quinta-feira, 25 de novembro de 2010

The Social Network

The Social Network:



E cá está ela, a prometida SMR ao The Social Network, filme que foi adoptado em quase todo o mundo como sendo “o filme do facebook”.

É verdade, amiguinhos que têm vivido numa caverna desde 2007 (ou 2004, se forem americanos), existe um site chamado facebook que é neste momento, em termos de “população” o terceiro maior país do mundo, com 500 milhões de membros. Este é um filme que conta as suas origens, em 2004 (apenas em 2004!).

Disse “um” filme e não “o” filme porque é preciso fazer-se sempre esta ressalva: o filme é baseado num livro escrito por Ben Mezrich baseado nas informações dadas pelo primeiro CFO do facebook Eduardo Saverin (que, vemos no filme, não pode ter uma visão objectiva) e não teve qualquer informação pelo lado do Mark Zuckerberg, fundador do site e génio anti-social que é aqui interpretado pelo (surpreendente) Jesse Eisenberg.

O resto, poderia dizer-se, é história. Mas não é bem assim, uma das coisas mais estranhas do filme foi – para mim – pensar que todos aqueles eventos decorreram há 5 anos, precisamente quando também eu estive nos EUA e muitas vezes fui à zona da Califórnia para onde eles foram viver. Devia ter conhecido o Mark, apostado naquilo e agora era tão rico que não precisava de escrever críticas de cinema para sustentar a família.

Mas deixemo-nos de considerações parvas. O filme é BOM, assim mesmo com letra grande. E porque é que é bom? A resposta imediata seria “Porque quando acabou estava pronto para mais uma horita daquela história, fiquei mesmo com pena de ter acabado” mas vocês exigem de mim mais que uma resposta imediata, por isso venha a resposta extensa.

Porque como seria de esperar do David Fincher (realizador de que, reparei há pouco tempo, vi todos os filmes) toda a história nos é apresentada de uma forma brilhante e com um ritmo devastador. O primeiro diálogo entre Mark e a sua namorada de então, Erica (que segundo o filme foi a razão pela qual o facebook foi criado, mas aqui acho que houve alguma criatividade), dá o mote: apresenta-nos a personalidade de Mark e sobretudo seu ritmo, mental e verbal, que poucos de nós teríamos paciência para aturar se ele fosse algum colega de trabalho ou de escola mas que para a história funciona na perfeição.

A partir daí a coisa constrói-se através de flashbacks e flashforwards que nos transportam entre os vários locais onde as coisas aconteceram (dormitórios de Harvard, onde o Mark estudou, a tal casa de Palo Alto que já referi, os escritórios em San Francisco, etc.) e os locais – também eles reais – onde as também reais sessões de arbitragem entre Mark e aqueles que procuraram ser compensados pelo seu trabalho (ou não) para a criação deste fenómeno.

É que como diz o poster deste filme, não é possível fazer 500 milhões de amigos sem se fazer uns quantos inimigos. Isto aconteceu nesta história e os tais inimigos foram por um lado Eduardo Saverin, primeiro CFO da empresa e que basicamente foi enrolado até ficar com uma percentagem mínima das acções, e por outro os irmãos Winklevoss e Divya Narendra, que afirmam ter contratado Mark para os ajudar na programação de um site semelhante cuja ideia, dizem, foi apropriada para o facebook.

Sim, o “filme do facebook” é na sua base um court-room drama, mas nem por um momento sentimos associado a ele aquela ideia – generalizada – de que as disputas judiciais são uma seca. Quanto as vemos elas são electrizantes e, na minha opinião, cómicas dado o sentido de humor sequíssimo do fundador da rede social que todos nós usamos e quando somos transportados para fora dela também não temos de lidar com conversas de geeks...Mark é, sem dúvida um geek mas neste caso (e não na vida real, segundo me parece) a presença de Sean Parker (interpretado por um Justin Timberlake que me agrada infinitamente mais como actor que como cantor) só traz benefícios ao filme.

Com ele vêm as festas, vêm os momentos de euforia, o crescimento da empresa – será que seria a mesma sem ele? – mas também os seus maiores problemas. No final fiquei sem qualquer dúvida de que foi ele que tramou Eduardo e não pude deixar de pensar – ao contrário do que tem sido a opinião dominante – que Mark não é assim tão mau como o pintam, ele é apenas um gajo (mais novo que eu) muito enfiado no seu mundo e que, a dada altura, foi levado pela excitação de dominar algo muito maior que ele e com isso lixou quem o tinha ajudado.

Esta história, única, é assim a base de um filme também único - é o primeiro filme sobre uma pessoa viva tão nova (26 anos) - e é, sem dúvida, um empolgante retrato do que deve ter sido uma empolgante experiência.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

You Will Meet a Tall Dark Stranger

You Will Meet a Tall Dark Stranger:



Antes de mais começo por pedir desculpa por andar a fazer posts com tanto atraso. Tenho tido imenso trabalho, muito pouco tempo e como tal procuro gastar o que tenho a ver filmes e não a escrever sobre eles. Fica hoje esta SMR e a promessa de em breve fazer a do The Social Network, que também já vi e – adianto – adorei. Passemos agora ao novo Woody Allen.

Em três palavras: nada de especial. Saí da sessão, a última que vi no Estoril Film Festival deste ano, a pensar que se não fosse ser um filme do Woody Allen nenhuma das estrelas que participa participava e nem um décimo dos espectadores veriam este filme, e desses ainda menos diriam que gostavam.

Há muito que a qualidade do senhor vem decrescendo. É normal, está mais velhote, coitadinho, e a cabeça já não dá para tudo...e neste filme parece que a dada altura deixou mesmo de dar e a história ficou a meio.

Foi isso o que mais me desentusiasmou no filme...as histórias são muito fraquinhas (já as vou resumir num próximo parágrafo) mas podiam ao menos ter acabado. Assim dos 5 ou 6 personagens do filme só dois é que vêm a sua história chegar a um (insatisfatório) fim, sendo que as outras deixamos de as ver como se ainda voltássemos a encontrar-nos mas não.

Deu-me ideia que estava a ver um episódio prolongado (e melhor) de uma novela, sabem? No centro da trama temos Sally e o marido (Naomi Watts e Josh Brolin), casal apenas feliz em aparência, e é por causa deles que conhecemos tanto os pais dela (Anthony Hopkins e, a melhor interpretação do filme, Gemma Jones) - que se divorciaram para o senhor poder estoirar a fortuna com uma prostituta de luxo enquanto a senhora consulta uma taróloga falsa – e ainda o seu chefe (António Banderas) e uma vizinha giríssima (Freida Pinto). No final de contas só uma das histórias tem efectivo final (não vou dizer qual para não me acusarem de ser um spoiler humano) e, ao menos isso, não é o final mais previsível.

Para contar esta história temos os habituais artifícios do Woody Allen: um narrador (será que ainda há outros realizadores a usar narrador com tanta frequência?), piadas existenciais em que o ratio de sucesso está bem abaixo do melhor que o senhor consegue fazer e uma banda sonora de jazz de – parece-me – boa qualidade que vai dando um ambiente mais animado a este que é, a meu ver, a seguir ao Cassandra’s Dream o pior filme “londrino” do mais famoso realizador de Nova Iorque.

Apetece parafrasear o próprio filme, que cita Shakespeare, quando diz que a vida é apenas “sound and fury, signifying nothing”. Este filme é o mesmo, uma hora e trinta e oito minutos que acabam por não adiantar nada à nossa vida.

P.S.: Lembram-se do que disse no primeiro post EFF deste ano sobre o festival estar a perder qualidade? Pois nesta sessão confirmou-se...começou com uma hora de atraso pura e simplesmente porque não conseguiram gerir bem os horários dos filmes. É uma pena para um evento com tanto potencial.

domingo, 14 de novembro de 2010

Scott Pilgrim vs. The World

Scott Pilgrim vs. The World:



A história do cinema está cheia de maus filmes que adaptam videojogos, veja-se o Alone in the Dark ou aquele que foi o primeiro filme que vi sem os meus pais, no dia do meu 12º aniversário, o grandioso Street Fighter (com o Jean-Claude Van Damme).

Pois o Scott Pilgrim vs. The World não é uma adaptação de qualquer jogo (o jogo veio depois) mas antes adapta uma BD e é - sem sombra de dúvidas - o mais próximo de um jogo que o cinema já viu. Tem barras de energia? Tem! Tem 1up's? Tem! Tem pee meters? Tem! (E será que há algum jogo com pee meter? Não que me lembre).

Scott Pilgrim é o protagonista desta nossa história. É interpretado pelo Michael Cera, que pela primeira vez parece começar a soltar-se do personagem padrão que representa sempre, o geek meio trapalhão meio bem sucedido com um determinado tipo de miúdas. O Scott de Cera (e reparem no C maiúsculo, se fosse minúsculo estaria a referir-me a uma estátua do Madame Tussaud's) não deixa de ser geek mas é-o com estilo: toca baixo numa banda e - estranhamente - tem bastante sucesso com as miúdas.

Uma dessas miúdas digamos que lhe rouba o coração. Chama-se Ramona Flowers e é bem mais vivida que o nosso amigo Scott. Tem, aliás, bastante bagagem: sete "evil ex-boyfriends" (ex-namorados maldosos soa mesmo mal) que o nosso herói terá de combater.

Partindo dessa premissa o realizador Edgar Wright (o mesmo do Shaun of the Dead e do, genial, Hot Fuzz) cria basicamente o impossível. A mínima coisa poderia fazer descarrilar o filme e torná-lo impossível de se ver, mas incrivelmente tudo corre bem e - tirando o demasiado tempo dedicado às lutas - ficamos com um filme muito bom.

Será que Scott vai ficar com a sua Ramona? Será que algum dos malvados vencerá? (pareço a voz off do Dragon Ball, eu sei) Será que os seus Sex Bob-omb vencerão o Battle of the Bands? Será que Knives, a sua ex-namorada colegial/stalker assassina reconquistará o seu amor e fará dele o parceiro ideal do Dance Dance Revolution?

É difícil explicar o que se passa na película, dada a insanidade de tudo o que vamos vendo, mas faço o apelo que o Nuno Markl fez e digo-vos que é daqueles filmes que devem mesmo ser vistos numa tela enorme e com o volume bem alto (se bem que eu sou daqueles que acredita que TODOS os filmes devem ser vistos no cinema), sobretudo pelas cenas de acção completamente over the top.

Scott Pilgrim vs The World tem muito humor, tem (demasiada) acção, tem muito boa música (composta de propósito pelo Beck e os Broken Social Scene, entre outros) e tem as melhores piadas vegan de todos os tempos. Nem que seja por isso devem ir vê-lo, mas se não vos chegar volto a parafrasear outros críticos, desta vez a Empire, dizendo que no futuro próximo existirão muitos filmes neste género, felizmente este é o único que é realmente bom.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Winter's Bone

Winter’s Bone:



Antes de ir para o Centro de Congressos do Estoril (uma das salas do Estoril Film Festival) falava com uma amiga que me perguntou como é que escolho os filmes que quero ver nos festivais? A resposta que lhe dei, neste caso, é que já tinha ouvido o muito hype positivo que o Winter’s Bone tem tido junto da crítica. Posso agora juntar-me a esse hype e recomendar vivamente que o vejam assim que estrear nas salas comerciais ou, porque não é um filme muito mainstream, quando for directamente para DVD.

Sabia do hype antecipadamente mas não sabia quase mais nada, à excepção de ser protagonizado por uma actriz muito jovem (Jennifer Lawrence), que dava uma lição a muitas outras bem mais experientes. Também isso posso confirmar, a protagonista está constantemente em cena (penso que não há nenhuma cena sem ela, mesmo) e em todas elas dá razão a quem já vaticinou uma nomeação ao Oscar de melhor actriz.

Ela vai realmente muito bem mas não é a única. Teardrop, seu tio e derradeiro protector (se bem que com métodos muito pouco convencionais), é interpretado por John Hawkes, protagonista de Me, You and Everyone We Know e está tão diametralmente oposto desse e de outros seus papeis que só posso aplaudir a sua prestação. O negócio de um actor é transformar-se e com ele só me apercebi de quem era depois de ler no IMDB, apesar de durante o filme achar sempre que já tinha visto aquela cara.

O que também é muito bom é a realização de Debra Granik, realizadora independente que assina aqui a sua segunda obra. Todo o ambiente do filme é metálico (a luz, as cores, os sons) e feio, quase assustador, chegando a parecer-se por vezes com o The Road mas com a agravante de aqui tudo ser real. Este mundo existe, situa-se no Norte dos EUA (Ozark Mountains) e é um retrato realista da América, muito mais do que o que se costuma ver em filmes de Hollywood. Ao longo do filme pensei que deveria comparar-se esta jovem de 17 anos (é essa a idade da protagonista) e as que entram no programa My Super Sweet 16, da MTV...dificilmente pensaríamos que se tratam de cidadãs do mesmo país.

Finalmente, a tudo isto junta-se uma boa história. A premissa em si não é nada de outro mundo: uma jovem precisa de encontrar o pai para poder continuar a viver a sua (já de si muito difícil) vida, mas o que mais me deixou bem impressionado foi a capacidade que o filme tem de nos mostrar como é que aquela gente vive. Numa região perdida nos confins dos EUA as regras ainda são muito próximas do que ligamos a filmes de cowboys. A honra, o sangue e sobretudo o silêncio perante a lei (assim chamam à polícia) são valores acima dos quais ninguém deve passar, sob pena de sofrer duras consequências. Ree ousa confrontar essas regras, fá-lo por duas simples razões: Sonny e Ashlee, seus irmãos bastante mais novos e únicas razões pelas quais ela – que não pertence realmente àquele mundo miserável – não foge em busca de uma vida melhor.

Só depois de sair do cinema é que soube que este filme tinha ganho dois importantes prémios em Sundance. Confirma-se portanto o hype e agora, depois da minha recomendação, ainda mais. Vejam o filme quando puderem, vão sair deprimidos mas ao mesmo tempo satisfeitos por terem ganho (não perdido) aqueles minutos.





P.S.: Como já referi, vi o filme no âmbito do Estoril Film Festival. É a terceira edição seguida a que vou e das três fiquei com a ideia de que esta está pior que as anteriores (mas também posso estar mais exigente, é possível). Ou eu estou ceguinho ou não existem sinopses dos filmes no site e as mudanças repentinas de sala bem como reels com as legendas todas descoordenadas não ajudam à boa reputação do evento. Lá estarei em 2011 (e noutras sessões de 2010) para ver se melhora.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

She's out of my league

She’s out of my league:



Sabem aqueles filmes com uma premissa que mostra algum potencial mas que acabam por não dar em nada? Leitores, apresento-vos She’s out of my league, She’s out of my league, apresento-te os meus queridos leitores.

Agora que já se conhecem permitam-me desenvolver. A premissa do filme (a tal que tinha algum potencial) tem a ver com a teoria de que cada pessoa tem uma capacidade de atracção que, de acordo com os amigos do personagem principal, Kirk (Jay Baruchel, a fazer-me lembrar um dos leitores deste blog, e ele sabe quem é), se exprime por um valor de 1 a 10, sendo que não é possível dar um salto de mais de dois valores. Ou seja, uma pessoa de nível 6 pode, no máximo, aspirar a um 8 mas nunca a um 9 ou um 10.

Enquanto premissa para uma comédia à la American Pie a coisa poderia ter piada, se bem explorada. O problema é que a tal ideia, que até é mencionada no poster, acaba por não passar de um mero adereço no panorama geral do filme, em que o típico geek que não tem onde cair morto tem a “sorte” de ter a típica rapariga giraça e cheia de potencial (e dinheiro) apaixonar-se por ele. É uma má história de amor disfarçada de (menos, mas ainda assim má) comédia romântica.

Para além do mau uso dessa premissa, o filme a meu ver tem duas grandes falhas: em primeiro lugar deveria ser óbvio que para este tipo de filmes a química entre os actores principais é essencial. Não deve ter sido esse o entendimento do realizador (Jim Field Smith) ao escolher Alice Eve como a sua protagonista, porque a rapariga não só não tem química com o seu par como nem sequer a tem com a câmara. É uma actriz fraca que poderia ter compensado isso com charme (veja-se a Cameron Diaz em The Mask, por exemplo) mas que não consegue passar nada de nada.

O outro problema é o modo piloto automático em que o guião deve ter sido feito. Ambas as partes deste suposto casal maravilha têm os seus side-shows, com nenhuma originalidade: temos o amigo que toda a gente diria que é gay até ele dizer que é casado, temos a amiga cabra e temos o irmão idiota, entre outros.


O que temos no final de contas é um filme que gostaria de ser um 5 (nota positiva), mas que só com muita sorte conseguirá dar esse salto...






... e se não perceberam o parágrafo anterior releiam o segundo parágrafo desta SMR.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Shoot Me + The Town

Shoot Me:



Já disse aqui imensas vezes que gosto quando os cinemas passam curtas-metragens antes dos filmes, é uma prática muito saudável sobretudo porque caso contrário é praticamente impossível vermos curtas fora de festivais.

Dito isto, a exibição desta curta-metragem portuguesa antes do americano The Town percebe-se pouco. Em primeiro lugar, e neste caso por razões objectivas, porque o filme "principal" é bastante longo por si só e como tal ter mais 20 minutos acrescentados estica a sessão de cinema um bocadinho para além do desejável. A segunda razão é subjectiva, os filmes não têm nada a ver um com o outro! Bem sei que não têm de estar relacionados, mas parece-me que havia emparelhamentos mais fáceis de se fazer.

A história de Shoot Me fez-me lembrar o Belle de Jour, já que Teresa (a protagonista) é uma mulher insatisfeita com a sua relação que aproveita alguns momentos de privacidade para dar uma voltinha por fora, chamemos-lhe assim. Essa voltinha é, aliás, o único momento que gostei do filme: tudo o resto é demasiado formal (a seguir a - má - escola do cinema português) e o final bastante previsível.

Tem, porém, a vantagem de sustentar um dos meus celebrity crushes e sustentar a minha afirmação de que a Maria João Bastos é uma das mais sexy mulheres portuguesas.


The Town:



O segundo filme deste double-post, e segundo filme da sessão, é também o segundo filme realizado pelo Ben Affleck.

Não vi o primeiro, Gone Baby Gone, mas teve excelentes críticas na concorrência e um dia que o apanhe por aí terei todo o gosto em vê-lo porque, frase que nunca pensei dizer, o Ben Affleck é bom, caraças!! Sim, é melhor atrás das câmaras que à frente, como o seu Óscar já poderia indicar (sim, amigos, o Ben Affleck já ganhou um Óscar), e agora pode gabar-se de dizer que está a atingir um bom patamar a nível de realização.

Não vão à espera de ver imagens à Terrence Mallick ou uma edição à Tarantino, mas neste filme - que resumidamente é sobre assaltos a bancos - conseguimos sentir-nos no meio de um jogo do gato e do rato, precisamente a sensação que devemos ter neste tipo de histórias.

Será que quem ganha esse jogo é Doug (Ben Affleck, também bem à frente da câmara) e o seu gang - no qual se inclui o James de Jeremy Renner, a grande interpretação do filme - ou sairá o FBI vencedor? Só o descobrimos (literalmente) na cena final, mas entretanto vamos assistindo a excelentes cenas de perseguição através de uma cidade de Boston mostrada por um acérrimo fã.

Por acaso isso foi um ponto extra a favor do filme. Estive recentemente naquela cidade e foi giro re-descobrir alguns dos locais que visitei (nomeadamente o tal bairro de Charlestown, por onde passei sem ter noção da fama). De qualquer forma, mesmo que nunca tenham lá ido e odeiem quem lá foi o filme vale a pena; não é um instant classic mas é um dos melhores filmes tipicamente"de gajo" que vi nos últimos tempos. As raparigas é que se calhar não lhe acham tanta piada.