Super 8:
E aqui está ela, conforme prometido ontem deixo-vos hoje a SMR daquela que é senão o melhor, o mais original blockbuster do Verão de 2011, o Super 8 de J.J. Abrams (e produção do Spielberg).
Quando digo original refiro-me ao facto de ser provavelmente o único que tem um argumento original (os outros é tudo remakes ou sequelas ou prequelas), mas esse argumento é muito inspirado noutras coisas que já vimos noutros tempos, nomeadamente nos anos 80 e ainda mais especificamente na obra do próprio Spielberg.
Resumidamente, Super 8 é o E.T., mas aqui o extraterrestre é mau em vez de ser aquele bonacheirão que todos conhecemos. Aterrou na terra por acidente, quer voltar para casa mas os mauzões do exército não deixam...soa-vos a E.T. ou não, leitores com mais de 25 anos de idade? Pois soa, pois soa.
Curiosamente (ou não) esta vertente alíenigena do filme é a mais fraca. Tem alguns momentos em que ficamos excitados com tanta acção no ecrã mas bem vistas as coisas há tantos plot holes e o alien é tão pouco empático que, se o filme fosse só isso, a coisa deixaria muito a desejar. Felizmente existe a outra face da moeda que é este filme, os putos.
Parafraseando a canção, os putos deste filme são como pardais à solta, pardais com um enorme interesse em fazer filmes. Joe, Alice, Cary, Martin e Preston não são de certeza os putos mais populares do seu liceu, mas - provavelmente como aconteceu com muitos geeks do mundo real - vão acabar por ser os que têm as histórias mais interessantes para contar quando voltarem à sua terrinha para a reunião dos 25 anos de formatura, vindos directamente de Hollywood.
Este grupo de miúdos junta-se à volta da visão de Charles, o realizador de "The Case", um misto de filme de detectives e de zombies, e vai ser ao filmar uma cena para o filme que as coisas dão para o torto, acabando por ser filmadas pela sua câmara Super 8 (daí o nome). É pena que dêem para o torto, na verdade, porque dei por mim a pensar muitas vezes em quão melhor seria o filme se se tivesse só focado nos miúdos.
Como realizador do filme dentro do filme poderiamos pensar que é Charles o protagonista, mas não. Esse papel vai para Joe e para Alice, o inevitável par romântico que neste caso está no início da adolescência. Se Joel Courtney faz neste filme o seu primeiro papel e promete muito para o futuro a Elle Fanning já tem mais alguns filmes de experiência mas é aqui que me faz dizer, confiantemente, que tem tudo para ser uma das grandes actrizes do futuro. Dois trabalhos brilhantes, dos quais não fica atrás Ryan Lee, enquanto principal comic relief.
Estes seis amigos fazem um conjunto cinematográfico como não se via desde os quatro de Stand by Me e, no meio de tanta explosão, conseguiram fazer-me rir bem mais do que na maioria das comédias deste ano. É pena, portanto, que o extraterrestre acabe por estar a mais na história, pois se o filme se se focasse apenas na humanidade dos personagens (humanos) poderiamos estar perante um E.T. para a nova geração.
P.S.: Não saiam logo que começam os créditos, ao fim de uns segundos começa "The Case", o filme que os miúdos filmaram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário