segunda-feira, 2 de maio de 2011

Source Code

Source Code:



Quem vê o poster do novo filme do filho do David Bowie fica com certeza bastante confuso - perguntar-se-á o que quererão dizer todas aquelas imagens a voar e porque raio está o Jake Gyllenhaal a correr até nós? - mas pode ficar com uma certeza: os efeitos especiais são manhosos, pelo menos para standards americanos.

Essa é uma das falhas de Source Code, há que ser admitido: num filme que tem um grande número de explosões (ou, mais precisamente, uma só explosão repetida montes de vezes, mas já vamos a isso) podiam ter caprichado um bocadinho mais...aposto que o orçamento o permitia. A outra falha do Source Code é ser pior que o filme anterior do seu realizador, mas já vamos a isso.

Source Code conta-nos a história de Colter Stevens (o nosso amigo Jake), um soldado que é enviado para o programa Source Code, uma grande confusão cientifica que não vou estar aqui a explicar mas que basicamente permite reviver os últimos 8 minutos da vida de alguém que acabou de morrer. Colter é enviado para um comboio suburbano de Chicago que foi vítima de um ataque bombista. A sua missão? Descobrir a bomba e o bombista, uma vez que outras bombas estão prestes a ser detonadas. Com esta missão Colter pode salvar milhões de vidas, mas este é um filme americano por isso só uma coisa podia acontecer: apaixona-se pela amiga/amante do homem em cujo corpo está a viver.

O facto do Source Code só permitir viver os últimos 8 minutos faz com que Colter precise de várias tentativas. Todas elas começam da mesma forma, mas depois vão-se adaptando às acções de Colter que, note-se, "habita" o corpo de Sean, o amigo/amante da tal rapariga (Michelle Monaghan), sendo certo que de cada vez que a cena se repete só Colter se lembra do passado, todos os outros estão a viver o seu presente.

Confuso? Sim, um pouco. Repetitivo? Poderiamos dizer que sim, dado que grande parte do filme é feito da repetição de loops de 8 minutos dentro do mesmo comboio intercalados por conversas entre Colter e a Tenente Goodwin (Vera Farmiga), mas por acaso até acho que não. É um filme repetido mas não repetitivo.

Já que fiz essa referência aqui há uns parágrafos agora explico: o filme anterior do realizador, Duncan Jones, é o genial (e confuso) Moon. Source Code é menos genial e um pouco menos confuso, mas a ideia que expliquei acima complica-se. Supostamente o Source Code não altera o futuro...as pessoas que morreram continuarão mortas mesmo que através daquele programa Colter consiga descobrir a bomba, mas o final em aberto deixa-nos a pensar se será assim tudo tão linear.

No final de contas o que é que fica? Fica um filme interessante, bastante mais cerebral do que os típicos filmes de explosões em que isto se poderia ter tornado mas falta-lhe algo para o tornar tão bom como Moon, provavelmente porque as expectativas (de todos, não falo das minhas em particular) eram demasiado elevadas. É facilmente perceptível que se tentou dar o look de Moon a este filme e é mais que certinho que Duncan Jones tentou encontrar um filme que não fosse tão indie como a sua obra de estreia mas que por outro lado não fosse demasiado mainstream. Conseguiu encontrá-lo, mas em consequência a fasquia baixou.

Ter um filme de estreia tão bom é um fardo pesado e Duncan Jones agora sabe disso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário