sábado, 12 de novembro de 2011

The Adventures of Tintin

The Adventures of Tintin:


Era uma vez um pirralho chamado João Moreira. Esse pirralho tinha uns 11 anos quando alguém lhe deu o seu primeiro livro do Tintim (O Segredo do Licorne, curiosamente o livro em que este filme mais se inspira) e com esse livro ficou viciado. 22 dos 23 livros depois e cerca de 18 anos depois, esse pirralho já é adulto e vai ver a mais recente adaptação do mais famoso repórter (animado) belga. O que é que o ex-pirralho achou?

Achou que o ter lido tantas e tantas vezes as aventuras de Tintim fez com que o filme não fosse perfeito. É um problema recorrente na adaptação de livros: cada fã tem a sua ideia sobre os cenários ou sobre as vozes dos personagens, por exemplo. Neste caso a questão dos cenários não é relevante, uma vez que todos os vemos nos livros originais, mas a questão das vozes fez-me um bocado confusão.

Nem sequer é uma crítica, mas ouvir o Tintim a falar com pronúncia inglesa é um pouco estranho quando se sabe que o personagem é belga e sempre o ouvimos falar português com a nossa própria voz. Percebem o que quero dizer? Na mesma onda, faz-me confusão ouvir chamar a Milu de Snowy...Talvez este seja um filme no qual seria melhor ver a versão dobrada em português do que o original em inglês, não porque o original esteja mal - repito - mas para ser mais parecido com o Tintim que conheço há tantos anos.

"E para alguém que nunca teve ligação nenhuma ao Tintim, o filme vale a pena ou não?" perguntam vocês e muito bem. A minha companhia nesta sessão conhecia o Tintim mas nunca ligou minimamente aos livros e, perguntando-lhe o que achou, disse-me que era uma boa história de aventuras, ao mesmo tempo mais infantil e mais violenta do que estava à espera. Acho que é uma boa forma de definir o filme: aventuras pipoca (este é, sem dúvida, um chamado filme-pipoca) para miúdos já meio crescidos e graúdos não demasiado sério.

Em tempos Hergé disse que o único realizador capaz de fazer justiça aos seus livros era o Steven Spielberg. Entretanto já morreu e não pode opinar se tinha ou não razão quando disse isso: eu acho que sim. Muitos dos filmes do Spielberg são apontados precisamente para o público alvo destas aventuras e não são poucos os que vêm paralelismos entre a saga Indiana Jones e o Tintim. Spielberg é sem dúvida a escolha acertada para nos contar estas histórias no grande ecrã e a animação (ou, mais precisamente, o motion capture, que eu sou daqueles que percebe a diferença) o meio mais apropriado. Neste filme o mundo criado por Hergé está perfeitamente recriado e os seus personagens icónicos inteiramente respeitados, mesmo não tendo muito tempo de antena - tirando o Tintim (Jamie Bell, "o" Billy Elliot) e o Capitão Haddock (o meu favorito, intepretado por um brilhante Andy Serkis).

Dado o sucesso que este filme está a ter nas bilheteiras (sendo que ainda não estreou em muitos sítios) já foi anunciado que existirão sequelas. A primeira delas vai ser realizada pelo Peter Jackson (que produz este filme) mas contará com a participação do Spielberg enquanto produtor. Não sei qual será o ou os livros que adaptará, eu vou estar lá para a ver. A minha relação com o Tintim vai continuar.

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