Antes de mais começo por pedir desculpa por andar a fazer posts com tanto atraso. Tenho tido imenso trabalho, muito pouco tempo e como tal procuro gastar o que tenho a ver filmes e não a escrever sobre eles. Fica hoje esta SMR e a promessa de em breve fazer a do The Social Network, que também já vi e – adianto – adorei. Passemos agora ao novo Woody Allen.
Em três palavras: nada de especial. Saí da sessão, a última que vi no Estoril Film Festival deste ano, a pensar que se não fosse ser um filme do Woody Allen nenhuma das estrelas que participa participava e nem um décimo dos espectadores veriam este filme, e desses ainda menos diriam que gostavam.
Há muito que a qualidade do senhor vem decrescendo. É normal, está mais velhote, coitadinho, e a cabeça já não dá para tudo...e neste filme parece que a dada altura deixou mesmo de dar e a história ficou a meio.
Foi isso o que mais me desentusiasmou no filme...as histórias são muito fraquinhas (já as vou resumir num próximo parágrafo) mas podiam ao menos ter acabado. Assim dos 5 ou 6 personagens do filme só dois é que vêm a sua história chegar a um (insatisfatório) fim, sendo que as outras deixamos de as ver como se ainda voltássemos a encontrar-nos mas não.
Deu-me ideia que estava a ver um episódio prolongado (e melhor) de uma novela, sabem? No centro da trama temos Sally e o marido (Naomi Watts e Josh Brolin), casal apenas feliz em aparência, e é por causa deles que conhecemos tanto os pais dela (Anthony Hopkins e, a melhor interpretação do filme, Gemma Jones) - que se divorciaram para o senhor poder estoirar a fortuna com uma prostituta de luxo enquanto a senhora consulta uma taróloga falsa – e ainda o seu chefe (António Banderas) e uma vizinha giríssima (Freida Pinto). No final de contas só uma das histórias tem efectivo final (não vou dizer qual para não me acusarem de ser um spoiler humano) e, ao menos isso, não é o final mais previsível.
Para contar esta história temos os habituais artifícios do Woody Allen: um narrador (será que ainda há outros realizadores a usar narrador com tanta frequência?), piadas existenciais em que o ratio de sucesso está bem abaixo do melhor que o senhor consegue fazer e uma banda sonora de jazz de – parece-me – boa qualidade que vai dando um ambiente mais animado a este que é, a meu ver, a seguir ao Cassandra’s Dream o pior filme “londrino” do mais famoso realizador de Nova Iorque.
Apetece parafrasear o próprio filme, que cita Shakespeare, quando diz que a vida é apenas “sound and fury, signifying nothing”. Este filme é o mesmo, uma hora e trinta e oito minutos que acabam por não adiantar nada à nossa vida.
P.S.: Lembram-se do que disse no primeiro post EFF deste ano sobre o festival estar a perder qualidade? Pois nesta sessão confirmou-se...começou com uma hora de atraso pura e simplesmente porque não conseguiram gerir bem os horários dos filmes. É uma pena para um evento com tanto potencial.
Aguardo ansiosamente a tua review do The Social Network para saber porque gostaste tanto do filme; eu não gostei nada!
ResponderExcluirJá aí a tens, agora sou eu a aguardar ansiosamente...o teu comentário
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