sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tron:Legacy

Tron: Legacy:



“O meu pai ou está morto ou está a curtir na Costa Rica, provavelmente ambos”. Esta frase, proferida no terço inicial do filme e sem qualquer ponta de ironia pelo protagonista de Tron: Legacy, de seu nome Sam (Garrett Hedlund), resume a meu ver muito bem o tipo de filme que estamos a ver...uma série de disparates que servem apenas dois propósitos: efeitos especiais do caraças e light cycles, os meios de locomoção mais cool da história do cinema, a par do hoverboard do Regresso ao Futuro 2.

Tendo estabelecido que os efeitos visuais são o que realmente interessa, passemos desde já ao chamado busílis da questão, sendo que a questão é “Será que vale a pena aturar disparates durante tanto tempo só por causa do eye candy?

A resposta é irrefutavelmente sim. Os efeitos especiais de Tron: Legacy estão ao nível dos do Avatar, sendo que os acho bem mais giros (gosto muito daquele look, confesso), e esta sequela em nada envergonha o original de 1982. Não é um salto tecnológico tão grande, é verdade, mas não deixa de ser do melhor que já vi e de qualquer forma seria impossível suplantar aquele que foi o primeiro filme com efeitos digitais de sempre (!) a nível de avanços tecnológicos.

Sim, pessoas que não têm um geek por perto para vos explicar a razão pela qual este filme é tão importante, estamos perante a sequela de Tron, um filme que usando a premissa de que um programador informático cria um mundo virtual que entretanto ganha vida própria, aproveitou para pela primeira vez na história da humanidade fazer animação digital...qual Toy Story qual quê! Na sequela é o filho desse programador que entra no mundo virtual, que entretanto foi crescendo autonomamente, e tenta fazer uma data de coisas típicas deste género de filmes: salvar o mundo, ir a uma discoteca onde os Daft Punk estão a passar música (a banda sonora do filme é deles e é boa, mesmo para quem normalmente não gosta de música electrónica), lutar até à morte, enrolar-se com miúdas giras (se bem que estas são programas informáticos, inaugurando assim uma nova era de sexualidade) e – claro! – andar na sua light cycle.

É – como já disse – tudo muito típico deste tipo de filmes e tudo muito disparatado. As melhores ideias são as que se aproveitam do filme original, nomeadamente o mundo virtual desenvolver-se independentemente dos chamados utilizadores (nome dado aos humanos no mundo de Tron). É essa a ideia que mais me ficou na cabeça...será que estamos assim tão longe dessa realidade? Actualmente já temos esses mundos virtuais em programas como o Second Life (odeio e não percebo a obsessão dos media portugueses) ou o jogo World of Warcraft; por agora tanto um quanto outro ainda dependem da actividade humana mas será que é assim tão inconcebível que um dia estes mundos comecem a auto-desenvolver-se? Deixo a pergunta para que algum engenheiro informático me responda.

O que é que posso dizer mais para além destas considerações? Posso dizer que o 3D é muito bom (também ele ao nível do Avatar, que continua a ser o standard da indústria mas só até à estreia do Tintim, cheira-me), posso dizer que a técnica para fazer o Jeff Bridges mais novo funciona muito bem e em momento nenhum me pareceu que fosse CGI (como tenho lido alguns críticos a dizer) e – finalmente – posso perguntar uma outra coisa que também não me sai da cabeça sempre que penso neste filme e que agora não vão poder evitar pensar quando o virem: de onde é que apareceu o raio do leitão que ele come com o pai? Será um leitão digital?

E sim...acabei de falar de leitões numa crítica ao Tron. A partir deste momento podem dizer aos vossos amigos quando me descreverem: “aquele gajo é capaz de tudo, mesmo!”.

3 comentários:

  1. Passo a citar: "Take that Avatar!!!" :)

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  2. E o leitão, Margarida, o que me dizes do leitão???

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  3. Ora o leitãozinho apetitoso (que também me fez pensar de onde raio apareceu) era feito de pixels, tal como as pessoas. Seria igual eles estarem a comer leitão assado ou feijoada à transmontana, se bem que eu preferia a feijoada, já que podia criar a minha própria comida... :p

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