Sabem aqueles filmes com uma premissa que mostra algum potencial mas que acabam por não dar em nada? Leitores, apresento-vos She’s out of my league, She’s out of my league, apresento-te os meus queridos leitores.
Agora que já se conhecem permitam-me desenvolver. A premissa do filme (a tal que tinha algum potencial) tem a ver com a teoria de que cada pessoa tem uma capacidade de atracção que, de acordo com os amigos do personagem principal, Kirk (Jay Baruchel, a fazer-me lembrar um dos leitores deste blog, e ele sabe quem é), se exprime por um valor de 1 a 10, sendo que não é possível dar um salto de mais de dois valores. Ou seja, uma pessoa de nível 6 pode, no máximo, aspirar a um 8 mas nunca a um 9 ou um 10.
Enquanto premissa para uma comédia à la American Pie a coisa poderia ter piada, se bem explorada. O problema é que a tal ideia, que até é mencionada no poster, acaba por não passar de um mero adereço no panorama geral do filme, em que o típico geek que não tem onde cair morto tem a “sorte” de ter a típica rapariga giraça e cheia de potencial (e dinheiro) apaixonar-se por ele. É uma má história de amor disfarçada de (menos, mas ainda assim má) comédia romântica.
Para além do mau uso dessa premissa, o filme a meu ver tem duas grandes falhas: em primeiro lugar deveria ser óbvio que para este tipo de filmes a química entre os actores principais é essencial. Não deve ter sido esse o entendimento do realizador (Jim Field Smith) ao escolher Alice Eve como a sua protagonista, porque a rapariga não só não tem química com o seu par como nem sequer a tem com a câmara. É uma actriz fraca que poderia ter compensado isso com charme (veja-se a Cameron Diaz em The Mask, por exemplo) mas que não consegue passar nada de nada.
O outro problema é o modo piloto automático em que o guião deve ter sido feito. Ambas as partes deste suposto casal maravilha têm os seus side-shows, com nenhuma originalidade: temos o amigo que toda a gente diria que é gay até ele dizer que é casado, temos a amiga cabra e temos o irmão idiota, entre outros.
O que temos no final de contas é um filme que gostaria de ser um 5 (nota positiva), mas que só com muita sorte conseguirá dar esse salto...
... e se não perceberam o parágrafo anterior releiam o segundo parágrafo desta SMR.
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