sábado, 14 de fevereiro de 2009

O Medeia Card é a melhor invenção de sempre

Esta semana foram mais dois filmitos, hehehe.

Doubt:



Que grande filme! Até ao momento em que o vi foi o que mais gostei este ano (mas entretanto vi hoje outro, mas postarei mais tarde...fica o suspense de saber qual!).

Dúvida? Mas dúvida de quê? Neste caso o filme aborda três tipos de dúvidas, por um lado aquelas que em vão surgindo na vida de todos (como agir numa situação muito complexa? devemos perseguir um criminoso quando é a vítima quem mais será prejudicado?); a dúvida religiosa que de tempos a tempos deve assaltar aqueles que têm fé, e as consequências/o poder destrutivo de uma acusação sem certezas.

É em relação a esta última reflexão que o Padre Brendan Flynn (Phillip Seymour Hoffman no seu melhor!) desenvolve a melhor metáfora de sempre. Cito-a aqui, pedindo desde já desculpa aos leitores que não falam inglês.

Father Brendan Flynn: A woman was gossiping with her friend about a man they hardly knew; I know none of you have ever done this. That night, she had a dream. A great hand appeared over her, and pointed down on her. She was immediately seized with a overwhelming sense of guilt. The next day, she went to confession. She got the old perish priest, Father Arrorick, and she told him the whole thing. "Is gossiping a sin?" She asked the old man. "Was that God All Mighty's hand pointing down at me? Should I ask for your absolution, father? Have I dont something wrong?" "Yes." Father Arrorick answered her. "Yes, you ignorant, badly brought up female. You have blamed false witness on your neighbor. You played fast and loose with his reputation, and you should be heartily ashamed." So the woman said she was sorry, and asked for forgiveness. "Not so fast." says Arrorick. "I want you to go home, take a pillow upon your roof, cut it open with a knife, and return here to me." So the woman went home, took a pillow off her bed, a knife from the drawer, went up the fire escape to her roof, and stabbed the pillow. Then she went back to the old perish priest as instructed. "Did you cut the pillow with a knife?" He says. "Yes, father." "And what were the results?" "Feathers." she said. "Feathers?" he repeated. "Feathers, everywhere, father." "Now I want you to go back, and gather up every last feather the flew out on the wind." "Well," she said, "It can't be done. I don't know where they went. The wind took them all over." "And that," said Father Arrorick, "Is gossip."

E pensar que esta peça já foi posta em cena em Portugal, com o Diogo Infante no lugar do Phillip Seymor Hoffman! Não sei quem terá assumido os papeis da Meryl Streep e da Amy Adams, as duas actrizes principais e que se mostram neste filme em topo de forma.

Não conto muito mais, VEJAM!

Slumdog Millionaire:



Muito se tem falado deste filme, de um lado aqueles que vêm nele o maior candidato ao Óscar de Melhor filme, do outro os que apresentam as suas críticas. E as críticas são muitas: "poverty porn", exploração laboral dos actores infantis, representação prejudicial da vida nos bairros de lata, etc.

Eu fico-me mais do outro lado. Não acho que seja um filme fabuloso, não é o clássico do cinema mas creio que não quer ser isso. É, sim, uma história da Cinderela no masculino: um jovem vindo dos bairros de lata candidata-se ao Quem quer ser milionário? (por amor, não poderia deixar de haver uma história de amor...mas esta até é bonita, pronto) e chega à última pergunta antes da famosa buzina que interrompe o programa.

Ora, o apresentador acha suspeito tal pessoa saber tanta resposta e (não se percebe bem como) requisita à policia que o interrogue. É esse o mote do filme, cada resposta certa tem uma razão para ser conhecida e o conjunto de todas elas (contadas em flashback) fazem a história do nosso protagonista.

Esta espécie de Cidade de Deus de Bombaím (mas em pior) acompanha assim o tal jovem desde a sua infância até ao momento actual, passando por episódios como a morte da sua mãe, o encontro com o tal amor, a violência do seu irmão e alguns outros episódios caricatos da sua vida (adorei o tour ao Taj Mahal, hilariante). É engraçado? É! Emociona? Sem dúvida! Será assim tão bom como o pintam? Não sei, é bom...o que já não é nada mau.

Tem é uma coisa muito parva: a pergunta final do programa é estupidamente fácil (mesmo para a Índia, onde acredito que não sejam tão conhecidos): Os Três Mosqueteiros são Athos, Porthos e _________ ? Uma pergunta para tanto dinheiro seria com certeza mais dificil,mas há que fechar o círculo, não é senhores produtores?


P.S.: Entretanto lembrei-me que me esqueci de fazer a review ao Revolutionary Road, curti o filme mas não passa de uma adaptação do American Beauty a uma realidade mais antiga.

7 comentários:

  1. Como podes dizer isso do revolutionary road?????

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  2. Lol, foi isso que senti. Não é de todo uma crítica: gostei muito do American Beauty e gostei muito deste, mas vi imensos paralelismos entre os dois, nomeadamente na forma como ele aborda o desespero suburbano

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  3. Acompanho o teu entendimento, sem "Dúvida"... um grande filme!!! CDP

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  4. Olha quem é ela! Como é que me apanhaste aqui?
    Vai aparecendo :*

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  5. As minhas ligações aos serviços secretos dão-me informações preciosas sobre blogs de cinema ;)
    Tenho-te a dizer que o teu blog está muito bom... continua :)
    Vou aparecendo, sim.
    1 beijinho
    CDP

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  6. graças ao senhor do medeia card n posso usar o meu zon card! grande palhaço!

    adorei o slumdog millionaire. :)

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  7. Com vários meses de atraso, só agora é que consegui ver o Slumdog Millionaire. É um filme interessante, que deixa um nó na garganta no fim... que se desvanece quando se vê a dança final ;)
    Beijinhos
    C(DP)

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