terça-feira, 14 de junho de 2011

The Tree of Life

The Tree of Life:



Fazer a SMR a um filme como o The Tree of Life é muito difícil - é por isso que demorei quase uma semana a fazê-la - isto porque o seu realizador é o Terrence Malick, também conhecido como sendo (a nível estético) o melhor realizador vivo, e porque The Tree of Life estaria bem lá em cima numa lista que enumerasse os filmes que já analisei do melhor até ao mais fraco.

A história é tão grande como o Universo, literalmente. Pelos olhos de Jack (Hunter McCracken e, mais tarde, Sean Penn) testemunhamos uma história que tanto se passa no seu imediato, o pai duro (Brad Pitt, em grande) e a mãe branda (Jessica Chastain), como no Universo, como no microcosmos, assim como no tempo em que o "nosso" planeta não era habitado por nós...tudo realidades mostradas por Malick, que de uma forma kubrickiana nos mostra close ups tanto de planetas como de células.

Parece ambicioso e não há dúvida que o é, mas a ambição está mais em segundo plano do que propriamente na tela. Tirando uma sequência no primeiro terço do filme (que peca por ser demasiado longa, derradeiro problema na filmografia de Malick) a grande fatia da história é a de Jack, ora criança ora adulto que recorda o irmão no aniversário da sua morte.

Uma das falas iniciais do filme diz-nos "There are two ways through life: the way of nature, and the way of Grace. You have to choose which one you'll follow". O filme mostra-nos ambos os lados dessa dualidade através dos pais de Jack (como já tinha dito, aliás) mas não nos deixa muito espaço para escolha: não conheço as crenças de Malick mas este filme, mais do que em todos os outros, a via escolhida é a da Graça...não necessariamente cristã, mas uma crença ainda assim. Não é por acaso que a voz off (outra marca típica deste realizador) é quase sempre sussurrada, como se de uma oração se tratasse.

Também não é por acaso que o final do filme é muito mais abstracto do que o que até então se passou. A mensagem é simples: a nossa vida é mais do que a vida, mas ao vermos aquele deserto salgado podemos pensar em muitas coisas...e não é essa a magia do cinema? Pegar nas nossas experiências pessoas para nos fazer viver uma história à nossa maneira?

O filme estreou em Cannes depois de anos de atrasos (mais uma característica do realizador), teve uma primeira recepção muito fraca (penso que por causa da tal sequência inicial, que não deveria estar no inicio) mas acabou por ganhar a Palma de Ouro, um dos prémios de cinema mais importantes do mundo. Muitos odiaram o seu ritmo demasiado lânguido que se traduz num filme longo, muitos mais odiaram a famosa sequência, outros - como eu - consideram-no uma das obras primas do cinema no século XXI.

Só vos posso, portanto, recomendar que o vejam. Mesmo que não gostem vão sair da sessão com uma maior cultura cinematográfica. O cinema está vivo em Terrence Malick.

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