Tenho que me ir deitar, por isso ficam duas reviews mais curtinhas: The Reader e Coraline
The Reader:
Coraline:
The Reader:
Normalmente as histórias que envolvem o holocausto são sempre muito dramáticas. Acho que também é normal, não devia haver muitos sorrisos por aqueles tempos, apesar do que o Roberto Benigni nos quis dizer em A Vida é Bela.
Este filme é mais uma história que envolve o holocausto. Envolve-o apenas como background de um dos personagens principais, mas não é sequer tema, são duas as estradas que o filme tenta percorrer: o drama pessoal de uma mulher que prefere ser castigada por algo que não fez que admitir uma falha e o drama (também pessoal) de um rapaz/homem cuja vida é determinantemente influenciada por essa mulher, a mulher que ama.
Na minha opinião nenhuma das histórias é bem abordada, deviam ter escolhido uma e explorá-la mais a fundo. Assim, ficamos por uma análise superficial e que não consegue prender-nos àqueles dramas (sempre pessoais, não se esqueçam).
Nota para o Óscar que a Kate Winslet ganhou por este filme: a senhora é uma grande actriz, gosto muito dela, mas tenho de repetir o que já muitos disseram...devia ter ganho o Óscar pelo Revolutionary Road, não por este, mas pelos vistos a Academia gosta de interpretações com sotaque.
Coraline:
O último filme em 3D que tive a oportunidade de ver foi o "Lollipop Girls in Hard Candy", ainda vivia eu em San Francisco, e era - sim, admito que fui ver isto - um filme porno absolutamente ridículo mas igualmente divertido. Na altura a sala (de um cinema normal, não sou assim tão pervertido) estava cheia de pessoal da minha idade e estilo, não de quem fosse à procura de ver sexo...a malta queria era ver o 3D.
Hoje, no cinema Nimas, a sala tinha gente da minha idade e estilo, à procura de ver o 3D, não crianças...como um filme de animação poderia indicar.
Mas a verdade é que também não é propriamente um filme para crianças. Como ponto de referência posso dizer que é realizado pelo mesmo realizador que o Estranho Mundo de Jack, filme surgido da mente de Tim Burton.
Este é um pouco mais colorido, menos "cadavérico", mas não deixa de ser muito adulto. As imagens e sobretudo a história são crescidas, sem ponta de infatilismo ou açucar em doses elevadas. No fundo é uma história de crescimento, das opções que temos de fazer e da podridão que - por vezes - a perfeição pode esconder. Parece-vos um tema infantil?
Não é, e por isso deixo aqui uma crítica a quem teve a infeliz ideia de não disponibilizar o filme em versão original. A dobragem é bastante boa (especial destaque para a Ana Bola e a Maria Rueff, sobretudo num número músical hilariante) mas, num filme que será visto maioritariamente por jovens adultos, o mínimo que nos podiam dar era a possibilidade de escolha.