Tal como o filme que analisei ontem, Kaboom foi um dos filmes sensação do Indie Lisboa 2011. Tendo sido apelidado de "o novo Shortbus" pela revista Time Out este é - antes sim - um dos piores filmes que já vi na vida! Não a um nível A religiosa portuguesa, é certo, mas a um nível The Room sem ter passado a barreira do tão mau que é bom.
A sério, a desgraça é tanta que juro que pensei que no final iriam mostrar um ecrã a dizer algo do género "Sim, nós sabemos que isto é muito mau, mas é de propósito. Estamos a fazer uma experiência sociológica e por isso pedimo-vos que digam que o filme é bom. Mantenham a mentira, para ver a reacção dos demais espectadores." Mas não, meus amigos, este filme não é uma experiência sociológica, é só mau. Tão mau que dói.
A história é a de Smith (Thomas Dekker, que talvez conheçam do Heroes), estudante universitário bisexual a dar para o gay. (Talvez daqui a comparação ao Shortbus?) Na Universidade, Smith tem uma melhor amiga, uma fuck buddy, um fuck buddy e um room mate chamado Thor, por quem tem um grande crush. Só a melhor amiga vem da sua vida passada, todos os outros são conhecimentos já dos tempos da Universidade. Or are they?
De uma comédia universitária muito manhosa a história entra numa espiral descendente absolutamente estapafúrdia e o terço final é, no mínimo, indescritível.
A verdade é que há muita gente que gosta deste filme, achando a avalanche de disparates divertida, mas para ser muito honesto não consigo perceber. Ou o filme é realmente mau de propósito (sem o tal ecrã que referi acima) e aí dou os meus parabéns ao realizador, Gregg Araki, ou então não há mesmo qualquer salvação e as próprias bobines que o contêm merecem que lhes aconteça na realidade o que acontece ao nosso planeta no final desta trapalhada.
E sim, Gregg Araki, leram bem. O realizador de Misterious Skin (filme de que não gostei especialmente mas ao qual reconheço bastantes méritos) já provou que é melhor que isto, não consigo mesmo perceber o porquê de optar um filme que - não sabendo quem o realizava quando o vi - pensei sempre ser um trabalho de final de curso de um qualquer aluno de cinema frustrado.
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