segunda-feira, 14 de junho de 2010

Les herbes folles

Les herbes folles:


Para descansar aqueles que já pensavam que o blog estava morto, posso assegurar-vos que não está. Eu é que tenho andado mais ocupado (isto - ainda - não é a minha profissão) e as idas ao cinema têm-se ressentido. Voltemos, porém, ao activo com mais um filme francês daqueles que vocês tanto gostam.

O nome é Les herbes folles - As ervas daninhas, o realizador é o Alain Resnais (um mito vivo do cinema europeu) e a principal razão pela qual resolvi ir ver este filme foi o excelente e muito original trailer que o promove nos cinemas Medeia. Isso e o estar em sala já há bastante tempo. (Se puderem vejam mesmo o trailer, adorei).

Não fiquei nem surpreendido com o que vi. Enquanto história o filme não passa muito do seu título...é um filme "daninho" na cinematografia de um realizador que já nos deu obras-primas como o Hiroshima, mon amour ou Nuit et bruillard (este já de 1955). É uma história que parte de um acaso, uma carteira que é roubada une intensamente a sua dona e o cinquentão que a encontra, e que nunca se deixa aprofundar demasiado. Nunca percebemos bem o que motiva os protagonistas, nem os secundários que os seguem quase cegamente.

A história é abaixo da média, mas a elevadíssima destreza técnica mais que compensa essa falha. Dá gosto ver como um realizador ainda do tempo em que era preciso saber filmar faz o que quer com os planos que quer - é que agora, com todas as técnicas de pós-produção deve ser mais fácil, digo eu, é tipo fotografia analógica e digital.

Não é um Terrence Malick, não é um Kubrick, é mais show off e menos interessante que ambos, mas é Resnais e deu-me prazer ver o trabalho de um realizador que, como a Empire dizia, insiste em fazer do cinema uma forma de arte.

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