domingo, 10 de janeiro de 2010

Anvil: The Story of Anvil + Where the Wild Things Are

Anvil: The Story of Anvil:



Inspirado por um post de um blog que acompanho (e recomendo), resolvi finalmente ver este documentário sobre o qual já tinha ouvido muito boas coisas. É uma história interessante, sobretudo para quem - como eu - tem interesse neste tipo de realidades, nomeadamente o espectro mais "pesado" da música, mas que conseguirá comover mesmo aqueles que não podem com este tipo de música. O metal pode ser tudo para os Anvil, mas não é tudo neste filme.

Neste documentário (que é real, apesar das parecenças com o This is Spinal Tap! acompanhamos a história da banda Anvil, uns senhores que pelos vistos influenciaram bandas do metal bastante mais conhecidas (o filme tem testemunhos de membros de Motorhead, Slayer, Metallica, Guns N' Roses, etc.) mas que não tiveram a sorte de serem lançadas para o estrelato.

Ao contrário dessas bandas mais famosas e que agora esgotam Pavilhões Atlânticos e afins, os Anvil continuam a tocar onde (provavelmente) começaram, em bares quase vazios, em pavilhões demasiado grandes para o público que lá está dentro, mas com uma grande diferença...agora têm 50 anos e não 20, como quando resolveram fundar a banda.

Ao ouvirmos as entrevistas feitas aos membros da banda e em particular ao seu mentor, o vocalista Lips, apercebemo-nos que mesmo 30 anos depois (e, como dizia o Slash, quantas bandas é que duram 30 anos?) os Anvil continuam a apostar no estrelato mas entretanto vão aproveitando o que a banda lhes dá.

Particularmente chocante para quem não esteja muito dentro deste meio são as cenas da tour europeia que eles fazem, mas que infelizmente são a realidade para a grande maioria das bandas mais underground. As coisas correm muito mal mas logo a seguir a essa tour eles apercebem-se que têm de apostar em managers de maior qualidade, melhores gravações, etc., e as coisas parecem começar a melhorar.

Se melhoram ou não é quase secundário. O que aqui interessa e comove é ver como este grupo de cinquentões continuam a lutar pelo seu sonho e a viver a vida ao máximo, seguindo as máximas do rock'n roll de que tanto gostam.

Já devem ter percebido que gostei bastante de ver o filme. A minha maior crítica é mesmo o facto de fazer lembrar vezes demais o já referido This is Spinal Tap, esse que era até agora o documentário mais importante sobre bandas metal...mas que era falso. Os Anvil são verdadeiros, a música deles não é fantástica (demasiado 80's para o meu gosto) mas a sua preserverança é um exemplo que todos deviamos seguir para atingir os nossos sonhos.


Where the Wild Things Are:



O livro que serve de base a este filme do Spike Jonze (realizador do qual sou um fã confesso) é famoso por várias coisas: por ser um dos livros de histórias para crianças mais amados nos Estados Unidos, por ser bastante curto (48 páginas, na edição mais comum) e por ter muito poucas palavras.

Ora, como é que se adapta um livro que está no imaginário colectivo de uma nação de 308 milhões de pessoas e que tem como característica principal o ser "preenchido" de forma diferente por cada uma das crianças que ouviu a história antes de dormir? É muito difícil, e é por ser assim tão dificil que acho que o Spike Jonze é o realizador ideal. O que vemos no filme é a sua visão da história, mas felizmente adopta um estilo que quase nos permite vermos o filme da nossa própria maneira, também.

Claro que a história é uma só, a de Max - um miúdo que no mundo real não tem muitos amigos e usa a sua imaginação para criar mundos em que se torna o rei dos vikings e tem poderes "super especiais". Mas a história objectiva pouco conta neste filme que procura evocar-nos as nossas próprias memórias de infância.

Exemplo do que digo é o que nos diz o trailer: todos nós tivemos esperanças, todos nós tivemos medos, todos nós tivemos aventuras. É esse o papel das Wild Things, seres imaginários que para Max são absolutamente reais; um papel essencial para que Max perceba que a vida é feita de brincadeiras mas também de responsabilidade e que com isso perdoe a sua mãe e volte para casa.

O ponto mais forte deste filme é esse mesmo, a tentativa bem conseguida de nos fazer regressar às nossas infâncias, àqueles momentos em que nada nos parecia mais fixe que chatear os amigos dos nossos irmãos e em que não ter companhia para brincar era um drama de todo o tamanho.

Nesse sentido, o filme atingiu claramente o seu objectivo. Mas ainda assim saí parcialmente desiludido...A história é uma história de crianças, o filme acabou por não o ser, é antes um filme para adultos que ainda se lembram de como era subir às árvores ou lutar com pistolas imaginárias. O problema é que o livro é curto e a história é longa (tem 101 minutos, deveria ter menos uns 10 ou 15), e para além disso tenta tornar as coisas demasiado infantis. Não sei como é o livro, nunca mo leram (mas hei de o comprar, um dia que o veja à venda), mas parece-me que os momentos mais sérios deveriam ser um pouco mais sérios, tal como os de brincadeira são realmente divertidos.

Uma última nota para a tradução. Normalmente faço críticas aos títulos dos filmes ou aponto erros de tradução, mas neste caso devo elogiar quem fez a tradução portuguesa, porque teve o bom senso de traduzir as expressões inglesas para os seus equivalentes em linguagem infantil portuguesa.

4 comentários:

  1. ahah obrigado pela referência, o documentário é realmente bom!

    já agora como não encontro o post aproveito para dizer que também acabei por sacar o Moon por ter lido sobre ele aqui no blog e também me surpreendeu pela positiva...tenho é que arranjar tempo para escrever sobre o filme lol.

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  2. Vi o Where the Wild Things Are ontem. Adorei!!! Fui criança por quase duas horas e saí do cinema com vontade de desatar a correr, e rebolar por montes de areia abaixo e rir só porque sim :) foi fixe...gosto de filmes que me deixem com um sorriso no fim.

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  3. Rebolar por montes de areia? Ora vai lá ver o filme que coloquei no meu facebook em honra deste teu comentário ;)

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