domingo, 8 de fevereiro de 2009

Milk


Milk: San Francisco é, pelo menos desde os anos 60 a cidade mais liberal dos EUA, e provavelmente até do mundo. Foi o centro do mundo hippie (no bairro Haight/Ashbury), é ainda hoje a "capital" gay do planeta (no bairro Castro) e se querem sado-maso é a cidade onde devem vir (perguntem ao Sr. Google o que é a Folsom Street Fair).

Harvey Milk foi um homem que em muito influenciou este status quo, tendo sido o primeiro autarca assumidamente gay dos Estados Unidos. O filme segue os últimos anos da sua vida (Harvey foi uma pessoa banalíssima até aos seus 40 anos, enquanto vivia em New York, só tendo assumido protagonismo após essa idade)...a chegada ao Castro, as primeiras acções de activismo, a eleição, a campanha contra a Prop 6 (que permitiria a discriminação por orientação sexual) e - não é SPOILER - a sua morte.

É um filme de personagens...não tem efeitos especiais e a história é bastante linear. Mas as interpretações fazem-no subir uns quantos níveis e assim se percebem as várias nomeações para os Óscares. Não é só o Sean Penn (que vai muito bem, mas que a tempos me fazia lembrar a sua personagem Sam, em I Am Sam), mas também Emile Hirsch, James Franco ou Diego Luna. Todos eles, aliados à agradável realização do Gus Van Sant, fazem destes 128m uma boa experiência cinematográfica e também de desenvolvimento pessoal.

Quase todos os leitores deste blog sabem que vivi em San Francisco, e por isso este filme teve um factor extra de atracção...o ver a minha cidade. Mas não dá para ver muito, apenas o Castro e a Câmara Municipal, mas foi engraçado aperceber-me que o bairro que actualmente é 100% (ou noventa e muito por cento) gay nem há 40 anos não aceitava pessoas com tal orientação sexual junto da sua associação comercial...o Castro nem sempre foi gay, weird!

Finalmente, uma nota negativa para quem tratou da caracterização da cidade...Aparecem demasiados marcos da San Francisco actual que não existiam (ou existiam de outra forma) nos anos 70.

3 comentários:

  1. Concordo com a tua crítica, o filme está muito giro, e acho que no fim, todos saímos com um nó na garganta.
    Gostei de "rever" o Castro (foi pena não aparecer a Gelataria Naia), e principalmete gostei de recordar Câmara Municipal (onde tivemos o privilégio de ver um cartaz do Sr. Governador, grávidissimo).
    É sem dúvida um grande filme, numa grande cidade :)
    CDP

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  2. A gelataria Naia, apesar de ser um marco mundial (pelo nome que acarreta), só foi fundada em 2005/2006, era capaz de ficar fora de contexto, mesmo com os anacronismos que referi.

    O ponto alto da ida à CM foi termos conhecido o Mayor, não o cartaz do Governador (mas que isso teve piada, lá isso teve)

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  3. O ponto alto foi o Mayor segurar na porta para eu entrar... Privilégios de gaja ;)
    Quanto à Gelataria Naia, estava na brincadeira, tentando "picar você".
    CDP

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