domingo, 28 de fevereiro de 2010

Precious: Based on the Novel Push by Sapphire

Precious: Based on the Novel Push by Sapphire



Até que ponto vai a nossa tolerância em relação àqueles que supostamente nos devem amar? E, por outro lado, até que ponto pode ir o ódio e os maus tratos a alguém que deveriamos amar e proteger?

São estas e outras questões que este filme tenta responder. Precious é o nome da protagonista uma adolescente do Harlem que tem uma vida miserável, vivendo na pele o lado escuro dos sistemas de saúde e de educação norte-americanos. Para além disso, ainda tem de sofrer constantes abusos por parte dos seus pais.

Mas este filme mostra-nos que mesmo na miséria existem sonhos: Precious não desiste de tentar melhorar a sua leitura e escrita, para um dia ser alguém e conseguir dar algumas hipóteses aos dois filhos que, aos 16 anos, já tem.

A beleza deste filme é mesmo essa: mostrar-nos que por muito dificil que a nossa vida esteja há sempre a ambição, a vontade de superar essas dificuldades. Na verdade, e já o tinha sentido isso durante o filme, não é um história muito original...quantos são os filmes que nos mostram como um jovem em dificuldades as supera e atinge os seus objectivos? Só assim de repente lembro-me de uns 5, sendo que o mais próximo deste seria talvez o Dangerous Minds (quem não se lembra desta música?)

O que faz com que a história de Precious se destaque são as interpretações. Todas elas estão muito boas, mas as duas principais - Gabourey Sidibe no papel de Precious e sobretudo Mo'nique no papel de Mary - estão a um nível raramente atingido este ano. Merecem todos os elogios que têm recebido, porque realmente nos fazem sentir que elas SÃO aqueles personagens, não que os estão a interpretar.

Claro que o facto de ter tido todo o apoio promocional da Oprah ajudou à notoriedade que o filme atingiu, mas tenho de concordar que estamos perante um filme que merece ser visto.

Nem que seja porque, tal como me aconteceu a mim, será o primeiro filme com a Mariah Carey de que gostarão. E provavelmente o único.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Single Man

A Single Man:



(mais uma vez fica o aviso, este não é o poster usado em Portugal, mas como gosto mais dele é com este que levam)


Beeeeeeeeeem! Para primeiro filme, este A Single Man está muito bem realizado!

É verdade, A Single Man é o primeiro filme do Tom Ford, um senhor que pelos vistos é uma pessoa importante no mundo da moda (coisa que eu não sabia, porque sei muito pouco sobre o mundo da moda). Pois foi em boa altura que decidiu aventurar-se no cinema e realizar este filme.

A história prende-se com o lidar com uma perda: George (Colin Firth, já falo dele mais abaixo) perde o seu companheiro de vida e, cansado de lidar com a sua perda (acho que isto não é um SPOILER, mas por via das dúvidas não leiam até ao fim do próximo parágrafo) decide acabar com a sua própria vida. Metódico como é, decide gastar o seu último dia a organizar o que ficará para além dele (adorei o pormenor de deixar a roupa, e até o tipo de nó da gravata, escolhido) e a despedir-se dos seus amigos. O alívio vem no final, mas se calhar não como ele (nem nós) estavamos a pensar.

Para mim, há duas coisas que sobressaem neste filme e em primeiro lugar está a fantástica fotografia que nos é apresentada, revelando um impecável sentido estético e que só peca numa coisa...o irritante hábito de mudar a palete de cores consoante o estado de espírito do protagonista. Ou não o faziam e mantinham sempre tudo na mesma onda ou faziam-no de forma mais discreta, assim torna-se uma distracção.

O outro ponto alto é a já muito elogiada interpretação do Colin Firth, que dizem que é um papel de uma vida. Não sei se será caso para pôr a fasquia tão alta (o senhor ainda é relativamente jovem e ainda há de querer subir na carreira, coitadinho) mas acho que se pode dizer que está excelente na sua contenção, mesmo nos momentos mais descontraídos com a sua amiga Charley (Julianne Moore, que fica sempre bem em qualquer fotograma)

Em relação a pontos negativos só uma pequena menção; algo que não mata o filme mas que a meu ver se torna o seu elo mais fraco...Tendo em conta que o filme nos tenta mostrar o desespero de George pela perda do seu amor, os pequenos flirts que vai tendo ao longo do dia em que o seguimos são, por muito inconsequentes que sejam, pareceram-me desajustados.

(Volta o aviso de SPOILER)
Ou nos matamos por amor ou engatamos putos com metade da nossa idade. As duas coisas no mesmo período temporal não soam bem juntas.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Invictus + The Men Who Stare At Goats

Olá amiguinhos, aposto que já tinham saudades das minhas fantásticas SMR. Pois é, estive de férias mas agora já voltei e o que é que vos trouxe de prenda? Duas críticas fresquinhas, de filmes ainda vistos antes de ter ido embora. Desta vez são mais curtinhas por isso mesmo, já passou bastante tempo. Vamos a isso? Vamos!


Invictus:



Gosto do Clint Eastwood. Gosto do Morgan Freeman. Não gosto do Matt Damon. Gostei do filme que juntou os três? Não, nem por isso. Porquê? Porque me pareceu uma salganhada que não consegue aprofundar muito o que - aparentemente - queria aprofundar: a história do Nelson Mandela.

Ao que sei, a ideia era fazer uma versão cinematográfica da autobiografia daquele que é um dos ícones do mundo actual, mas como seria demasiado grande/impossível de filmar optou-se por pegar só neste pedaço, suposto exemplo das suas qualidades enquanto promotor do respeito e sã convivência na África do Sul. Mas, como diria o meu amigo Bruno Aleixo, saiu cócó. A história que era para ser do Mandela é-o muito pouco...de início até sim mas a dada altura pega na selecção de rugby e torna-se um banal filme de desporto em que os underdogs conseguem tudo a que se propõem, acabando por se tornar em heróis.

Isso até podia ser interessante (duvido, por ser algo tão repetido, mas ok), só que a maneira como o jogo é filmado é muito fraquinha...não é preciso ser um grande fã de rugby (eu sou mais ou menos, já acompanho há bastante tempo) para ver que o Clint não vibra lá muito com aquilo, tão pouco intensa é a forma como o filma.

Segue portanto um pedido em inglês, para ele perceber, coitadito: Clint, next time please keep filming smaller/more personal stories, this one was a missed shot.


The Men Who Stare At Goats:



O que dizer de um filme que se pode resumir da seguinte forma: "pelos vistos existiu um programa militar de guerra psicológica. E por guerra psicológica quero dizer poderes telepáticos e afins."

É isso mesmo! O protagonista deste filme, Ewan McGregor, é jornalista e resolve ir até ao Iraque cobrir a recente invasão norte-americana. Enquanto espera pelas devidas licenças encontra o George Clooney, que não estava lá a vender Nespressos mas sim a contribuir para o esforço de guerra americano com os seus poderes Jedi; poderes como atravessar paredes ou, o meu favorito, uma técnica de três toques que te mata...não se sabe é quando, pode ser uns anos depois, mas mata de certeza!

O conceito do filme é tão disparatado, e o estilo do realizador é tão parecido (roubado?) que a dada altura me pareceu que estava a ver um filme da família do Burn After Reading, dos Coen. Mas, infelizmente, este é pior...o filme é disparatado, divertido, mas a dada altura torna-se um bocado lento demais (quando começa a desenvolver demasiadas teorias sobre o assunto) e isso torna-o um bocado mais aborrecido. Mas não é nada que mate o filme, se estiverem numa de ver um grupo de gajos (não há uma única mulher que tenha uma fala on-screen!) a dizer a fazer disparates vejam-no. Se estão numa de ver uma reflexão profunda sobre a guerra do Iraque (ou sobre a guerra em geral) acho melhor verem outra coisa.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

12 dias de descanso

O blog está de férias. Porquê? Por causa disto.




Lá para o final da próxima semana contem com a SMR ao Invictus e ao Men Who Stare At Goats.
Até lá, fieis leitores.