terça-feira, 18 de janeiro de 2011

The Tourist

The Tourist:


The Tourist foi um fracasso da crítica, que o viu como fraco a nível de caracterização de personagens e desnecessário por ser o remake de um filme francês do longínquo ano de 2005. Eu partilho de ambas as opiniões, mas – pára tudo! – achei o filme engraçado e merecedor do vosso tempo.

Analisemos as críticas mais frequentes ponto por ponto:

1. Aqueles personagens são tão básicos que tenho de concordar com o Ricky Gervais quando disse que o ano de 2010 foi tão bom para o 3D que o único filme sem profundidade foi o The Tourist: é verdade, são tão básicas que nem precisariam de nomes, bastaria serem, ao estilo de um The Road meets romances de cordel, “O Turista”, “A Gaja Boa”, “O Mafioso Mauzão” e/ou “O Polícia Que Não Desiste”. Quase nenhum deles tem qualquer história para além disso, o que tem (“O Turista”) não faz sentido nenhum e mesmo os secundários são pouco mais que cut-out cards.

2. Mas que raio de ideia foi essa de fazer um remake de um filme de 2005, hein?: pois é, mas em relação ao Låt den rätte komma in o período entre o original e o remake foi ainda mais curto e ninguém se queixou (disso!). Não sei se o original é melhor ou pior que este porque não o vi mas mesmo eu que sou contra a onda americana de remakes só porque não lhes apetece ler legendas acho que não é razão para criticarem este filme.

A estas críticas eu, que – repito – achei o filme razoável – acrescento mais umas quantas que já li por aí e com as quais concordo: o Johnny Depp vai muito mal enquanto “O Turista”, nada ao nível daquele que é um dos melhores da sua geração (parece permanentemente sedado!); por causa dessa má interpretação não há nenhuma química entre ele e a “A Gaja Boa” (Angelina Jolie), sendo que o filme precisa dessa química para ser minimamente interessante; o realizador Florian Henckel von Donnersmarck desceu de cavalo para burro ao seguir o Das Leben den Anderen com este cócó fluante num qualquer canal de Veneza; não faz sentido nenhum a história depender de um encontro meramente casual; o Paul Bettanny é um banana; etc. etc. etc.

Mas, por incrível que pareça, o vosso crítico favorito também consegue arranjar uns quantos elogios: a Angelina Jolie vai muito bem enquanto “A Gaja Boa”, num papel que se fosse de um filme mais antigo e com menos acção iria direitinho para uma qualquer Grace Kelly desta vida; Paris e sobretudo Veneza são filmados com um rigor incrível e que – também aqui – faz lembrar um filme dos anos 70 (não fossem as imensas geringonças high-tech); o filme dá-nos vontade de ser turistas; a banda sonora levaria um bom pequeno se estivesse na Secundária; e ... não estou a ver assim mais nada.

Olhando para o tamanho dos parágrafos a análise final deveria ser negativa, não era? Era! Pois, mas isso era se estivessem a ler o blog objectivemoviereviews.blogspot.com (e vale a pena irem lá dar um salto). Aqui nada tem necessariamente de fazer sentido e é por isso que apesar de tudo vos digo “Ide, ide gastar o vosso dinheirinho ou os limites de download da vossa internet”.

Pensem num Missão Impossível (versão série de TV) ou num Knight Rider...séries que se virmos agora pensamos “’nhanossassenhora, como é que eu vi isto? Tanto disparate!) mas a verdade é que enquanto a viam se divertiram. Foi o que se passou comigo, no cinema apreciei (bela palavra!) e não é o facto de o filme não sobreviver a uma análise mais rigorosa que me vai impedir de dizer que é, não mais que isto (atenção!), girito.

2 comentários:

  1. Exactamente!!! O filme não é mais que engraçado...bom para um Sábado à tarde na Sic...

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  2. Concordo, mas só se concordares comigo que na programação de sábado à tarde seria o segundo, já mais próximo do telejornal e a seguir ao Transformers 2 ou algo do género

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