domingo, 14 de novembro de 2010

Scott Pilgrim vs. The World

Scott Pilgrim vs. The World:



A história do cinema está cheia de maus filmes que adaptam videojogos, veja-se o Alone in the Dark ou aquele que foi o primeiro filme que vi sem os meus pais, no dia do meu 12º aniversário, o grandioso Street Fighter (com o Jean-Claude Van Damme).

Pois o Scott Pilgrim vs. The World não é uma adaptação de qualquer jogo (o jogo veio depois) mas antes adapta uma BD e é - sem sombra de dúvidas - o mais próximo de um jogo que o cinema já viu. Tem barras de energia? Tem! Tem 1up's? Tem! Tem pee meters? Tem! (E será que há algum jogo com pee meter? Não que me lembre).

Scott Pilgrim é o protagonista desta nossa história. É interpretado pelo Michael Cera, que pela primeira vez parece começar a soltar-se do personagem padrão que representa sempre, o geek meio trapalhão meio bem sucedido com um determinado tipo de miúdas. O Scott de Cera (e reparem no C maiúsculo, se fosse minúsculo estaria a referir-me a uma estátua do Madame Tussaud's) não deixa de ser geek mas é-o com estilo: toca baixo numa banda e - estranhamente - tem bastante sucesso com as miúdas.

Uma dessas miúdas digamos que lhe rouba o coração. Chama-se Ramona Flowers e é bem mais vivida que o nosso amigo Scott. Tem, aliás, bastante bagagem: sete "evil ex-boyfriends" (ex-namorados maldosos soa mesmo mal) que o nosso herói terá de combater.

Partindo dessa premissa o realizador Edgar Wright (o mesmo do Shaun of the Dead e do, genial, Hot Fuzz) cria basicamente o impossível. A mínima coisa poderia fazer descarrilar o filme e torná-lo impossível de se ver, mas incrivelmente tudo corre bem e - tirando o demasiado tempo dedicado às lutas - ficamos com um filme muito bom.

Será que Scott vai ficar com a sua Ramona? Será que algum dos malvados vencerá? (pareço a voz off do Dragon Ball, eu sei) Será que os seus Sex Bob-omb vencerão o Battle of the Bands? Será que Knives, a sua ex-namorada colegial/stalker assassina reconquistará o seu amor e fará dele o parceiro ideal do Dance Dance Revolution?

É difícil explicar o que se passa na película, dada a insanidade de tudo o que vamos vendo, mas faço o apelo que o Nuno Markl fez e digo-vos que é daqueles filmes que devem mesmo ser vistos numa tela enorme e com o volume bem alto (se bem que eu sou daqueles que acredita que TODOS os filmes devem ser vistos no cinema), sobretudo pelas cenas de acção completamente over the top.

Scott Pilgrim vs The World tem muito humor, tem (demasiada) acção, tem muito boa música (composta de propósito pelo Beck e os Broken Social Scene, entre outros) e tem as melhores piadas vegan de todos os tempos. Nem que seja por isso devem ir vê-lo, mas se não vos chegar volto a parafrasear outros críticos, desta vez a Empire, dizendo que no futuro próximo existirão muitos filmes neste género, felizmente este é o único que é realmente bom.

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