quarta-feira, 12 de maio de 2010

Kick Ass

Kick Ass:


O Kick Ass é um filme de que já vinha a ouvir falar há uns tempos e que, desde que recebeu 5 estrelas na Empire, me deixou com bastante expectativa. Para além disso, achei que era uma excelente escolha para primeiro filme pós-Indie.

Por isso, ontem lá fui eu ao El Corte Inglés (e não aos meus queridos Medeia, porque o filme já tinha saído de sala) ver o filme e apesar de ter saído agradado não fiquei rendido em absoluto aos seus encantos. A coisa tem piada na sua tentativa de desconstruir os clichés dos filmes de super-heróis mas a ratio humor/acção não pende para o lado que mais me agradaria (o humor) e a acção não é assim nada de especial.

É verdade que não dá para não acharmos piada a ver uma miúda de 12 anos a dar cabo do canastro a uma data de gajos que não são do tamanho dela, mas se o conceito é giro depois a execução torna-se um bocado repetitiva. É o costume neste tipo de filmes, porrada de meia noite mas depois num momento qualquer há uma fraqueza e - estando à beira da morte - é salva de uma forma inesperada.

Em Kick-Ass, que para quem não sabe é o alter-ego de Dave Lizewski (Aaron Johnson, a querer parecer-se demasiado com o Jesse Einsenberg), um adolescente geek que resolve imitar os super-heróis que lê nos comics e combater o crime mas acaba por levar mais porrada do que dá (e cujo único poder, segundo o próprio, é ser invisível para as raparigas), o que mais me agradou não foi o protagonista nem sequer a tal Hit Girl (Chloe Moretz), que tanta polémica causou. Quem mais me agradou foi o Big Daddy, outro pseudo-super-herói, que não afinal não é mais que um ex-polícia absolutamente psicótico. O que me agrada não é sequer o personagem (que pelo que sei é diferente, para melhor, na BD que no filme) mas sim a interpretação do Nicolas Cage, um actor que tanto consegue ser genial (Wild at Heart, The Weatherman) como depois tem escolhas que só podem ser justificadas com um aneurisma temporário no momento de assinar contrato, como aquela aberração que tem por nome Ghost Rider.

Aqui fez uma boa escolha e é o actor mais forte, já que os outros são demasiado copy/paste de todas as convenções deste tipo de cinema. Como, aliás, o próprio filme o é...tenta escapar do formato mas não consegue fazê-lo por inteiro, por muito e muito bem que o goze.

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