Trolljegeren - Troll Hunter:
Desde que em 1999 saiu o Blair Witch Project que muitos filmes (de terror mas não só) seguem a sua fórmula: recebemos este filme nos nossos escritórios e não sabemos quem são as pessoas no filme, mas achámos por bem editá-lo e estreá-lo em sala.
Se a formula funcionou bem nessa altura, em que parte do marketing de Blair Witch era mesmo o não se saber se aquilo tinha sido mesmo filmado amadoramente ou era um filme, passados 13 anos o nível de sucesso já não é o mesmo. Especialmente quando o tema é tão pouco realista e - problema meramente técnico que advém da melhoria das câmaras actuais - a qualidade das imagens é tanta que se parece mais com um filme de Hollywood que com algo amador.
A premissa de Troll Hunter está explicada no seu título. Um grupo de estudantes da universidade de Volda decide filmar um documentário sobre uns ataques de ursos que ocorreram nas redondezas e durante as filmagens ouvem falar de um ainda mais estranho caçador. Resolvem segui-lo e este decide mostrar-lhes o que realmente faz.
A partir daí seguimos os três documentaristas a seguir Hans (Otto Jespersen, a única intepretação de jeito no filme), o caçador que por sua vez persegue os trolls pelo Norte da Noruega. Cada espécie troll tem a sua personalidade, os seus pontos fracos e, consequentemente, uma forma diferente de ser apanhado (tal como são descritos na mitologia nórdica, que eu confesso desconhecer totalmente). Pontos em comum são poucos, mas diz que nenhum gosta de cristãos e - mais importante ainda - todos se transformam em pedra quando expostos à luz solar a outra qualquer luz intensa.
Com esta premissa Troll Hunter até podia ser divertido. O conceito é engraçado, os troll estão muito bem desenhados (uma mistura de CGI com imagem real) e é sempre divertido ver pessoas a chorar enquanto admitem que são cristãos no armário, mas algo no trabalho de André Øvredal não funciona: como já disse, a opção por um filme de found footage não convence nem por um segundo, as interpretações dos documentaristas são bastante fracas e até mesmo a opção por colocar uma música de Kvelertak (uma das minhas bandas favoritas) nos créditos finais falha por ser tão deslocada do contexto.
Troll Hunter podia ter corrido bem, e houve decerto quem gostasse o suficiente para promover o inevitável remake americano, mas eu não fiquei nada convencido. Talvez se o tivesse visto no grande ecrã tivesse sido melhor.
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