domingo, 20 de março de 2011

Panique au village

Panique au village:



Já tive oportunidade de o dizer aqui antes, mas desde há mais ou menos 10 anos que sigo um estilo de vida chamado straight edge, um estilo de vida que - resumindo muito as coisas - consiste em nos mantermos puros de corpo e mente, nomeadamente sem vícios. Isto, claro, leva a que não beba, não fume e não me drogue.

Pois hoje, meus amigos, não sei se ainda serei straight, não depois de ter visto Panique au village, o mais próximo que já estive de uma trip de LSD e sem dúvida a melhor experiência alucinogénea que conseguirão ter com apenas 4 €. Este é um filme em que a coisa mais normal é um cavalo com o um boné que toca música de Mozart a conduzir um carro tipo lowrider., um filme cuja história não consigo descrever por palavras próprias por isso faço uma tradução livre do que está no IMDB:

Brinquedos de plástico como o Cowboy, o Índio e o Cavalo também têm problemas. O plano do Cowboy e do Índio para surpreender o Cavalo no seu aniversário com um barbeque de tijolo corre mal e acabam por lhe destruir a casa. A partir daí começam as aventuras surreais que os levam ao centro da terra, a caminhar pela tundra gelada e a descobrir um mundo sub-aquático paralelo onde vivem criaturas desonestas e com cornos. Com o pânico a ser uma constante nesta aldeia de brincar será que Cavalo alguma vez conseguirá estar a sós com a sua namorada?

Parece-vos esquisito? É mesmo! É mais esquisito do que este resumo deixa antecipar...o resumo não fala do Agricultor, do Burro que toca bateria, do Pai Natal equino/sub-aquático nem das vacas que servem como projécteis e sim, todos eles têm o seu papel em Panique au Village.

Juro que há muito tempo que não saía de uma sessão de cinema com o cérebro tão feito em papa, tamanha é a loucura do filme. Panique au village é deliciosamente idiota e não nos dá 30 segundos de descanso: está sempre algo a explodir, alguém a gritar aos altos berros ou alguma arma a ser disparada (seja ela uma espingarda ou um pinguim mecânico, claro!).

No final de contas o que fica é um filme diferente de tudo o resto, talvez o filme mais original dos últimos anos (apesar de ter alguns pontos de contacto com uma série de televisão, o Robot Chicken) e uma animação que, ao contrário dos pais dos 15 putos de 9 anos que estavam comigo na sala devem ter achado, não é para crianças mas sim para adultos que curtiam voltar a brincar com os seus brinquedos de plástico.

Acho que o seguinte diálogo é ilustrativo do que acabei de dizer.

Miudo de 9 anos #1, no final do filme: "Percebeste?"
Miudo de 9 anos #2: "Não"

Está tudo dito.

P.S.: Esta pequena maravilha da cinematografia belga está a passar no cinema em Lisboa. Aos Domingos, às 16h no novo centro cultural de Lisboa (e um dos sítios mais cool da cidade, onde de certeza que vou voltar várias vezes), o Teatro do Bairro. Na próxima semana quero-vos lá!

Um comentário:

  1. Eu nao diria melhor, so queria acrescentar que já passaram aproximadamente 8h30 minutos desde que tive o privilégio de ver essa pérola e ainda sinto o cérebro dormente...entretanto fiz questão de evitar conversas minimamente complexas com terceiros, respondendo sempre com monossilabos e acenado com a cabeça...e mais nao consigo escrever por motivos, para mim, óbvios...vão ver o filme e percebem logo..ou não.

    Ass: Dineves

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