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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Berlin Today Award 2012: Batman at the Checkpoint

Batman at the Checkpoint:


Inserido na iniciativa Berlinale Talent Campus o Berlin Today Award serviu como competição de curtas metragens entre 2005 e 2012. Os candidatos eram emparelhados com produtoras alemãs, era-lhes dado um tema e um limite de 10 minutos, e os melhores cinco eram apresentados ao público durante a Berlinale. Este o tema foi "every step you take" e esta curta foi a vencedora.

Batman at the Checkpoint não é um filme de super-heróis. Existe um Batman, sim senhor, mas apenas um brinquedo de plástico transportado por Mahmoud, filho de pais palestinos que aguardam a passagem por um check-point israelita. Ao seu lado, na fila exclusiva para israelitas, está o carro dos pais de Yuval. Os adultos olham-se agressiva e desafiadoramente, mas as crianças não ligam às separações historico-politico-religiosas e interagem da mesma maneira que muitos de nós o fizemos em semáforos: através de um concurso de caretas.

À primeira vista o realizador Rafael Balulu passa uma mensagem de esperança que, infelizmente, me parece irrealista. É verdade que entre crianças não existe a diferença israelita-palestiniano, mas a última cena é clara numa coisa: uns avançam enquanto outros ficam para trás, sujeitos a inspecção.

O estilo do filme é decente e a mensagem adequada ao público que em princípio o verá, mas nada nele me deixou memórias que recordarei daqui a uns tempos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Susya

Susya:


A história deste filme é simples de contar: um homem palestiniano de 60 anos decide voltar, com o filho de 25, à terra da sua família. Anos antes havia sido expulso pelos militares israelitas e para voltar a ver o que era seu teve de pagar bilhete, pois a sua terra natal foi transformada em espaço arqueológico.

As causas e consequências do que aqui se passa são muito mais profundas: pai, filho e restante família foram expulsos da sua terra por força da política de colonatos israelita e para além do triste que é terem de pagar bilhete para ver a sua antiga casa, ainda acabam expulsos dessa sua visita turística por um grupo de soldados israelitas que os vê como uma ameaça. Trata-se de apenas mais uma pequena peça no enorme (e irresolúvel) puzzle que é a questão israelo-palestiniana.

Esta curta não é nada de especial a nível técnico (dá-nos aquela sensação de "até eu podia fazer isto") mas não deixa de ter o seu interesse por pôr em foco mais um aspecto da ocupação israelita do território palestiniano e do drama que deve ser ser-se expulso do nosso país/da nossa aldeia sem que ninguém possa fazer nada por nós.

Filme no âmbito do DocLisboa 2011. Passou hoje e volta a passar dia 26 às 18h, na Culturgest.

domingo, 15 de maio de 2011

Indie Lisboa dia 10: Postmortem + A Film Unfinished + Bummer Summer

Post Mortem:


Post Mortem é a história do crítico gastronómico do Ratatouille enquanto funcionário do departamento de Medicina Legal de um hospital chileno, se nesse hospital chileno fosse feita aquela famosa autópsia a um alien, sendo que neste caso o alien seria o Salvador Allende, assassinado pelas tropas do Pinochet a 11 de Setembro de 1973. (Ou suicidado nesse dia, dependendo do que acreditarem).

Resumo estranho, não é? Pois o filme não é assim tão estranho mas o protagonista é mesmo parecido com o crítico gastronómico do Ratatouille, what can I do? Chama-se Mário, é mesmo funcionário desse departamento de Medicina Legal, onde transcreve as observações do médico para depois as colocar nos relatórios de autópsia, e é convidado à força para participar na autópsia do Salvador Allende.

É por aí que fica a ligação deste filme a essa revolução. Pensava que teria maior ligação mas Mário é um actor terciário que só passa pela revolução tangencialmente. O interesse dele está noutro lado: em Nancy Puelma, a sua vizinha/bailarina de cabaret que se aproxima dele quando o seu pai e irmão desaparecem nesse malfadado dia.

Mário parece ser um homem muito solitário e aquela dupla Nancy + sentir que tem um papel importante na revolução ("eu agora tenho um cargo") fazem-lhe mal à cabeça. Enquanto Nancy lhe dá bola ele está dominado, mas a partir do momento em que não qual animal ferido, Mário vai mostrar a sua maneira de ser. Cruel e fria.

O filme começa devagar, devagarinho, e vai crescendo em nós aos bocadinhos. Acaba por ser uma boa experiência (sobretudo pelo terço final, que vale mesmo a pena) mas sofre por demorar a pegar.

A Film Unfinished:


Um filme israelita filmado maioritariamente por cameramen nazis? Sim, A Film Unfinished é um documentário sobre o mais longo filme de propaganda nazi, descoberto há uns anos numa espécie de bunker algures na floresta alemã.

Este filme, gravado no gueto de Varsóvia em Maio de 1942, cerca de 3 meses antes da sua destruição e extermínio dos seus habitantes, tinha um título muito simples: "O Gueto". A Film Unfinished analisa esse filme e tenta perceber o seu propósito. Não vou falar muito sobre o documentário, que está bem feito e não abusa da emoção fácil, uma das coisas que menos gosto em documentários. Vou antes debruçar-me sobre o filme original.

Como alguns daqui sabem a minha namorada é alemã e por isso conheço aquele país um pouco melhor que o normal. Sei, por exemplo, que não são os monstros que muitas vezes o preconceito deixa transparecer. Por saber isso custa-me muito perceber o que é que se terá passado durante aqueles anos, a um povo que de repente deixou de ser humano e passou a considerar todos os outros povos sub-humanos. Ontem, durante este filme, reflecti sobre isso e fiquei a pensar se não terá a ver com a capacidade alemã para cumprir ordens...Em Portugal dizem-nos para fazer algo e tentamos logo arranjar forma de o fazer com pouco esforço/não o fazer ganhando o mesmo mérito, na Alemanha fazem e não questionam sequer. Pode ter sido isso que levou à barbárie do Holocausto.

O filme de propaganda (que compõe uns 90% do documentário) mostra-nos essa barbárie ao extremo. Se é verdade que os cineastas obrigavam os judeus a encenar algumas partes, para mostrar ao mundo que até não viviam mal (uma das cenas mais impressionantes é uma suposta refeição num restaurante..em que obrigaram a comunidade judaica a pagar as iguarias daqueles figurantes quando milhares morriam à fome lá fora) por outro lado não se coibiram de filmar a desgraça que por lá havia.

A intenção da propaganda nazi era mostrar que os judeus que viviam no luxo não se preocupavam com os desgraçados que morriam nas ruas, mas o que eles não estavam à espera era que o filme (encontrado sem qualquer bandas sonora) só seria visto agora...com comentário de alguns sobreviventes e a leitura do diário do director do Judenrat de Varsóvia. Estes depoimentos, longe da lógica da propaganda e muito mais próximos do que realmente aconteceu fazem-nos sofrer com aqueles que lá viveram e sofreram. Os nazis tentaram desumanizá-los, conseguiram-no com muitos, mas felizmente para nós as suas vozes, os seus testemunhos e - através desta propaganda - o seu quotidiano miserável passou para as gerações futuras, para que nunca esqueçamos a história.

Gosto muito da Alemanha actual, mas continuo a achar que a Alemanha nazi (que não é a mesma, apesar de ser o mesmo povo e o mesmo país) foi o ponto mais baixo da história da humanidade.


Bummer Summer:

Bummer Summer foi filmado com actores jovens, não conhecidos, e isso nota-se. É uma road trip dividida entre Ben, Lila (a sua ex-namorada) e Isaac, o seu irmão que acaba por ser um bocadinho empata-f*das!

As situações pelas quais passam interessantes, os diálogos são credíveis, as imagens a preto e branco são muito bonitas e têm lá uma praia absolutamente fantástica (se alguém descobrir onde foi filmado diga-me, a sério, quero visitar aquela praia!) e por isso é um filme muito agradável de se ver. Não é o cinema na maior nobreza da arte, mas por vezes - como os próprios personagens se apercebem no final - mais importante que o destino é a viagem.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Queer Lisboa: programa de curtas 2


Devo começar por confessar que esta foi a primeira edição do Queer Lisboa a que fui. Dito isto e com base na pouca experiência que tenho do festival, quero dar os parabéns à organização pelo profissionalismo que a sessão a que assisti aparentou, bastante mais do que o que - confesso - estava à espera. Posso não concordar totalmente com a excessiva colagem do festival ao movimento queer mas no que toca ao que a este blog interessa - cinema, apenas e só - correu tudo bem, sem falhas aparentes da organização.

Feito este louvor, sigamos para as curtas que vi no Programa de Curtas 2, do passado Domingo.


Cavalos Selvagens:

Este filme foi a razão principal para me ter deslocado ao São Jorge em vez de ir à praia, já que é realizado por amigos de uma amiga minha (a Daniela, digam olá à Daniela...olá Daniela!) e a dita amiga me convidou para a acompanhar.

No Indie Lisboa do ano passado assisti à primeira curta desta dupla de realizadores (André Santos e Marco Leão) e - como podem ver no maior post de sempre deste blog - achei-a interessante esteticamente mas pouco mais (chama-se A nossa necessidade de consolo, by the way). Felizmente a segunda já é bastante melhor. O estilo bastante contido mantém-se - a totalidade dos 11 minutos da curta é passada em silêncio - mas na relação entre os dois personagens (interpretados pelos realizadores) há afecto e humanidade, para além da distância.

Não me parece que já estejam prontos para se lançar no mundo das longas-metragens comerciais (nem sei se é essa a intenção), mas no circuito de festivais, e tendo em conta que são bastante jovens, auguro-lhes um futuro de sucesso. Parabéns!


Haboged:

(já se sabe qual é o problema das curtas em festivais de cinema...posters nem vê-los)

Nas notas que tirei durante este filme apenas tenho escrito: "bleh, não tem interesse nenhum". Agora desenvolverei um pouco mais: bleh, não me suscitou interesse nenhum.


Steam:

Apesar de ser uma curta metragem de apenas 16 minutos, este filme tem duas partes bem distintas: na primeira estamos perante um filme de dança, na segunda perante um episódio do Alfred Hitchcock Presents.

Estranhamente, neste caso optaria antes pelo vídeo de dança. Nessa parte assistimos a um engate numa sauna em que muito pouco é dito mas muito é transmitido através dos movimentos dos actores e da (apropriadíssima) banda sonora. Já na segunda parte vemos o período pós-engate, em que os protagonistas se apercebem que não conseguem sair de lá. Aqui, a boa impressão com que fiquei dos dois actores esbateu-se um pouco, tendo mostrado que funcionam melhor sem falas do que com elas, mas mantive o interesse no realizador, que demonstrou bastante qualidade ao atingir o seu objectivo de "realizar uma espécie de peça de teatro num cenário muito reduzido".


Toiletzone:

(ver o que disse no Haboged)

Dos cinco filmes que vi este foi o de que mais gostei e é, de longe, o que apresenta mais condições para ser apreciado por um público mais generalista, é que - tendo a temática queer como um assunto meramente acessório - o filme aborda antes uma temática bem actual: os layoffs e a extinção de postos de trabalho.

Eu explico: ao longo da meia hora de filme acompanhamos a história de três funcionários da casa de banho de um qualquer centro comercial francês. Juntamente com eles somos forçados a viver um dilema: ou afastam os "répteis" da casa de banho ou fecham a casa de banho e vão para a rua, sendo que répteis é o nome dado por um dos funcionários aos homens que - e aqui está a ligação ao mundo queer - usam os cubículos do WC para encontros pecaminosos com outros homens. Sim, disse pecaminosos, faz-me lembrar o saudoso Diácono Remédios.

Conseguem fazê-lo mas, ironia da economia actual, como as casas de banho em França se pagam a facturação desce com a partida dos "répteis" e ... fecham a casa de banho e lá vão os funcionários para a rua.

Tratando com muito humor duas realidades que são por vezes trágicas, o realizador Didier Blasco mostrou aqui que é possível fazer uma excelente comédia de casa de banho sem uma referência escatológica. Algo muito difícil num mundo pós-American Pie.

Acabou por ganhar o prémio de melhor curta do festival. Não estranho nada, é bastante bom.


Los fuegos:
(ver o que disse no Toiletzone)


Este filme tem duas coisas em comum com o Haboged:
1- tem um homem nu a (tentar) matar outro homem nu depois de uma cena de sexo;
2- é uma valente bosta.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Indie Lisboa dia 4: Foco Cinema Emergente - Ben Rivers 2 + Putty Hill + Lebanon


Ben Rivers é um cineasta contemporâneo inglês cuja filmografia de curtas metragens é bastante extensa. Pela sua atitude DIY (a que sou muito ligado, pelo meu passado socio-cultural) e pelas suas técnicas de produção verdadeiramente indie ganhou direito a ser o realizador-foco da secção Cinema Emergente desta edição do festival.

Mas chega de falar da pessoa, passemos aos filmes.

Old Dark House:

Uma pelicula puramente experimental, sem história nem personagens, mas que me agradou bastante pelo conceito: ecrã quase integralmente preto em que as únicas fontes de iluminação são uma ou mais lanternas que, como que dançando, nos mostram uma casa em ruínas.


House:

Tal como a anterior, esta curta ficaria melhor num museu que numa sala de cinema. O próprio realizador, aliás, confessou durante a conversa com o público que esta era uma instalação.

O conceito é o mesmo e ouso dizer que será quase uma sequela, em que apenas muda o cenário (uma casa assombrada) e a qualidade dos efeitos especiais.


This Is My Land:
O primeiro personagem deste ciclo de curtas é Jake Williams, uma pessoa real (isso mesmo, o da foto) que vive sozinho numa floresta escocesa, onde o realizadou o descobriu e onde o ouvimos a explicar como se pode viver aquele tipo de vida.

Já não é tão experimental, mas mantém o estilo propositadamente antiquado de Ben Rivers (que filma apenas com câmaras dos anos 50/60) e é, talvez, o mais esteticamente apelativo deste conjunto.


Origin of the Species:

Das 6 curtas que vi hoje, esta foi a que gostei mais. Intercala close-ups da natureza (a fazer lembrar o Un chien andalou, da dupla Buñuel/Dalí) com testemunhos filosóficos de um outro solitário, obcecado pela evolução das espécies e o sentido da vida.


A World Rattled Of Habit:

Menos interessante mas mais divertida que a a anterior, aqui conhecemos Oleg, pai de um amigo do realizador, dotado de um sentido de organização muito peculiar. Valeu pelas gargalhadas.


May Tomorrow Shine The Brightest Of All Your Many Days As It Will Be Your Last:

(não encontrei fotos do filme, vejam lá o quão obscuro é!)


Tem o melhor título, mas foi a que menos gostei.

Talvez por overdose de curtas, talvez por incapacidade própria, não consegui perceber o significado por detrás destas (belíssimas) imagens de mulheres-soldado e idosos-soldado.



e, agora sim, toca a seguir para as restantes sessões do dia.


Putty Hill:

A coisa descarrilou desde o início. Por motivos alheios à organização do festival, a sessão começou com 45m de atraso, o que me lixou os planos de jantar. Mas, mais uma vez, a satisfação dos meus leitores vem antes da alimentação! (Noutro dia falava em candidaturas ao prémio Nobel, hoje sugiro que aproveitem a vinda do Papa para me canonizarem!)

Anyway. O atraso não seria significativo de nada não fosse o filme em si também ser estranhamente longo. Digo estranhamente longo porque, objectivamente, não o é...dura 82m, nada que não seja comum. O problema é que há uma cena em que aposto que muita gente pensa que o filme deveria acabar mas não acaba e, infelizmente, extende-se por mais 20 desnecessários minutos.

A temática até é interessante: o evento central é o funeral de um jovem que morreu de overdose e ao longo do filme vamos observando as reacções dos seus amigos e familiares. A estética também é agradável: acompanhamos maioritariamente um grupo de jovens pelos suburbios de Baltimore e o look fez-me lembrar o Larry Clark (do Kids, por exemplo) sem o sexo a rodos. Finalmente, a metodologia é bastante original, já que mistura técnicas de documentário com uma história de ficção. Não me lembro de ouvir o realizador a fazer perguntas directas aos personagens em qualquer outro filme de ficção.

Se não fosse aquela cena final desnecessária a avaliação seria positiva, assim tenho de dizer que preferiria ter comido sem ser à pressa.

(Curiosidade: já sabia que os funerais nos EUA são bem menos formais que na Europa, mas neste filme assisti ao primeiro karaoke de funeral da minha vida. Será que acontece mesmo?)


Lebanon:


Este filme de Samuel Maoz foi o primeiro dos que apelidei como "filmes que vou ver nem que me caia o braço" que tive o prazer de ver neste Indie Lisboa. E bem que valeu a pena!

Em Lebanon seguimos um grupo de soldados israelitas que participam na Guerra do Líbano de 1982. Não são soldados especialmente bons, já que cometem demasiados erros, mas como compõem um grupo que comanda um tanque os erros lá vão sendo apaziguados pelo ferro que os envolve e protege.

E quando digo envolver é mesmo envolver. Uma das características mais marcantes do filme é a claustrofobia permanente, isto porque a grandíssima maioria do filme é filmado no interior do tanque em que estes soldados se deslocam. "E quanto é a grandíssima maioria, ó escriba?" perguntam vocês. E eu respondo-vos "Olhem para cima"...porque a imagem do poster é a única que não é filmada dentro do tanque.

Convivemos por isso com o mesmo óleo e fumo que os soldados e nunca vemos mais que eles, já que mesmo quando nos é dada oportunidade de espreitar cá para fora apenas o fazemos na perspectiva do soldado que controla as armas - através de um monóculo - com as imensas limitações de perspectiva que daí advêm. Há uma cena, então, que é especialmente sufocante: o tanque é atacado e, tal como os soldados, nunca sabemos de onde nem por quem...seguimos lá dentro, com eles, a conduzir à velocidade máxima e verdadeiramente a chocalhar por todos os lados até atingir um local seguro.

Mas este aspecto sendo importante não passa de forma. O conteúdo deste filme é a experiência pela qual os soldados passam. Como disse acima, são soldados que cometem demasiados erros, mas nunca nos devemos esquecer que são soldados à força. Tal como já tinha acontecido em Vals Im Bashir, o filme é baseado nas experiências do realizador enquanto jovem que se viu naquela guerra como parte do serviço militar obrigatório. Cometem os erros que eu cometeria, erros que derivam da incapacidade de matar e acima de tudo do terror que os seus olhos espelham tão bem neste que é, até agora, o melhor filme que vi neste Indie.

Não é um tão obscuro como outros filmes de que já falei aqui; desde que ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza do ano passado que tem vindo a ser falado, tanto aliás que vai passar nas salas portuguesas fora do festival. Quem não o tenha visto ainda que o apanhe no cinema, porque é daqueles filmes que deve ser visto no grande ecrã, para que nos sintamos verdadeiramente dentro daquele sufoco. Num ecrã mais pequeno deve perder grande parte do impacto.

Vão é preparados. Houve quem o chamasse um pesadelo, mas ninguém disse que a guerra fácil.