Pois é, caros leitores, o primeiro ano deste blog já está a acabar. Ao longo de 2009 vi - e analisei - 101 filmes, numa média de 1,94 filmes por semana, e para o ano prometo continuar.
Mas por agora, e como é praxe nestas alturas de fim de ano, venho fazer-vos uma pergunta: qual foi, destes 101 filmes, aquele que gostaram mais? Podem responder na barra aqui à direita. A lista que deixei é o meu top 10, mas se escolherem outro deixem a vossa preferência nos comentários.
Não se esqueçam de comentar, gosto de saber a vossa opinião e gostaria de ter sugestões para melhorar isto ainda mais.
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Helly my non-Portuguese readers.
The first year of this blog is now almost over. Since the beginning of 2009 I watched - and reviewed - 101 movies, which gets me an 1,94 movies/week average. Keep coming back next year, as this blogging adventure is far from over.
But now I have the customary poll for you. Which these 101 movies was your favourite? You can vote on the right and (free Portuguese lesson!) "Outro" means that I'd like to know if your movie isn't on my Top-1o list.
Also, I'd really appreciate if you could write your suggestions/comments. I want to improve this blog and I really can't do it without your help.
Obrigado | Thank You,
jmnpm
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
New Moon + Avatar
New Moon:
Ai ai ai ai...o que é que eu posso dizer sobre este filme, o segundo da saga Twilight? Bem, posso começar por ser simpático e dizer que tem uma banda sonora razoável.
De resto não consegui gostar minimamente de nada. "Nadinha de nada?", perguntam vocês. Nadinha de nada! A história é básica, inferior ao target adolescente que procura atingir (ou isso ou dou-me com os adolescentes errados), as actuações só não são más porque são péssimas (então os dois protagonistas masculinos, Edward e Jacob, deviam ser relegados para os Morangos com Açúcar série de Verão e não serem convidados para ficar na versão regresso às aulas!), mau mau mau mau. Já disse que é mau? É! É muito mau.
Mas há coisas boas: uma para a humanidade em geral - já falta menos um filme para esta saga acabar - e outra para pessoas com um fetiche (preocupante, a meu ver) por rapazes em tronco nu - diria que nos 130 minutos do filme cerca de 129 contam com um "wolfboy" a mostrar os abdominais em situações que não o justificam.
Devo confessar que tinha a ideia que esta série de livros e filmes seria um Harry Potter mais manhoso e mais direccionado a raparigas, mas nunca imaginei quão diferentes podiam ser. Nunca li os livros nem de um nem de outro, mas no que toca a filmes o Harry e os seus amigos dão uma coça monumental a estes vampiros deprimidos e brilhantes (sim, porque eles brilham...não no escuro mas ao Sol).
P.S.: Desculpa, Lara ;)
Avatar:
Ai ai ai ai...o que é que eu posso dizer sobre este filme, o segundo da saga Twilight? Bem, posso começar por ser simpático e dizer que tem uma banda sonora razoável.
De resto não consegui gostar minimamente de nada. "Nadinha de nada?", perguntam vocês. Nadinha de nada! A história é básica, inferior ao target adolescente que procura atingir (ou isso ou dou-me com os adolescentes errados), as actuações só não são más porque são péssimas (então os dois protagonistas masculinos, Edward e Jacob, deviam ser relegados para os Morangos com Açúcar série de Verão e não serem convidados para ficar na versão regresso às aulas!), mau mau mau mau. Já disse que é mau? É! É muito mau.
Mas há coisas boas: uma para a humanidade em geral - já falta menos um filme para esta saga acabar - e outra para pessoas com um fetiche (preocupante, a meu ver) por rapazes em tronco nu - diria que nos 130 minutos do filme cerca de 129 contam com um "wolfboy" a mostrar os abdominais em situações que não o justificam.
Devo confessar que tinha a ideia que esta série de livros e filmes seria um Harry Potter mais manhoso e mais direccionado a raparigas, mas nunca imaginei quão diferentes podiam ser. Nunca li os livros nem de um nem de outro, mas no que toca a filmes o Harry e os seus amigos dão uma coça monumental a estes vampiros deprimidos e brilhantes (sim, porque eles brilham...não no escuro mas ao Sol).
P.S.: Desculpa, Lara ;)
Avatar:
A promoção deste filme apresentava-o como game-changer (i.e., nunca mais o cinema será o mesmo) e referia-se várias vezes ao Titanic, o último filme do James Cameron e - para mim - o exemplo clássico de filme que se baseia em clichés e grandes efeitos visuais para conquistar o público e a crítica.
Acho que é esta segunda referência que está mais acertada. O Avatar é precisamente isso: um filme que, se não nos distraíssemos com os efeitos visuais, pouco ou nada tem de conteúdo original. E ainda por cima é um copy/paste de fraca qualidade...aqui é um soldado humano que se apaixona pela raça alienígena que deveria infiltrar, estudar e trair e - claro - decide lutar contra os mauzões, que neste caso são os terráquios.
Muito se tem discutido esta vertente do filme, sobretudo nos EUA (where else?)...diz-se que é um filme anti-americano, e que mostra as actividades humanas numa perspectiva parecida ao colonialismo. É verdade que o faz, mas também não deixa de ser verdade que se tal comportamento fosse real seria altamente censurável. Mas todas estas questões seriam mais relevantes se a história fosse interessante, mas não o é.
Ficamos, por isso, com o aspecto técnico. É verdade que o cinema nunca mais será o mesmo? Na minha opinião vai continuar a ser o mesmo. ("E o que é que a minha opinião me interessa?", pergunta o leitor; "Olha, se não importasse não me lias", retorque o escriba na sua linguagem cuidada e coloquial ao mesmo tempo que pensa "Sou importante").
Um aviso importante: este filme tem de ser visto em 3D. Está nas salas a versão 2D mas não contem com ela. Foi feito para ser visto com os óculos maravilha e é com os óculos maravilha que o devem ver.
O problema é que o 3D é, de facto, o melhor que já vi mas não é assim tão marcante que me faça apaixonar por este formato e pensar que nunca mais quero ver filmes sem os óculos do Stevie Wonder.
Mais impressionante que o 3D é a qualidade do CGI...está uns quantos passos acima do costume, mas mais uma vez não me deixou maravilhado. É extremamente realista, mas o mundo de Avatar é demasiado cartoon para o meu gosto. Gosto mais dos efeitos que, por exemplo, foram usados na trilogia do Senhor dos Anéis...aí mesmo as criaturas inventadas são mais "sujas", mais reais.
Como dizia um crítico que li recentemente (colega, desculpa não te citar, mas esqueci-me quem és) é mau sinal quando na crítica de um filme se fala quase exclusivamente na parte técnica. Sou forçado a concordar...se descontarmos os efeitos especiais estamos perante um filme mediano e que não atrairia ninguém aos cinemas. (Iriam ver um filme em que um soldado português na guerra colonial se apaixona pela cultura de uma qualquer tribo moçambicana e resolve lutar por, e não contra, eles??? Eu iria, por acaso, mas eu não sou exemplo porque - perdoe-se a expressão - papo tudo)
Assim, efeitos especiais incluídos, ficamos com um filme pipoca decente, que deve estar perto de conseguir o seu objectivo ... encher os bolsos do James Cameron e da 20th Century Fox, pelo menos as salas têm estado a abarrotar.
Acho que é esta segunda referência que está mais acertada. O Avatar é precisamente isso: um filme que, se não nos distraíssemos com os efeitos visuais, pouco ou nada tem de conteúdo original. E ainda por cima é um copy/paste de fraca qualidade...aqui é um soldado humano que se apaixona pela raça alienígena que deveria infiltrar, estudar e trair e - claro - decide lutar contra os mauzões, que neste caso são os terráquios.
Muito se tem discutido esta vertente do filme, sobretudo nos EUA (where else?)...diz-se que é um filme anti-americano, e que mostra as actividades humanas numa perspectiva parecida ao colonialismo. É verdade que o faz, mas também não deixa de ser verdade que se tal comportamento fosse real seria altamente censurável. Mas todas estas questões seriam mais relevantes se a história fosse interessante, mas não o é.
Ficamos, por isso, com o aspecto técnico. É verdade que o cinema nunca mais será o mesmo? Na minha opinião vai continuar a ser o mesmo. ("E o que é que a minha opinião me interessa?", pergunta o leitor; "Olha, se não importasse não me lias", retorque o escriba na sua linguagem cuidada e coloquial ao mesmo tempo que pensa "Sou importante").
Um aviso importante: este filme tem de ser visto em 3D. Está nas salas a versão 2D mas não contem com ela. Foi feito para ser visto com os óculos maravilha e é com os óculos maravilha que o devem ver.
O problema é que o 3D é, de facto, o melhor que já vi mas não é assim tão marcante que me faça apaixonar por este formato e pensar que nunca mais quero ver filmes sem os óculos do Stevie Wonder.
Mais impressionante que o 3D é a qualidade do CGI...está uns quantos passos acima do costume, mas mais uma vez não me deixou maravilhado. É extremamente realista, mas o mundo de Avatar é demasiado cartoon para o meu gosto. Gosto mais dos efeitos que, por exemplo, foram usados na trilogia do Senhor dos Anéis...aí mesmo as criaturas inventadas são mais "sujas", mais reais.
Como dizia um crítico que li recentemente (colega, desculpa não te citar, mas esqueci-me quem és) é mau sinal quando na crítica de um filme se fala quase exclusivamente na parte técnica. Sou forçado a concordar...se descontarmos os efeitos especiais estamos perante um filme mediano e que não atrairia ninguém aos cinemas. (Iriam ver um filme em que um soldado português na guerra colonial se apaixona pela cultura de uma qualquer tribo moçambicana e resolve lutar por, e não contra, eles??? Eu iria, por acaso, mas eu não sou exemplo porque - perdoe-se a expressão - papo tudo)
Assim, efeitos especiais incluídos, ficamos com um filme pipoca decente, que deve estar perto de conseguir o seu objectivo ... encher os bolsos do James Cameron e da 20th Century Fox, pelo menos as salas têm estado a abarrotar.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Clerks + Les Beaux Gosses
Clerks:
Sabem quem são o Jay e o Silent Bob? Dois personagens, interpretados pelo Jason Mewes e pelo Kevin Smith, que vão aparecendo de tempos a tempos nos filmes do segundo, filmes como o Dogma (que achei engraçado). Pois foi aqui que eles surgiram pela primeira vez, o que faz algum sentido se tivermos em conta que este é o primeiro filme do (grande) moço.
Ora, foi por mais por curiosidade em relação a eles que por vontade de ver o filme que me pus a meter a ver este Clerks. É um filme completamente lo-fi, com algumas piadas e muita conversa que não interessa por aí além.(Realista, portanto)
Deu para perceber que...
...e pronto, a SMR fica por aqui porque adormeci a ver o filme. Não que o estivesse a achar péssimo até ali, mas também não estava cheio de sono. Fiquei-me por aqui, mas se um dia destes voltar a apanhar o filme pode ser que venha cá completar isto.
Les Beaux Gosses:
"O American Pie francês"...é assim que este Les Beaux Gosses tem sido falado nas críticas que li. Não concordo.
Sem dúvida que a temática é parecida, a descoberta do amor/sexualidade por parte de jovens do sexo masculino e a abordagem é cómica, mas tudo o mais é bastante diferente. Enquanto que no American Pie tudo é exagerado e as piadas são muitas das vezes escatológicas, aqui estamos perante uma história mostrada de uma forma bastante mais próxima do documentário e o humor é real.
Hervé e Camel (os rapazes do poster) são dois amigos não muito diferentes do que eu era naquela idade...muito convencidos nas conversas entre rapazes, demasiado tímidos/self-conscious quando abordam as miúdas. Mas, vá-se lá saber porquê, uma delas lá fica de beicinho pelo Hervé, e a partir daí seguimos as suas descobertas...os primeiros linguados ("Não! Eu já beijei imensas raparigas antes de ti...Quem? Umas italianas..."), os primeiros planos a dois, a primeira desilusão amorosa e o primeiro "seguir em frente". Enquanto isso Camel, e os restantes amigos do seu grupo, vão vendo Hervé como um enviado especial ao mundo das raparigas, e vão tentando saber tudo o que se está a passar, acrescentando sempre um ponto àquele conto.
O que mais me agradou no filme foi precisamente o ser diferente do tal American Pie, é um filme verdadeiro. Quando vi o American Pie fartei-me de rir (mais que neste) mas nunca me senti ligado àquela realidade, aqui foram tantas as vezes que dei por mim a pensar "já passei por aquela situação" que não posso deixar de elogiar quem escreveu aquela história, fez uma boa investigação e sobretudo puxou bem pela memória (são dois argumentistas homens, de certeza que também passaram por aqueles momentos).
O facto de serem actores totalmente desconhecidos também ajuda...se estivessemos a falar de um filme americano interpretado por jovens actores já conhecidos a ligação não seria tão próxima. Assim, e apesar de nenhuma interpretação ser fabulosa (o destaque, apesar de tudo vai para Alice Trémolière, que faz de Aurore) senti-me em casa naquele grupo de amigos. E sentir-me em casa é bom.
Sabem quem são o Jay e o Silent Bob? Dois personagens, interpretados pelo Jason Mewes e pelo Kevin Smith, que vão aparecendo de tempos a tempos nos filmes do segundo, filmes como o Dogma (que achei engraçado). Pois foi aqui que eles surgiram pela primeira vez, o que faz algum sentido se tivermos em conta que este é o primeiro filme do (grande) moço.
Ora, foi por mais por curiosidade em relação a eles que por vontade de ver o filme que me pus a meter a ver este Clerks. É um filme completamente lo-fi, com algumas piadas e muita conversa que não interessa por aí além.(Realista, portanto)
Deu para perceber que...
...e pronto, a SMR fica por aqui porque adormeci a ver o filme. Não que o estivesse a achar péssimo até ali, mas também não estava cheio de sono. Fiquei-me por aqui, mas se um dia destes voltar a apanhar o filme pode ser que venha cá completar isto.
Les Beaux Gosses:
"O American Pie francês"...é assim que este Les Beaux Gosses tem sido falado nas críticas que li. Não concordo.
Sem dúvida que a temática é parecida, a descoberta do amor/sexualidade por parte de jovens do sexo masculino e a abordagem é cómica, mas tudo o mais é bastante diferente. Enquanto que no American Pie tudo é exagerado e as piadas são muitas das vezes escatológicas, aqui estamos perante uma história mostrada de uma forma bastante mais próxima do documentário e o humor é real.
Hervé e Camel (os rapazes do poster) são dois amigos não muito diferentes do que eu era naquela idade...muito convencidos nas conversas entre rapazes, demasiado tímidos/self-conscious quando abordam as miúdas. Mas, vá-se lá saber porquê, uma delas lá fica de beicinho pelo Hervé, e a partir daí seguimos as suas descobertas...os primeiros linguados ("Não! Eu já beijei imensas raparigas antes de ti...Quem? Umas italianas..."), os primeiros planos a dois, a primeira desilusão amorosa e o primeiro "seguir em frente". Enquanto isso Camel, e os restantes amigos do seu grupo, vão vendo Hervé como um enviado especial ao mundo das raparigas, e vão tentando saber tudo o que se está a passar, acrescentando sempre um ponto àquele conto.
O que mais me agradou no filme foi precisamente o ser diferente do tal American Pie, é um filme verdadeiro. Quando vi o American Pie fartei-me de rir (mais que neste) mas nunca me senti ligado àquela realidade, aqui foram tantas as vezes que dei por mim a pensar "já passei por aquela situação" que não posso deixar de elogiar quem escreveu aquela história, fez uma boa investigação e sobretudo puxou bem pela memória (são dois argumentistas homens, de certeza que também passaram por aqueles momentos).
O facto de serem actores totalmente desconhecidos também ajuda...se estivessemos a falar de um filme americano interpretado por jovens actores já conhecidos a ligação não seria tão próxima. Assim, e apesar de nenhuma interpretação ser fabulosa (o destaque, apesar de tudo vai para Alice Trémolière, que faz de Aurore) senti-me em casa naquele grupo de amigos. E sentir-me em casa é bom.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Tetro
Tetro:
Tetro é o último filme do Francis Ford Coppola, um senhor que fez filmes de tão pouca qualidade como a trilogia d'O Padrinho, o Apocalypse Now ou o Youth Without Youth (este último é mesmo mau, os outros...estava a brincar).
Tetro é o último personagem do Vincent Gallo, um senhor que protagonizou filmes tão bons como o Bufallo 66, o Trouble Every Day e o Brown Bunny (os dois primeiros são mesmo bons, o terceiro...estava a brincar).
Com esta dupla tanto podíamos esperar um filme genial como uma daquelas peças cinematográficas que pouco mais alcançam que a auto-congratulação. Felizmente, Tetro é também o título de um dos melhores filmes que vi este ano. (Que está quase a acabar! Será este o último post? Aceitam-se apostas!)
É um excelente filme porque consegue conjugar excelência a nível técnico (fotografia a preto e branco impecável, trabalho de actores muito bem conseguido, banda sonora de qualidade) com uma história que nos deixa interessados do princípio ao fim: Bennie, o irmão mais novo (Alden Ehrenreich, não muito mau mas demasiado parecido com o Leonardo DiCaprio circa 1996) resolve procurar Tetro, o seu irmão "desaparecido" em Buenos Aires, cidade de onde recebeu as suas últimas noticias. Encontram-se, com a ajuda da sua cunhada Miranda (Maribel Verdú, excelente) e reiniciam uma relação tempestuosa que acabará com uma série de revelações sobre Carlo, patriarca da família e génio musical que destrói tudo em seu redor.
Infelizmente este filme não parecer vir a ter grande distribuição no mercado nacional (é estranho, apesar de tudo o Coppola é o Coppola), mas merecia. Não é um filme fácil, de certa forma parece orgulhar-se de não o ser, mas é um título essencial para qualquer pessoa que tenha o gosto não só de cinema, mas de assistir ao desenrolar de boas histórias, desempenhadas por um grupo de profissionais no seu melhor.
Ou seja, se os meus queridos leitores só puderem ver um filme recomendado por mim este ano não me desagradaria que fosse este que vissem. Não é O filme que vi em 2009, mas anda lá perto.
Tetro é o último personagem do Vincent Gallo, um senhor que protagonizou filmes tão bons como o Bufallo 66, o Trouble Every Day e o Brown Bunny (os dois primeiros são mesmo bons, o terceiro...estava a brincar).
Com esta dupla tanto podíamos esperar um filme genial como uma daquelas peças cinematográficas que pouco mais alcançam que a auto-congratulação. Felizmente, Tetro é também o título de um dos melhores filmes que vi este ano. (Que está quase a acabar! Será este o último post? Aceitam-se apostas!)
É um excelente filme porque consegue conjugar excelência a nível técnico (fotografia a preto e branco impecável, trabalho de actores muito bem conseguido, banda sonora de qualidade) com uma história que nos deixa interessados do princípio ao fim: Bennie, o irmão mais novo (Alden Ehrenreich, não muito mau mas demasiado parecido com o Leonardo DiCaprio circa 1996) resolve procurar Tetro, o seu irmão "desaparecido" em Buenos Aires, cidade de onde recebeu as suas últimas noticias. Encontram-se, com a ajuda da sua cunhada Miranda (Maribel Verdú, excelente) e reiniciam uma relação tempestuosa que acabará com uma série de revelações sobre Carlo, patriarca da família e génio musical que destrói tudo em seu redor.
Infelizmente este filme não parecer vir a ter grande distribuição no mercado nacional (é estranho, apesar de tudo o Coppola é o Coppola), mas merecia. Não é um filme fácil, de certa forma parece orgulhar-se de não o ser, mas é um título essencial para qualquer pessoa que tenha o gosto não só de cinema, mas de assistir ao desenrolar de boas histórias, desempenhadas por um grupo de profissionais no seu melhor.
Ou seja, se os meus queridos leitores só puderem ver um filme recomendado por mim este ano não me desagradaria que fosse este que vissem. Não é O filme que vi em 2009, mas anda lá perto.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Adventureland + The Party
Adventureland:
Não gostei deste filme.
O que gostei menos foi a tentativa de fazer uma comédia/romance indie mas que é demasiado forçada. E tudo o que é demasiado forçado dá em asneira...neste caso acho que o exemplo mais claro do que estou a dizer é o colocarem o filme no contexto dos anos 80, mas que em nada, tirando a roupa e a banda sonora, é característico dessa altura, e mesmo esses só beneficiam com o revivalismo dos 80's que em breve passará para os 90's.
A história é a do costume neste tipo de filmes: jovem americano meio geek meio cool quer ir viajar para a Europa durante o Verão, mas como não tem dinheiro tem de ir trabalhar para um parque de diversões - o tal Adventureland - onde (surpresa das surpresas!) conhece a rapariga dos seus sonhos, totalmente cool mas assim a dar para o alternativo, que (surpresa das surpresas das surpresas!) vai estudar precisamente para a mesma cidade que ele.
Para além destes dois personagens, existem também uns quantos outros que pouco mais são que um copy/paste do "livro de personagens cliché de comédias/romances que querem ser indie": o namorado bonzão da tal rapariga, de quem ela se farta por não ser tão sensível como o nosso herói; o gajo totalmente geek que tem interesses bizarros (neste caso literatura russa) e nenhum sucesso com miúdas sóbrias; o chefe demasiado intenso e, claro, a beauty queen por quem todos os rapazes se babam e de quem o protagonista abdica pela miúda alternativa.
Nem sequer considero que isto sejam spoilers, porque não é a primeira - nem será a última - vez que verão estes personagens-tipo. Por isso é que não gostei do filme, esforça-se tanto por ser (quem sabe) um outro (500) days of Summer que falha redondamente: é fraco.
De mérito apenas posso reconhecer uma coisa: a boa interpretação da Kristen Stewart, a protagonista da saga Twilight, que nunca vi (nem tenho curiosidade em ver) mas que me surpreendeu pela positiva quanto às suas capacidades de actriz.
The Party:
Este filme foi uma recomendação de uma leitora frequente deste cantinho na Internet plantado e, apesar de perceber as razões da sua paixão, não consegui ficar demasiado fã. Ainda assim, agradeço a sugestão e proponho que deixem aqui as vossas recomendações, pode ser que um dia sejam agraciados com uma SMR.
Plantado entre um Mr. Bean (o que é mau) e o Mon Oncle, do Jacques Tati (o que é bom), esta é uma comédia já antiga caracterizada por um tipo de humor que - a meu ver - está bastante datado e não evoluiu lá muito bem. O filme depende demasiado de quedas, efeitos sonoros e cenas demasiado over the top para o meu gosto, enquanto espectador de 27 anos.
Não tendo essa informação, sou capaz de apostar que este é um filme que a tal leitora assídua viu - e aprendeu a amar - quando era mais pequena. Eu também tenho algumas paixões dessas- filmes que ainda hoje gosto mas que tenho a impressão que se os visse pela primeira vez aos 27 anos não conseguiria ter a mesma relação - casos do Robin Hood, Heróis em Collants ou o Ases pelos Ares.
Não tendo ficado fã, não deixei de me rir com algumas situações (sobretudo a altura em que o Senhor Bakshi mexe nos controlos da casa, hilariante). Sabendo que basicamente o filme é uma improvisação quase completa do Peter Sellers (actor a quem reconheço o grande valor, mas com quem não consigo empatizar) ainda mais valor lhe dou, mas - repito - penso que este é o perfeito filme para se recordar de visualizações mais jovens. Assim é interessante, mas não fará parte do meu património cultural.
O que gostei menos foi a tentativa de fazer uma comédia/romance indie mas que é demasiado forçada. E tudo o que é demasiado forçado dá em asneira...neste caso acho que o exemplo mais claro do que estou a dizer é o colocarem o filme no contexto dos anos 80, mas que em nada, tirando a roupa e a banda sonora, é característico dessa altura, e mesmo esses só beneficiam com o revivalismo dos 80's que em breve passará para os 90's.
A história é a do costume neste tipo de filmes: jovem americano meio geek meio cool quer ir viajar para a Europa durante o Verão, mas como não tem dinheiro tem de ir trabalhar para um parque de diversões - o tal Adventureland - onde (surpresa das surpresas!) conhece a rapariga dos seus sonhos, totalmente cool mas assim a dar para o alternativo, que (surpresa das surpresas das surpresas!) vai estudar precisamente para a mesma cidade que ele.
Para além destes dois personagens, existem também uns quantos outros que pouco mais são que um copy/paste do "livro de personagens cliché de comédias/romances que querem ser indie": o namorado bonzão da tal rapariga, de quem ela se farta por não ser tão sensível como o nosso herói; o gajo totalmente geek que tem interesses bizarros (neste caso literatura russa) e nenhum sucesso com miúdas sóbrias; o chefe demasiado intenso e, claro, a beauty queen por quem todos os rapazes se babam e de quem o protagonista abdica pela miúda alternativa.
Nem sequer considero que isto sejam spoilers, porque não é a primeira - nem será a última - vez que verão estes personagens-tipo. Por isso é que não gostei do filme, esforça-se tanto por ser (quem sabe) um outro (500) days of Summer que falha redondamente: é fraco.
De mérito apenas posso reconhecer uma coisa: a boa interpretação da Kristen Stewart, a protagonista da saga Twilight, que nunca vi (nem tenho curiosidade em ver) mas que me surpreendeu pela positiva quanto às suas capacidades de actriz.
The Party:
Este filme foi uma recomendação de uma leitora frequente deste cantinho na Internet plantado e, apesar de perceber as razões da sua paixão, não consegui ficar demasiado fã. Ainda assim, agradeço a sugestão e proponho que deixem aqui as vossas recomendações, pode ser que um dia sejam agraciados com uma SMR.
Plantado entre um Mr. Bean (o que é mau) e o Mon Oncle, do Jacques Tati (o que é bom), esta é uma comédia já antiga caracterizada por um tipo de humor que - a meu ver - está bastante datado e não evoluiu lá muito bem. O filme depende demasiado de quedas, efeitos sonoros e cenas demasiado over the top para o meu gosto, enquanto espectador de 27 anos.
Não tendo essa informação, sou capaz de apostar que este é um filme que a tal leitora assídua viu - e aprendeu a amar - quando era mais pequena. Eu também tenho algumas paixões dessas- filmes que ainda hoje gosto mas que tenho a impressão que se os visse pela primeira vez aos 27 anos não conseguiria ter a mesma relação - casos do Robin Hood, Heróis em Collants ou o Ases pelos Ares.
Não tendo ficado fã, não deixei de me rir com algumas situações (sobretudo a altura em que o Senhor Bakshi mexe nos controlos da casa, hilariante). Sabendo que basicamente o filme é uma improvisação quase completa do Peter Sellers (actor a quem reconheço o grande valor, mas com quem não consigo empatizar) ainda mais valor lhe dou, mas - repito - penso que este é o perfeito filme para se recordar de visualizações mais jovens. Assim é interessante, mas não fará parte do meu património cultural.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Zombieland + Capitalism: a Love Story
Zombieland:
Aqui há uns anos vi um filme de zombies que misturava bastante humor com o gore e os sustos do costume. Esse filme chama-se Shaun of the Dead e é, de certeza, a principal influência para este Zombieland.
Ao contrário do que acontece com tantos filmes de terror asiáticos, neste caso os estúdios americanos optaram por não fazer um remake directo desse filme, optando por seguir com a sua própria história cómica de zombies. E ainda bem que o fizeram, porque por muito que tenha gostado do Shaun (que é giro, mas é pior que o Hot Fuzz, da mesma equipa), ri-me mais neste filme.
Aqui seguimos Columbus, um jovem assustado que devido às suas regras de sobrevivência a zombies (tiradas daqui, talvez?) lá se mantém vivo o tempo suficiente para se encontrar com um senhor bem mais durão, e que em vez de fugir aos zombies se diverte a dar-lhes cabo do canastro (o que é o canastro, alguém me sabe dizer?). O Columbus é interpretado pelo Jesse Eisenberg e o Talahassee por um Woody Harrelson em topo de forma e ambos formam uma equipa que de início é enrolada pela dupla feminina Wichita/Little Rock, mas com quem acabam por colaborar, para bem da sua sobrevivência.
Ao longo da história vamos seguindo estes personagens (que não têm nomes, só alcunhas relacionadas com o sítio de onde são/para onde vão) a caminho de uma salvação, um último canto da América onde - provavelmente - poderão relaxar dos zombies e voltar às pequenas coisas que os fazem humanos. O caminho não é nada o típico de filmes de zombies, com muito mais gargalhadas que sustos, o que para mim é simpático mas para quem esteja com a ideia de se assustar é capaz de ser frustrante.
Sim, porque apesar de gostado do filme, tenho de concordar com a principal crítica que tenho lido...tendo em conta que o cenário é uma América pós-apocalíptica com apenas 6 sobreviventes conhecidos, há mesmo muito poucos zombies.
Se conseguirem passar disso vão divertir-se com esta comédia, se acharem que os zombies são o essencial são capazes de não gostar deste filme de terror. (Que não é um filme de terror)
Capitalism: a Love Story:
Cada vez mais tenho uma relação de amor/ódio com o Michael Moore. Como podem ler no que escrevi aqui, desde há muito que o acompanho e o admiro pelo trabalho que faz, de colocar assuntos sobre a mesa, mas cada vez menos o consigo ver como um documentarista fidedigno.
Isto porque, mais uma vez, neste Capitalism: a Love Story, cujo tema é a actual crise financeira e as cada vez mais abjectas diferenças entre os mais pobres e os mais ricos, ele recorre a estratagemas que, na minha opinião de fã de documentários, são dispensáveis por manipularem algo que podia ser mostrado com o mesmo impacto mas de uma forma mais objectiva. Na SMR ao Sicko menciono o momento em que ele diz que enviou o cheque para pagar a operação à mulher de um dos seus detractores, aqui não é nada de tão grave, apenas a constante exploração de imagens de pessoas a chorar - algo que me irrita seriamente - e de uns quantos punch-lines que não deveriam ser usados (aquela parte com Jesus Cristo é um disparate!).
Felizmente o filme também tem coisas boas, mas prendem-se mais com as histórias (e com o mérito de ele as descobrir e contar) do que com o documentário em si. Falo da história da família que se viu forçada a sair de casa por causa das dívidas mas que decide voltar e ocupar aquilo que era seu, da (inspiradora!) história dos trabalhadores da fábrica de Chicago e, sobretudo, da coragem da Congressista do Ohio, Marcy Kaptur, que parece ser um das poucas pessoas com o saudável equilíbrio entre juízo e poder.
Estas histórias, entre outras, merecem que vejam este filme. Aprendam, informem-se e, apesar do filme retratar a realidade americana, não se esqueçam que se trata de uma realidade global. Como diziam os Propagandhi, uma banda punk que já ouvi mais, "knowledge is power, arm yourself". Vejam o filme como fonte de informação, mas com alguma moderação.
Ao contrário do que acontece com tantos filmes de terror asiáticos, neste caso os estúdios americanos optaram por não fazer um remake directo desse filme, optando por seguir com a sua própria história cómica de zombies. E ainda bem que o fizeram, porque por muito que tenha gostado do Shaun (que é giro, mas é pior que o Hot Fuzz, da mesma equipa), ri-me mais neste filme.
Aqui seguimos Columbus, um jovem assustado que devido às suas regras de sobrevivência a zombies (tiradas daqui, talvez?) lá se mantém vivo o tempo suficiente para se encontrar com um senhor bem mais durão, e que em vez de fugir aos zombies se diverte a dar-lhes cabo do canastro (o que é o canastro, alguém me sabe dizer?). O Columbus é interpretado pelo Jesse Eisenberg e o Talahassee por um Woody Harrelson em topo de forma e ambos formam uma equipa que de início é enrolada pela dupla feminina Wichita/Little Rock, mas com quem acabam por colaborar, para bem da sua sobrevivência.
Ao longo da história vamos seguindo estes personagens (que não têm nomes, só alcunhas relacionadas com o sítio de onde são/para onde vão) a caminho de uma salvação, um último canto da América onde - provavelmente - poderão relaxar dos zombies e voltar às pequenas coisas que os fazem humanos. O caminho não é nada o típico de filmes de zombies, com muito mais gargalhadas que sustos, o que para mim é simpático mas para quem esteja com a ideia de se assustar é capaz de ser frustrante.
Sim, porque apesar de gostado do filme, tenho de concordar com a principal crítica que tenho lido...tendo em conta que o cenário é uma América pós-apocalíptica com apenas 6 sobreviventes conhecidos, há mesmo muito poucos zombies.
Se conseguirem passar disso vão divertir-se com esta comédia, se acharem que os zombies são o essencial são capazes de não gostar deste filme de terror. (Que não é um filme de terror)
Capitalism: a Love Story:
Cada vez mais tenho uma relação de amor/ódio com o Michael Moore. Como podem ler no que escrevi aqui, desde há muito que o acompanho e o admiro pelo trabalho que faz, de colocar assuntos sobre a mesa, mas cada vez menos o consigo ver como um documentarista fidedigno.
Isto porque, mais uma vez, neste Capitalism: a Love Story, cujo tema é a actual crise financeira e as cada vez mais abjectas diferenças entre os mais pobres e os mais ricos, ele recorre a estratagemas que, na minha opinião de fã de documentários, são dispensáveis por manipularem algo que podia ser mostrado com o mesmo impacto mas de uma forma mais objectiva. Na SMR ao Sicko menciono o momento em que ele diz que enviou o cheque para pagar a operação à mulher de um dos seus detractores, aqui não é nada de tão grave, apenas a constante exploração de imagens de pessoas a chorar - algo que me irrita seriamente - e de uns quantos punch-lines que não deveriam ser usados (aquela parte com Jesus Cristo é um disparate!).
Felizmente o filme também tem coisas boas, mas prendem-se mais com as histórias (e com o mérito de ele as descobrir e contar) do que com o documentário em si. Falo da história da família que se viu forçada a sair de casa por causa das dívidas mas que decide voltar e ocupar aquilo que era seu, da (inspiradora!) história dos trabalhadores da fábrica de Chicago e, sobretudo, da coragem da Congressista do Ohio, Marcy Kaptur, que parece ser um das poucas pessoas com o saudável equilíbrio entre juízo e poder.
Estas histórias, entre outras, merecem que vejam este filme. Aprendam, informem-se e, apesar do filme retratar a realidade americana, não se esqueçam que se trata de uma realidade global. Como diziam os Propagandhi, uma banda punk que já ouvi mais, "knowledge is power, arm yourself". Vejam o filme como fonte de informação, mas com alguma moderação.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
(500) Days of Summer
(500) Days of Summer:
Comecei a ver este filme com expectativas muito altas. Diria até que demasiadas, porque fiquei um bocado desiludido. Sabia que era uma comédia romântica diferente, mais indie, menos lamechas e, acima de tudo menos comédia.
This is a story of boy meets girl, but you should know upfront, this is not a love story.
Para quem ache que Verão não dura 500 dias deixo já um spoiler muito fraquinho: Summer não é estação do ano, é nome de rapariga, neste caso a protagonista do filme. Tal como diz aos seus colegas, Summer (Zooey Deschanel) é uma céptica, não acredita no amor. Já Tom (Joseph Gordon-Levitt, o puto do 3º calhau a contar do Sol) é, ao contrário do que é costume no papel masculino neste tipo de filmes, o que se chamaria de hopeless romantic. Como tantos de nós já devemos ter experienciado, deu-se mal.
Durante os tais 500 dias do título seguimos a evolução destes dois personagens, desde o dia 1 - em que se conhecem - ao 500 - em que Tom percebe que (preparem-se, vou usar uma metáfora das boas!) o Verão acaba. Não seguimos a história de uma forma linear, mas ainda assim é perceptível que se passa de uma amizade, para uma "amizade" (porque é que a malta que não quer dar nomes às coisas tem medo de dar nomes às coisas?), para o fim dessa "amizade" e consequente desespero do nosso amigo Tom, que não consegue seguir em frente.
Tudo aqui é contado com algum exagero: os personagens são demasiado estilosos e independentes financeiramente, os programas deles enquanto estão apaixonados os típicos de casal jovem em filme indie, o desespero dele demasiado chorão (mas não posso propriamente criticar, que eu próprio sou um Tom, nestas coisas do amor). Parece-me que para bem da história cortaram um bocado no realismo, o que não deixa este filme ficar mais bem colocado no meu ranking pessoal.
Conclusão: não desgostei do filme, o conceito é giro, a Zooey também e o JGL (não me apetece escrever o nome todo, sou um rebelde) está a revelar-se um bom actor, mas as expectativas altas estragaram algo que, se calhar, seria mais bem aproveitado sem qualquer pré-conceito.
This is a story of boy meets girl, but you should know upfront, this is not a love story.
Para quem ache que Verão não dura 500 dias deixo já um spoiler muito fraquinho: Summer não é estação do ano, é nome de rapariga, neste caso a protagonista do filme. Tal como diz aos seus colegas, Summer (Zooey Deschanel) é uma céptica, não acredita no amor. Já Tom (Joseph Gordon-Levitt, o puto do 3º calhau a contar do Sol) é, ao contrário do que é costume no papel masculino neste tipo de filmes, o que se chamaria de hopeless romantic. Como tantos de nós já devemos ter experienciado, deu-se mal.
Durante os tais 500 dias do título seguimos a evolução destes dois personagens, desde o dia 1 - em que se conhecem - ao 500 - em que Tom percebe que (preparem-se, vou usar uma metáfora das boas!) o Verão acaba. Não seguimos a história de uma forma linear, mas ainda assim é perceptível que se passa de uma amizade, para uma "amizade" (porque é que a malta que não quer dar nomes às coisas tem medo de dar nomes às coisas?), para o fim dessa "amizade" e consequente desespero do nosso amigo Tom, que não consegue seguir em frente.
Tudo aqui é contado com algum exagero: os personagens são demasiado estilosos e independentes financeiramente, os programas deles enquanto estão apaixonados os típicos de casal jovem em filme indie, o desespero dele demasiado chorão (mas não posso propriamente criticar, que eu próprio sou um Tom, nestas coisas do amor). Parece-me que para bem da história cortaram um bocado no realismo, o que não deixa este filme ficar mais bem colocado no meu ranking pessoal.
Conclusão: não desgostei do filme, o conceito é giro, a Zooey também e o JGL (não me apetece escrever o nome todo, sou um rebelde) está a revelar-se um bom actor, mas as expectativas altas estragaram algo que, se calhar, seria mais bem aproveitado sem qualquer pré-conceito.
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