sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Humpday

Humpday:


Imaginem que estão muito bem a dormir na casa que dividem com a vossa mulher e que às três da manhã de uma noite qualquer vos bate à porta, sem qualquer aviso, um amigo dos tempos da Universidade. Imaginem que esse amigo parece o Zach Galifianakis (mas não é, chama-se Joshua Leonard e foi uma das vítimas do Blair Witch Project). Imaginem também que no dia seguinte vão a uma festa com esse amigo (e sem a vossa mulher, que não fica muito contente com a história) e que, já bem bebidos e fumados, começam a desenvolver uma ideia para um projecto artístico: dois amigos heterosexuais terem sexo um com o outro, enquanto forma de expressar a sua amizade. Finalmente, imaginem que no dia seguinte, já sóbrios, debatem com o dito amigo o raio de ideia que tiveram na noite anterior. O que diriam?

Ora, os protagonistas de Humpday continuam a dizer que sim, não se sabe se devido a uma atracção homoerótica latente ou se por não quererem dar parte fraca numa espécie de chickie run de sexo gay. Eu, pela minha parte, sei que não só rejeitaria esse projecto artístico logo à partida como acho estranho que, nas circunstâncias concretas do filme (um dos amigos demonstra ser bastante averso a experimentações sexuais), estas duas pessoas seguissem em frente com o projecto.

Acima de tudo foi essa impressão de falta de razoabilidade de toda a situação que me afastou um pouco do filme. A sua estética indie funciona bem (em certos momentos deu-me a sensação de que este filme inspirou o This Movie is Broken) e não há nada particular que possa apontar como falha, mas realmente estes dois amigos poderiam ter sido dotados de maior inteligência...tal como nos filmes de terror de baixa qualidade em que todos fazem o que não devem fazer ("Ora deixa-me lá ir passear sozinha para a floresta, a meio da noite") também aqui me parece demasiado óbvio que numa situação real um deles diria que não e não havia mais conversa, mas também já não havia filme.

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