segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rudo y Cursi + The Hangover + I Love You, Man + Before the Devil Knows You're Dead

Prometo que vou tentar alterar este esquema de vários filmes em cada post, não me agrada tanto escrever assim (a SMR de cada filme fica sempre mais pequena) e cheira-me que para vocês é menos interessante.
Mas como estive no Porto a última semana e meia, terei de actualizar tudo de uma assentada.

Rudo y Cursi:



Cheguei até este filme por causa do trailer e da dupla Gael Garcia Bernal e Diego Luna, que por causa do Y tu mamá tambien me deixou bastante interessado. Mas tanto o trailer como esse filme anterior criaram expectativas que, infelizmente, não foram atingidas.
Não é que o filme seja mau...a história é interessante e dá para se passar um bom bocado, mas acaba por não chegar ao nível a que tinha esperado: a história "perde-se" um bocado na segunda metade (dão demasiado tempo ao "negócio" final, comparado com o resto, a meu ver).
Apesar disto tudo recomendo, sobretudo a quem goste de futebol ou de cinema sul-americano.

The Hangover:



Este vi depois de saber do grande hype que o rodeava. Estava com medo de sair de lá desiludido mas superou as expectativas.
The Hangover é uma comédia mais adulta do que as centenas (ok, talvez dezenas, se querem ser picuinhas) de outras que saem todos os verões. Não tem piadas "de casa de banho" (embora tenha piadas na casa de banho), não tem nudez gratuita (embora tenha nudez) e não tem adolescentes parvos (embora tenha adultos extremamente parvos).
Claro que o filme nos pede um grande período de suspension of disbelief, as probabilidades de tudo aquilo acontecer na realidade são pouco mais que nulas mas rapidamente nos deixamos levar pela onda de loucura que é Vegas (e eu adoro Vegas! É uma Disneyland para adultos) e divertimo-nos que nem parvos enquanto pensamos "what the f*ck?" a cada nova situação em que eles se metem.
Acho que o melhor elogio que posso dar ao filme é que me fartei de pensar que os actores se estavam mesmo a divertir enquanto filmavam, por isso - e tirando as cenas demasiado abichanadas do gangster asiático - posso dizer-vos que esta foi a comédia mais divertida que vi em bastante tempo.

Nota: não sei se terá algo a ver com género, mas quase todos os rapazes que conheço e que viram este filme adoraram-no, já as raparigas nem tanto. Alguma menina quer opinar?


I Love You, Man:



Este filme é diametralmente oposto do anterior. Uma comédia(?) muito muito muito má com dois actores dos quais não desgosto, Paul Rudd e Jason Segel.
Mas a sério...que porcaria de filme - dura 105min não me ri uma única vez e cheguei a ouvir pessoal no cinema a dizer "Que seca!" - os actores parecem não estar lá, as cenas não têm ligação umas com as outras, as histórias secundárias começam mas nunca são desenvolvidas e a porra da frase "slap the bass" repetida até à exaustão (como se tivesse piada!).
Sei que o ranking do IMDB não é propriamente científica, mas quando vejo este filme com uma média de 7.8/10 e eu tive de lhe dar 1 porque o 0 não é opção penso - mesmo a sério - se terei visto o mesmo filme ou se o projeccionista se terá enganado na ordem das bobines.


Before The Devil Knows You're Dead:



No final da lista um típico filme de "assalto que corre mal".
Já há montes de tempo que andava para ver este filme e finalmente satisfiz a curiosidade. E valeu bem a pena!
Não vou estar a revelar muito da história, mas tenho de deixar três comentários essenciais:

1 - O Phillip Seymour Hoffman é um actor do caraças, e quando faz de mau (como neste filme) é mesmo dos infernos;
2 - O dinheiro (ou a falta dele) lixa mesmo muita gente;
3 - A Marisa Tomei é sexy cumó caraças!!!!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Terminator Salvation e Home

O ritmo está a voltar, desta vez ficam dois filmitos, sendo que já vi outro - Rudo y Cursi - a que farei a devida SMR muito em breve.


Terminator Salvation:



Lembro-me de ser puto e ter o Exterminador Implacável 2 em VHS, e lembro-me de ver o filme vezes e vezes sem conta e curtir sempre mais. Não digo que foi um dos meus filmes favoritos, mas que sempre que o via ficava todo armado em Schwarzenegger isso não posso negar.
Depois do Exterminador Implacável 2 veio o 3 (granda conclusão!) e a verdade é que me marcou tão pouco que não me lembro nada do filme a não ser que tinha uma exterminadora bem gira e que o vi com o André e o Atum depois de irmos à praia...a história ficou esquecida de tão (pouco) relevante que era.
Este quarto filme (sem direito ao 4 no título, sabe-se lá porquê) é um pouco a mesma coisa...acho que daqui a uns anos não me vou lembrar de nada excepto das circunstâncias em que vi o filme. A história não é péssima mas é (assumidamente) um filme de entretenimento e nada mais ("Vamos explodir tudo o que nos apareça à frente e logo metemos uma história a preencher o vazio").
Uma opção curiosa é meterem o Christian Bale a fazer de herói...quem o viu no O Maquinista (já para não falar do Império do Sol, o primeiro grande filme em que participou) jamais pensaria que estaria ali o novo Batman e o novo John Connor...ele vai bem, é um bom actor, mas podia arranhar menos a voz. No Batman era mais irritante que aqui, mas Christian (sim, o Christian Bale lê este blog, alguém duvida?) por favor arranja uma forma de fazer de durão com uma voz normal, assim é extremamente incomodativo)


Home:



No lado oposto do ringue está o Home, o documentário sobre o planeta que correu as noticias a semana passada. Produzido por um grupo economico gigantesco (do qual fazem parte a Fnac e a Gucci, por exemplo) e realizado pelo autor dos famosos livros "A terra vista do ar" Home é um documentário simples, que nos conta a história do planeta e nos assusta para o que aí vem.
O problema é que por muito bonitas que as imagens sejam (e são!) enquanto aviso à navegação não funciona lá muito bem...anda demasiado para trás e para a frente e, quando tenta contrapôr a beleza natural à fealdade das cidades, falha porque mostra imagens que - sendo mais chocantes - não deixam de ser bonitas. Além disso é demasiado politizado (só falta um "Go Vegetarian and save the Earth").
Não há dúvida que estamos num ponto decisivo para o planeta, quase um ponto sem retorno, mas não foi este documentário que me inspirou a fazer algo de novo. Senti-me mais tocado pelo An Inconvenient Truth, por exemplo.
É bonito? É! (Lindo) Vale a pena ver? Sem dúvida (as imagens devem ser das coisas mais bonitas jamais captadas por uma câmara, às vezes nem parecem reais) Voltarei a ver? Talvez (comprei o Blu-Ray e sou gajo para ter as imagens a passar sem som e com outra banda sonora a tocar no iPod).

terça-feira, 9 de junho de 2009

O resto de Maio

Estou de volta!
Depois dos vinte e tal filmes em 11 dias que foi o Indie estive algum tempo sem ver coisas novas e com pouca paciência para escrever. Mas vocês, caríssimos leitores, merecem a minha atenção, dedicação e tantas outras coisas acabadas em "ção"...Vamos ao que interessa!

Persepolis:



Não sou um grande conhecedor de cinema de animação mas sei reconhecer um bom filme quando o vejo, e este é um bom filme. A história é adulta, a animação é adulta (não há cá corzinhas bonitas, é quase tudo a preto e branco e quando há cor é muito esbatida), e gostei muito da forma como é realizado: a estrutura do filme é muito próxima de um filme de imagem real, com planos paralelos e tal. Fiquei com bastante curiosidade para ler o livro. Já alguém o leu?
P.S.: Uma crítica ao DVD...a edição que tenho (comprada em Londres) só tem a versão dobrada em inglês...nada de versão original. E que tal usarmos o espaço disponível nos disquinhos, hein?


Angels & Demons:



Devo ter sido a única pessoa a achar que este tem mais diálogo forçado que o anterior. Não li nenhum dos livros, mas achei o Código da Vinci um sofrível filme de acção, este é um mau filme de acção com conversas despropositadas e uma premissa muito parva: acham mesmo que os Iluminatti - com todo o mistério e classicismo que, pelo menos no filme, os rodeia - iriam fazer ambigramas escritos em inglês? Um disparate pegado!


Let the Right One In:



Um filme de vampiros sueco que não é um filme de vampiros. Let The Right One In é um filme sóbrio, calmo e cheio da solidão das suas personagens principais. Eli parece ser uma menina de 12 anos e por aí que começa a relação de cumplicidade com o seu novo vizinho, Oskar, que rapidamente se começa a interessar por ela. O que parece ser uma relação de grande carinho começa a passar para outras fronteiras, com a crescente necessidade de alimentação por parte da nova habitante daquele prédio cinzento...o sangue começa a pintalgar a neve e a cumplicidade passa de inocente à protecção de um segredo nem sempre muito bem guardado. Será que Oskar vai ser um novo Håkan? Fiquei com essa opinião, pela imagem final em que - pedaço de trivia interessante - o que é dito em código Morse é Puss, a palavra sueca para "beijinho".

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Indie mega-post

Com que então os meus amiguinhos pensavam que nunca mais tinha visto filmes..Nem por isso, vi muitos, no Indie Lisboa.



E sabem que mais, foram todos à borla. Venham daí essas SMR's!

Águas mil
:



Um filme sobre a necessidade da minha geração perceber o que se passou no pós-25 de Abril. Peca por ser um bocado "português" demais, é demasiado teatral, pouco emotivo e com um ritmo bastante lento, mas apesar de tudo saí da sala um do São Jorge (só a melhor sala de cinema em Lisboa, e provavelmente em todó Portugal) bem contentinho com o que vi.

A nossa necessidade de consolo:



Esta curta metragem foi realizada por dois amigos da minha amiga Daniela e basicamente ela obrigou-me a ir ver. Gostei do que vi, gostei especialmente da fotografia, mas achei-o demasiado parado para o meu gosto.

Arena:



Melhor curta portuguesa. Uma história engraçada sobre a relação (não muito cordial) entre um gajo do ghetto que está em prisão domiciliária e outro gajo (do ghetto, pois claro) que decide roubar-lhe o dinheiro e acaba na mala de um BMW.

Ballast:



Foi o grande vencedor do festival e só o fui ver na sessão de “consagração”. É uma história complicada contada de uma forma simples e hiper-realista, o que na minha opinião prejudica bastante o filme. Não desgostei do que vi, mas podia ser bastante melhor, podiam pô-los a falar um bocadinho mais.

DIX:



Quando era puto (e quase todos vocês também faziam isso, aposto) curtia bué andar na rua “só pelas pedras pretas” ou “só pelas pedras brancas”. Esta curta é sobre um adulto que tem uma paranoia tipo essa, não consegue pisar os espaços entre as pedras da calçada porque acredita que elas se vão mexer e cortá-lo em bocados. Tem altos efeitos especiais e tem a duração certa, enquanto longa seria demasiado estranho.

Herakles:



Uma curta de 1961 que mistura imagens de culturistas com imagens de Guerra. Pormenor que muda tudo: é o primeiro filme do Werner Herzog. Não me mudou a vida mas gostei de ver, pelo interesse histórico.

JCVD:



As iniciais do famoso actor (sim, o Jean Claude Van Damme) era algo que jamais pensei ver no Indie, mas este filme não é um filme do Van Damme, é um filme sobre ele. E até tem uma premissa engraçada, o senhor faz dele próprio durante um assalto a um banco, e por isso vemos um gajo já a dar para o velhote, com medo dos assaltantes e a imaginar como poderia resolver as cenas à pancada, como nos filmes. Nunca pensei ver isto: o van Damme chora! E também curti as cenas com o "povão".

L'argent du charbon:



Vi este no Museu do Oriente e acho que estou a criar anticorpos…mais um documentário chinês extremamente aborrecido. É que nem o tema - o negócio do carvão na fronteira entre a China e a Mongólia - é especialmente interessante!

L'exil et le royaume:



Mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau. Chato chato chato chato chato chato chato chato chato chato chato. Está tudo dito!

Last Words:



Herzog! Uma história simples contada sob vários pontos de vista. E é esta a minha última palavra ;)

Medicine for Melancholy:



Este foi o filme que mais gostei de ver durante todo o festival, uma história à “Depois do Amanhecer” em que um casal que teve um one night stand decide passar o dia junto, para se irem conhecendo melhor. A juntar às excelentes interpretações uma optima banda sonora, uma fotografia bastante original e a cidade: San Francisco.

Muitos dias tem o mês:



Um documentário sobre o sobre-endividamento na sociedade portuguesa. Parece animador, não? Consegue ser mas só porque ficamos a pensar “não estou assim tão mal”, mais nada. Não recomendo que o vejam antes de uma ida às compras, noutras ocasiões sim…é um abrir de olhos para a realidade de muitos portugueses.

Nuit de Chine:



Mais um documentário chinês, mais um documentário aborrecido, outra vez no Museu do Oriente. Mas pronto, ao menos conheci a história de uma senhora que vive num apartamento com 140 gatos (e sim, escrevi cento e quarenta, não me enganei). Era a mais interessante das 6 ou 7 que mostram.

Precautions Against Fanatics:



Outro filme do Herzog que vi neste festival e o que mais gostei (dos dele). É uma curta verdadeiramente hilariante sobre um grupo de pessoas demasiado preocupadas em proteger cavalos de corrida (e, eventualmente, flamingos) dos “fanáticos”. Não explicam quem são os fanáticos nem porque é que o fazem, apenas olham para a câmara e explicam as suas funções, entre as quais se incluem "andar com o cavalo à volta da árvore" ou "garantir que os fanáticos não saltam a rede". Herzogianamente bom!

Ricky:



O François Ozon é um bom realizador, gostei muito de outros dois filmes dele (Swimming Pool e 8 mulheres), mas este não me convenceu. A história é tipo “realismo mágico”, com um casal de classe media baixa a dar à luz um bebé com asas de anjinho que mais parecem asas de frango…o conceito poderia ser interessante, mas torna-se tão realista que não pode ser mágico e tão mágico que não pode ser realista. Ponto alto: o bebé a voar contra as paredes com um capacete de mota, muito me ri eu.

Signalis
:



Uma curta de animação muito divertida sobre uma toupeira que vive dentro de um semáforo e tem de ir carregando num interruptor para mudar a côr do sinal. Um dia fica sem papel higiénico, atrasa-se, há um acidente e acaba o filme. Muito bom!

Signs of Life:



A melhor descrição para este filme do Herzog (quem mais!) é que é um filme aborrecido sobre estar aborrecido. E nesse sentido é excelente. Na altura não gostei muito, mas como disse a minha companhia, com o passar do tempo “it grows on you”.

Singularidades de uma rapariga loura:



O novo filme do Manoel de Oliveira. À partida o nome deste realizador – o mais velho realizador vivo – é suficiente para assustar (detestei o ultimo filme dele que tinha visto, o Porto da minha infância) mas este até é tolerável. O texto é do Eça de Queiróz (o que ajuda MUITO) e é passado para um contexto actual sem grande preocupação de adaptação…fica estranho mas vê-se bem. E não posso deixar de dizer que o Manoel de Oliveira é o maior...o gajo tem 100 anos e desceu as escadas do São Jorge aos saltinhos!

Styri:



Esta curta não me agradou lá muito, mas acho que o Vasco Granja (RIP) iria gostar, já que é da Eslováquia. A animação (sim, é de animação - daí o Vasco Granja) é bastante simples (propositadamente, e não deixa de ser bonita, admito), e a história não é muito desenvolvida.

The Ballad of Marie Nord and Her Clients:



Se fosse só pelo tema este era o filme que mais tinha a ver comigo: é a história de uma assistente social que trabalha com imigrantes…e é amiga de imigrantes…e tem sexo com (pelo menos) um imigrante…e esse imigrante tem 14 anos…ok, se calhar o filme não tem assim tanto a ver comigo. Mas é bom e isso é que conta. A actriz principal é excelente.

The Girl With Yellow Stockings:



Adorei esta curta. A história é engraçada (vemos um casal de namorados sempre na cama, ele pede-a em casamento e ela não aceita, várias vezes) mas a relação entre os actores (que não sei se não serão namorados na vida real) era tão natural que nos sentiamos como amigos intimos deles. Simples, eficaz, simpático.

The Happiest Girl in the World:



Vencedor do Segundo prémio mais importante do Indie…é bom? Nem por isso! Não é péssimo, mas confesso que consigo imaginar melhores coisas que fazer com 100 minutos que ver uma miuda fazer um sem fim de takes do mesmo anúncio publicitário. É claro que há mais coisas no filme, mas não são assim tão relevantes.

The Unprecedented Defence of the Fortress Deutschkreuz:


Mais um filme do Herzog, mais uma história à Herzog: um grupo de rapazitos de mentalidade alternativa, digamos, resolvem ocupar e defender um antigo palácio (abandonado) de um inimigo que nunca chega (será porque não estavam em guerra? Não sei...).

Visionary Iraq:




Outra curta metragem, vencedora do Prémio Revelação do festival. Eu cá fiquei sem saber o que achar…é tão marada que não sei curti ou achei parvo demais: imaginem dois gajos a fazerem oito personagens (incluindo uma miuda angolana, chamada Ginja!), sendo que os principais são dois irmãos adoptivos/amantes que vão para o Iraque fazer de escudos humanos e por lá descobrem que o pai de ambos ganha dinheiro com a guerra. Acho que me decidi, gostei do filme.




Conclusão: Eu avisei que era um mega-post. Vi tanto filme (em 11 dias) que esta semana estou de férias, não há cá filmes para o menino.