domingo, 7 de fevereiro de 2010

Whatever Works

Whatever Works:



A minha relação com os filmes que o Woody Allen lançou desde 2000 tem sido intermitente...Dos 10 que foram feitos para o cinema vi todos e gostei precisamente de 5 (dos quais o Match Point é o melhor, o único ao nível do Woody Allen do clássico Annie Hall) e os outros achei que estavam uns quantos furos abaixo.

Quando soube deste filme fiquei excitado. Gosto de Woody Allen mas o que me deixou mais em pulgas foi o saber que o protagonista ia ser o Larry David. Ora, o Larry David pode agora estar a ser mais reconhecido pelo Curb Your Enthusiasm mas o meu interesse por ele vem sobretudo pelo papel que teve na minha série favorita de todos os tempos: é que este senhor é o co-autor do Seinfeld, e só isso faz com que mereça a minha curiosidade permanente pelo seu trabalho.

Acontece que para além dos seus créditos passados, o Larecas revela-se uma excelente escolha. Costumo dizer que todos os filmes têm um papel que é o Woody Allen, mesmo que não seja ele a representa-lo. Neste caso não há qualquer dúvida que o Boris Yelnikoff é uma projecção da mentalidade do realizador/argumentista para a tela com uma diferença importante: o Boris de Larry David consegue ser arrogante e bruto a um ponto que não conseguiria chegar se fosse interpretado por outra pessoa.

E se o Boris prova ter sido um casting perfeito, o que dizer dos restantes personagens? Também tenho de dar os parabéns a quem fez o casting da Evan Rachel Wood enquanto "pacóvia" que decide vir viver para a grande cidade. Não sou grande fã da rapariga (tirando no Thirteen) mas aqui mostrou que sabe assumir bem um papel que, assim espero, é bem diferente do seu estado natural.

Já os pais dela, bem como os amigos do Boris, não parecem fazer um mau papel, mas não têm muito tempo para mostrar o seu valor. Podiam ter explorado um bocadinho mais a(s) sua(s) histórias, e já agora de uma forma diferente, porque assim não fiquei muito convencido.

Entretanto lembrei-me que não falei da história! Não é especialmente original, mas consegue fazer-nos rir e manter-nos interessados. A meu ver, a maior falha é mesmo o final ser demasiado feliz...a dada altura parece que não foi escrito pelo mesmo cínico (o Woody, entenda-se) que escreveu o resto do filme.

Está tudo dito. Gostei ou não do filme? O veredicto é vosso.

6 comentários:

  1. Como prometido, aqui vai o meu comentário sobre o filme:
    Dos filmes que vi do Woody Allen, que não são assim tantos devido ao grande número de filmes por ele feito, achei que este filme era aquele com sentido de humor mais explicito. Considero que o humor dele costuma ser um pouco mais subtil que o demonstrado neste filme mas não é que isso seja um ponto negativo, eu diverti-me bastante.
    Depois o que "estragou" foi realmente aquele happy end piroso...
    No geral achei que era um filme agradável, tanto que o vou rever mas na companhia de outra pessoa :P
    Não posso deixar de discordar que acho que o Match Point nada tem a ver com a Annie Hall, e muito menos com o estilo habitual do Woody Allen, talvez por isso não lhe tenha achado grande piada.

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  2. Eu também acho que o Match Point não tem nada a ver com o Annie Hall, apenas usei esse como exemplo porque para mim é o melhor filme do Woody e o Match Point estará no top 3, provavelmente.

    Não é necessariamente mau que um filme do Woody Allen não seja um filme à Woody Allen

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  3. Aposto que se o Match Point fosse realizado por um realizador qualquer, não muito conhecido, não terias gostado tanto do filme...aliás, eu não percebo a "histeria" à volta desse filme.

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  4. já é a segunda review que leio sobre este filme, portanto acho que vou ter que sacar para ver se o Woody me convence de uma vez por todas.

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  5. Este é o típico filme, em que uma pessoa vai do cinema até ao carro a recordar-se e a dizer coisas parvas ;) O Larry vai muito bem, como não podia deixar de ser. No geral, gostei muito do filme, mas acompanho a tua opinião, de que algumas personagens podiam ser mais exploradas.

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  6. Olha que não, Maria. Se não fosse do Woody Allen gostaria na mesma, quanto muito teria era menos hipóteses de o ver...mas se o filme fosse exactamente igual te garanto que gostaria precisamente na mesma quantidade

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