quarta-feira, 15 de setembro de 2010

The Killer Inside Me

The Killer Inside Me:

Gosto do Casey Affleck! Acho-o um bom actor; achei-o a principal revelação do (subvalorizado) The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford e não serei concerteza o único a achar que tem bem mais talento que o irmão (que por sua vez anda a tornar-se um bom realizador, ao que dizem).Gosto de policiais! Se bem que neste caso estamos perante um policial invertido, em que o polícia (o nosso amigo Casey, claro) é, afinal de contas, não o ladrão mas o assassino.

Gosto de violência! Ou melhor, não gosto de violência mas a violência cinematográfica não me incomoda, vejo-a como um aspecto muitas vezes necessário para passar a mensagem. Alguns dos meus filmes favoritos (Natural Born Killers, City of Life and Death ou até mesmo o Dogville) são extremamente violentos.

Gostei deste filme? Não! Neste caso o total é bem inferior à soma das partes.

Consigo perceber a polémica à volta da brutalidade de algumas das cenas (quase tão fortes como o Irréversible, esse sim um grande filme) e é normal que haja sempre gente pronta a dizer que gosta, nem que seja para parecer cool, mas neste caso até eu - que sou bem cool, caramba - tenho de admitir que fiquei incomodado.

Não é pela violência em si, que já vi bem pior, mas sim pela falta de sentido para aquilo tudo. É que enquanto que no Irréversible (sem dúvida o melhor exemplo) a motivação está toda lá (vingança e desespero) aqui não se percebe porque é que o protagonista, Lou Ford, desata a esmurrar até à morte uma data de gente; gente que supostamente ele ama.

Aliás, verdade seja dita que não se percebe quase nada do filme: nem a violência, nem o suposto plano que o Lou com a sua primeira amante/vítima (Jessica Alba), nem porque é que um homem aparentemente tão pacato e inteligente tem tendências homicidas porque a sua mãe gostava que ele lhe desse uns tautaus (don't ask!), nem sequer o que é que eles diziam a maior parte do tempo (mas aí a culpa é minha, que vi o filme sem legendas e os actores usam um sotaque texano muito cerrado).

Entendo a ideia de mostrar a besta por detrás de um homem bestial, mas já foi feito tantas vezes e tão melhor que também não consigo perceber porque é que fizeram um filme quando o único elemento valorizante (a nível económico) é a polémica que já se sabia que ia levantar.

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