quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Love and Other Drugs

Love and Other Drugs:



Deixem-me começar pela SMR propriamente dita: este filme é uma comédia romântica para adultos (tem nudez!) que, sendo melhor que o costume neste tipo de filmes, sofre do problema de não se decidir sobre o que quer ser: ou comédia, ou drama sobre doenças, ou romance lamechas ou promoção da carreira de delegado de propaganda médica...ninguém diria que a sua protagonista, Maggie (Anne Hathaway), sofre de Parkinson’s mas antes de ADD – Attention Deficit Disorder.

Dito isto.

O facto da protagonista do filme ter 26 anos e uma doença degenerativa como é a Parkinson’s impressionou-me bastante.

Antes que venham daí as piadas sobre o Michael J. Fox (que descobriu que tinha a doença aos 30) devo dizer que por muito que se goze a verdade é que se ter uma doença destas já é – no mínimo – lixado, imagino como não deve ser ser-se diagnosticado tão novo.

Estas pessoas são puros exemplos de perseverança despite the odds e só o facto de sobreviverem deveria ser de louvar, mas quando as vemos a seguir os seus sonhos e as suas carreiras sem nunca desistir ou a enfrentar a doença com um sorriso em vez de uma depressão devemos (pelo menos eu faço-o) sentir-nos inspirados e pensar que se calhar deveríamos queixar-nos menos das nossas pequeninas desgraças.

Na parte final do filme Maggie diz a Jamie (Jake Gyllenhaal) que no futuro será dependente dele e segue-se este diálogo, que me ficou no ouvido:

Maggie: I don't need you...
Jamie: Yes you do... someone to take care of you. Everybody does.
Maggie: I'm going to need you more than you need me.
Jamie: ...That's okay.
Maggie: No, it's not!! It isn't fair. I have places to go.
Jamie: You'll go there. I just may have to carry you.

Que todos os doentes de Parkinson’s, Tourette, Fibrose Quística, entre tantas outras doenças que infelizmente não são curadas pela indústria medico-farmacêutica porque não daria lucro, tenham – ao menos – alguém que as carregue. Não é um trabalho fácil, mas quem o faz só tem a ganhar com a experiência.

3 comentários:

  1. Começo por dizer que não vi o filme.

    Numa idade bem mais avançada foi detectada Parkinson ao meu avô, e a imagem de homem cheio de genica que transmitia aos netos foi-se degradando cada vez mais. Deixou de conseguir fazer coisas tão básicas como apertar os sapatos, fazer a barba...o simples facto de pensar que tinha de fazer algo bloqueava-o completamente.
    Foi triste ver o homem por quem tinha tanta admiração perder, todos os dias, qualidade de vida, e depender cada vez mais dos outros.
    Faz terça feira 16 anos que o meu avô partiu, mas para sempre ficam as memórias das tardes que passava ao colo dele, a ouvi-lo falar espanhol :) (1BEIJO, avô)

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  2. Já me falaram bem disto. Secalhar vou dar uma chance.

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  3. Não é um tratado de cinema, mas recomendo para uma noite em que não te apeteça pensar muito

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