sim maioritariamente através da comédia.

E enquanto é comédia este filme japonês é mesmo muito bom. Talvez por saber que não tinha um tema nada fácil entre mãos a opção foi torna-lo numa espécie de manga com imagem real em que os personagens e em particular a protagonista são representados de uma forma cartoonesca.

Tsubara está apaixonada pelo seu tímido professor de biologia e através da excelente representação de Wagatsuma Miwako quase conseguimos ver os seus olhos a assumir forma de coração enquanto sorri parvamente. Já o professor Madoka (Saito Yoishiro) é caricaturalmente tímido e tem horror ao contacto inter-pessoal. En (Satsukawa Aimi) é uma rapariga mais experiente sexualtmente que, em consequência, é completamente fria e impessoal excepto com Tsubara, por quem está apaixonada e que constantemente tem de lidar com os ímpetos de Maru (Sometani Shota), seu fã assumido.

São estes os únicos quatro intervenientes de uma história em que o melhor é desligar a parte lógica do cérebro e deixar-nos levar pelo que se vai passando. Aparentemente os jovens não têm pais, o professor não tem mais nada que fazer e ... uma relação sexual faz com que, magicamente, os parceiros troquem de órgãos sexuais. É um filme para todos? Nem pensar, e não estranhei a quantidade de gente que saiu a meio, mas se gostam do vosso humor politicamente incorrecto e tão estranho como o Matthew's Best Hit TV então conseguir divertir-se.

Infelizmente dá ideia que a meio das filmagens a realizadora mudou de opinião e ligou o botão da seriedade. A ideia base do filme continua a ser a mesma, um glorioso disparate que serve de véu a situações normalmente horrendas, e por isso mesmo a tentativa de reflectir um pouco sobre aquela história torna o filme demasiado longo e maçador. Se se tratasse qualquer um dos tópicos que referi acima de forma autónoma então um drama seria o único estilo adequado mas quando num só período de duas horas tudo aquilo acontece só mesmo com a efeitos sonoros tipo jogo da Super Nintendo é que a coisa lá vai.

No final de contas dou-lhe o meu louvor. Pelo risco que tomou em abordar temas tão pesados de uma forma leve e divertida Koi ni itaru yamay é um exercício de funambulismo que duvido que alguma vez vá ter sucesso comercial fora do Japão (no Japão tudo é possível) mas que para um público de festival que queira descansar a cabeça entre duas sessões mais pesadas é um filme a considerar.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Nuclear Nation

Nuclear Nation:


Se filmes e jogos apocalípticos como o The Road ou a série Fallout nos tentam mostrar o mais realisticamente possível como seria a vida humana após um qualquer apocalipse nuclear, Nuclear Nation - do cineasta japonês Atsushi Funashi - conta nos a história real de um grupo de pessoas sobre as quais esse apocalipse caiu no dia 12 de Março de 2011.

As pessoas em causa são alguns dos ex-residentes da cidade de Futaba, na costa leste do Japão. Na véspera do malfadado dia 12 de Março de 2011 a sua cidade, que em condições normais estaria condenada ao esquecimento, tornou-se notícia por uma das piores razões possíveis: foi das cidades mais afectadas pelo gigantesco tsunami que nesse dia levou consigo milhares de casas e de vidas. Infelizmente para Futaba o pior ainda estava para vir.

Nesse dia 11 de Março, enquanto os sobreviventes tentavam dormir no que restava da sua cidade, não imaginariam que talvez nunca mais lá pudessem passar a noite. No dia seguinte o reactor número 1 da central atómica de Fukushima Daiichi (este nome já é mais conhecido, certo?) não resistiu ao sobreaquecimento consequência do tsunami e explodiu, lançando para o ar uma nuvem radioactiva que punha em perigo tudo e todos. Começava aqui o pior desastre nuclear desde Chernobyl.

Tendo sobrevivido ao tsunami, os Futabenses (?) remanescentes foram evacuados para diversas partes do Japão, tendo muitos deles ido parar a uma escola perto de Tóquio. Foi lá que o realizador os conheceu e é por lá que passamos a grande parte das mais de duas horas do filme.

É também nessa escola, a centenas de quilómetros de Futaba, que está instalada a Câmara Municipal da cidade e onde trabalha o seu presidente, Katsutaka Idogawa, um D. Quixote moderno e real que tem a árdua tarefa de tentar reconstruir uma cidade que simplesmente desapareceu do mapa. Idogawa é o mais próximo que este filme tem de um personagem principal e, posso dizê-lo, uma pessoa que fiquei a admirar pelas suas investidas contra os "moinhos de vento" atómicos.

No Q&A que se seguiu à exibição do filme o realizador (cujo pai sofreu outro apocalipse nuclear, já que vivia em Hiroshima no dia 6 de Agosto de 1945) admitiu duas razões para a existência deste filme: por um lado "denunciar a negligência criminosa do Governo Japonês e da TEPCO" e por outro mostrar um rosto àquela tragédia, depois dos repórteres das televisões terem ido embora.

Só posso dizer que pela minha parte o objectivo foi cumprido. Apesar de sofrer do grande problema do cinema documental asiático - a falta de narração - Nuclear Nation é um filme importante, pela mensagem que transmite, mesmo que essa mensagem seja - analisada objectivamente - bastante deprimente, basta pensar que o acidente de Chernobyl aconteceu em 1986 e Prypiat, a Futaba de então, ainda hoje é uma cidade fantasma. O governo japonês aprovou recentemente uma lei que determina que os terrenos onde Futaba se situava serão utilizados para armazenamento de lixo tóxico de outras zonas do país e não é por acaso que o liceu alberga cada vez menos refugiados (cerca de 500, dos 1400 iniciais). Futaba acabou e Idogawa já está a lutar contra um novo moinho de vento, descobrir onde fundar a sua nova cidade. 

Será uma mudança temporária, diz ele, até voltarem ao sítio de onde saíram naquele malfadado dia 12 de Março de 2011.


(A sessão a que assisti foi a estreia mundial deste filme pelo que é quase certinho que esta é a primeira crítica que lhe é feita em língua portuguesa. Cada vez gosto mais da Berlinale e vocês deviam gostar cada vez mais de mim por vos trazer estes exclusivos. Toca a passar palavra e a promover-me o blog!)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

十三人の刺客 (13 Assassins)

十三人の刺客:


Do criador de Ichi the Killer, Audition e tantos outros clássicos do gore japonês, Takashi Miike, saiu em 2010 um filme que - sendo também bastante violento e vermelho-sangue - tem uma característica inédita: ser realista. Baseado no rico passado dos Samurai japoneses, 13 Assassins é o remake de um filme de 1963 (do realizador Eiichi Kudo) e conta-nos a história de 12 Samurai e um yōkai que se unem para combater o exército de um lorde cuja ascensão ao poder poderá perturbar a paz daquele reino.

Toda a história do filme se desenvolve em relação à grande batalha entre os 13 e o exército. Podemos dividi-la em três partes, o planeamento, a execução e uma pequena conclusão após a batalha.

A fase do planeamento é provavelmente a mais prolongada...nela são-nos contadas as razões pelas quais os diferente samurai decidem combater o lorde Matsudaira Naritsugu e os esforços de Shinzaemon Shimada (o mais próximo que o grupo de samurai tem de um líder) para os juntar. O personagem Narigatsu é baseado numa pessoa real, embora não acredite que esta história se tenha passado mesmo, já que nesta representação o homem é a maldade em pessoa, matando crianças para treinar a pontaria com o arco ou decepando os membros de uma serva apenas para se divertir e a usar como boneca...Tudo muito extremo, típico das lendas japonesas e dos filmes de Miike, portanto.

A fase da execução é a batalha propriamente dita, e o ponto alto do filme. Por vezes damos por nós a pensar que a proporção é tão grande que se torna irrealista, mas não haja dúvidas que ver a forma como os 13 fortificaram uma pequena aldeia de passagem tornando-a numa "aldeia de morte"  e a forma como irão enfrentar o exército de mais de 200 soldados é um excelente entretenimento.

Aliás, para mim o grande problema deste filme é mesmo esse...não passar de entretenimento. Há muito que tenho curiosidade sobre a história do Japão feudal mas ou este filme não passou bem a informação ou fui eu que não estava no estado de espírito certo...a verdade é que apesar da perfídia (sim, usei a palavra perfídia neste blog) de Narigatsu em momento nenhum me senti ligado aos samurai e à sua causa. Quis que eles vencessem a grande batalha, sim, mas apenas porque dessa forma o filme continuaria por mais uns minutos (e as cenas de luta são excelentes), não mais do que isso. 13 Assassins acaba por ser um bom filme de porrada, mas não contem com ele para aprender muito sobre samurais, para isso têm sempre o Kurosawa.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

オーディション (Audition)

オーディション:



Foi no dia 9 de Fevereiro de 2004 que, na sequência de uma crítica no Curto Circuito, lá foi o menino João, na altura com uns angélicos 22 anos de idade, comprar dois DVD de um realizador japonês chamado Takashi Miike. Esses dois DVD eram o Ichi the Killer e o Audition (nome inglês deste filme).

O Ichi the Killer vi poucos dias depois de o receber, o Audition vi-o no dia 18 de Dezembro de 2010.

Porquê 2504 dias entre a encomenda do filme e o momento em que o vi? Por várias razões (entre as quais não ter ficado particularmente bem impressionado com o Ichi the Killer) mas uma delas foi o sempre me terem dito que era um filme muito muito muito (muito!) extremo e nunca me ter apetecido ver. E, claro, assim posso escrever esta linda SMR que vai maravilhar os vossos ainda mais lindos olhos.

Pois agora, depois dos tais 2504 dias de espera já posso opinar. E o que é que opino, perguntam vocês. Opino que realmente é muito muito muito (muito!) extremo e sem grande razão para isso, já que o objectivo que consigo identificar no filme (cuidado com quem te apaixonas!) poderia ter sido explorado bastante melhor.

A grande maioria da brutalidade do filme (não apenas física!) tem lugar nos últimos 30 minutos. Até aí a história parece relativamente normal, sobretudo para quem – ao contrário de mim – não saiba ao que vai. Shigeharu é um senhor viúvo que, seguindo o conselho do filho, decide tentar reencontrar o amor e opta por uma excelente estratégia para o conseguir: fingir que vai produzir um filme e fazer um casting para a actriz principal.

Claro que a coisa dá para o torto e Asami (Eihi Shiina, uma antiga modelo que agora só faz filmes série B) vai fazê-lo pagar. Não interessa como, mas tenho de deixar o aviso: a violência (não apenas física, repito) é do mais extremo que já vi, sobretudo por ser tão in your face e prolongada. Até hoje só fiquei realmente enjoado por causa de um filme, Salò o le 120 giornate di Sodoma, mas este acho que me levaria pelo mesmo caminho se o tivesse visto num ecrã de cinema.

Se é esta violência (ultraviolence, como diria Alex deLarge) que trouxe notoriedade ao filme também é por causa dela que não consigo dizer que gostei. É verdade no meio do tormento de Shigeharu há uma cena que, se fosse a última, daria mais sentido àquilo tudo e até faria com que gostasse dele, mas rapidamente a coisa volta ao “disparate” e o tal sentido que o filme poderia fazer esvai-se em sangue.

Gostava de poder dizer que gostei, dar-me-ia pontos junto dos meus leitores que frequentam o Fantasporto (onde teve direito a uma Menção Especial do Júri), mas a verdade é que prefiro a violência quando esta serve realmente a história. Se calhar é de ser mais velho ... quem sabe o que acharia deste filme há 6 anos, 10 meses e 19 dias atrás.

quarta-feira, 10 de março de 2010

The Cove + Alice in Wonderland

Antes das SMR uma pequena avaliação aos Óscares. Este ano provei ser o Professor Karamba, falhei bastantes (mesmo assim acertei 12!) mas fiquei contente por isso: pensei que a Academia fosse dar mais prémios ao Avatar, felizmente não deu. Apesar de tudo, acho que um que devia ter ganho era o de melhor realizador...o James Cameron teve aquela visão e fez tudo para nos mostrar o mundo que criou, isso para mim é o papel de um realizador e este ano não houve ninguém com um papel comparável.

Mas adiante...


The Cove:



Ora aqui está um caso raro de um documentário em que gosto mais da forma que do conteúdo. Normalmente é precisamente o contrário, achamos que a história é interessantíssima mas "era tão bom que soubessem fazer um filme mais compostinho".

Aqui não. A história é importante - The Cove denuncia o abate de milhares de golfinhos por ano, por causa da industria dos parques aquáticos, mas já falo mais disto - mas o que mais me impressionou no filme foi a forma como foi filmado. Eu explico: o activista que teve a ideia por detrás deste documentário, Ric O'Barry, já é conhecido na zona de Taiji, no Japão, e isso - aliado ao facto dos abate dos golfinhos ser feito numa baía escondida e protegida com arame farpado e tal- faz com que os realizadores tenham de usar novas técnicas.

Mas quando digo novas técnicas não me refiro a planos mais afastados ou assim. Não, este The Cove torna-se a dada altura um filme de espionagem, basicamente...Para conseguir filmar esta chacina tiveram de ser usadas câmaras de infravermelhos, visão nocturna e microfones sub-aquáticos. É incrível pensar que teve de ser assim, mas ao vermos as imagens "normais" dos pescadores a gritar e a ameaçar violência física contra os realizadores percebemos que era mesmo a única opção.

De certa forma acho é que este "style" torna a "substance" um bocadinho menos impactante. (Isto se impactante for uma palavra) Não deixam de haver momentos em que nos sentimos impelidos a fazer algo, é incontornável a revolta contra o abate de mais de 23.000 (vinte e três mil!) golfinhos por ano, mas na verdade este foi dos documentários activistas que menos me deixou com vontade de agir: talvez seja pelo que disse acima ou talvez porque é uma mensagem importante, mas que é muito localizada no espaço...não há muito que possamos fazer à distância, e imagino de 99,9% das pessoas que o vêm estejam longe daquela comunidade pesqueira.

Por outro lado, não deixa de ser importante que se denuncie esta prática e quanto mais gente vir e espalhar a mensagem mais efeito terá. Eu, pelo menos, nunca mais verei as indústrias dos parques marinhos da mesma forma.

Vocês, mesmo que não vejam o filme (que agora é capaz de ter maior distribuição, por ter ganho o Óscar de Melhor Documentário) façam o favor de ir aqui e informar-se sobre o assunto.



Alice in Wonderland:



O Tim Burton ou se ama ou se odeia, está visto. Eu há muito que sou do primeiro grupo...o primeiro Batman e o Eduardo mãos de tesoura são dos filmes mais marcantes da minha infância/início da adolescência e desde então tenho seguido com atenção a carreira do realizador mais gótico de Hollywood.

Este Alice in Wonderland é mais um dos seus filmes de que gostei. Tanto que achei estranho ler críticas a dizer mal escritas em blogs com que normalmente partilho opiniões (Claquete, Noite Americana, curiosamente com o mesmo título). Talvez seja por esses autores serem conhecedores da história original e eu não, não sei.

Sim, confesso que nunca li o livro e não me lembro quase nada do clássico da Disney. E talvez isso seja importante na avaliação final desta versão Burtoniana...para quem está fixado no original (ou na versão da Disney) só pode ficar desiludido. Logo à partida porque a protagonista, Alice claro está, é uma adolescente e não a criança da história original.

Ao contrário da versão da Disney, aqui segue-se não só o Alice's Adventures in Wonderland (o livro original, de que podem fazer o download - legal - no link), como - até mais proximamente, pelo que percebi - a sua sequela - Through the Looking Glass. No Alice de Tim Burton acompanhamos uma Alice adolescente, a mesma que visitou aquela terra estranha mas que não tem qualquer memória de o fazer. Mas encontramos também uma série de personagens já nossas conhecidas: desde o chapeleiro louco à rainha de copas.

O que eu gosto neste filme é sobretudo a componente estética. A história não é, realmente, nada de profundo (é baseado num conto infantil, carago!) mas toda aquela Underland (sim, Underland e não Wonderland...a Alice é que percebeu mal da primeira vez que lá foi --> pormenor totalmente desnecessário no filme, concordo) está desenhada ao mais ínfimo pormenor com a imagem típica (e bela) do realizador.

Quem diz a imagem diz as personagens que o habitam: o chapeleiro louco do Johnny Depp é um misto de comédia e sensibilidade; a rainha de copas (Helena Bonham Carter) é má e prefere ser temida que amada; a rainha branca (Anne Hathaway) está fantástica com todos aqueles seus gestos exagerados e pureza exacerbada e no campo dos personagens virtuais temos isso mesmo, personagens, e não bonecos.

Nisto tudo a Alice (Mia Wasikowska) acaba por ser a personagem menos marcante. Mas não faz mal, tudo o resto é suficientemente bom para nos fazer sair da sala felizes por termos passado aqueles momentos a conhecer um mundo menos tropical que o de Avatar, mas que até tem um 3D de melhor qualidade. (Uma opinião que muito poucos partilham comigo, mas olha...alguém tem de ser o primeiro a dizer as verdades)

Tim Burton, conta comigo para a equipa dos que gostaram do teu filme. Em troca podias assinar-me o livro que comprei na tua exposição em NY, não? (Reparem a delicadeza com que fiz referência a este livro que deveria ser mostrado a todos os aspirantes a artistas)

sábado, 26 de setembro de 2009

Gake no ue no Ponyo

Gake no ue no Ponyo:



Em português chama-se Ponyo à Beira-Mar. É uma adaptação do Miyazaki da história da pequena sereia. A terra onde eles vivem fez-me lembrar "O marinheiro que perdeu as graças do mar" (um livro do Mishima). Deu-me sono. É giro. Não passa muito para além disso.