quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Spread + Pineapple Express

Spread:



Este é um filme muito pouco divulgado, que tem como protagonista o Asthon Kutcher a fazer o que muitos dizem que é o que faz na vida real: um gajo novo que se orienta fornecendo "favores sexuais" a senhoras mais velhas.

Claro que, sendo este um filme de Hollywood, a história tinha de ter um desenvolvimento qualquer, não podia ser só glamour e cenas de sexo (bastante explicito! Fiquei surpreendido, não tanto pelo Ashton mas mais pela Anne Heche, que aparece muito nua em muitas cenas). O rapazito lá troca a vida que tinha por amor e as coisas mudam bastante. Não digo é como acabam, porque o fim é uma das coisas boas do filme.

De resto não tem muito mais que dizer. É um filme verdadeiramente pop, razoavelmente previsível e com interpretações também elas razoáveis. Não foi muito promovido e também não será muito recordado, a menos que o apanhem a dar na TVI numa qualquer noite de Verão não vale muito o esforço que façam para o ir ver.


Pineapple Express:



Já esta comédia, mais uma da dupla Judd Apatow/Seth Rogen, teve um enorme sucesso lá fora (EUA e Inglaterra, pelo menos) e cá nem sequer saiu no cinema, foi logo para DVD.

Honestamente não percebo. Como é que se consegue promover filmes que são verdadeiros atentados à inteligência (o último desta tripla) e depois se deixa de fora este filme que - há que admitir - também é um atentado à inteligência, mas que o é propositadamente.

Devem presumir que a história não é sobre um ananás a jacto, o Pineapple Express é um tipo de marijuana raríssima que os dois protagonistas fumam e que está na base de uma série de aventuras que têm tanto de disparatado como de divertido. Era simples este filme ser um desastre, mas felizmente foi feito com cuidado suficiente para nos pôr a rir que nem uns desgraçados.

Não vou estar a resumir a história porque não faz grande sentido. Apenas vos digo, se gostam de filmes em que gajos parvos se ganzam e ficam ainda mais parvos vejam, se gostam de filmes em que muita gente vai contra muitas paredes vejam, se gostam de filmes em que gajos vão a conduzir com um pé de fora...do pára-brisas vejam. (Não deve haver assim tantos filmes que caiam nesta categoria, por isso vejam na mesma.) Não vão aprender uma lição sobre a vida, nem sequer sobre a arte de bem representar ou realizar, mas de certeza que vão sentir inveja dos actores, que passam o filme sempre com um ar de quem se está a divertir como o caraças. E isso, já eu digo há muito tempo (o segundo desta mesma tripla), é a melhor maneira de se fazer uma boa comédia.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

The Informant!

The Informant!:



Sim, com ponto de exclamação e tudo. The Informant!, que em Portugal teve direito à tradução "O delator!", também com ponto de exclamação, é um filme que se promove como sendo especial mas que a meu ver não é nada de especial.

Uma de duas obras que o Soderbergh lançou em poucos meses (a outra é a The Girlfriend Experience, que deve ser bem melhor mas que neste cantinho à beira-mar plantado só vai sair em DVD), este é um filme que conta uma história tão estranha que não parece real. Fez-me muito lembrar o Burn After Reading, que esse sim é ficção e que é muito, mas muito mais engraçado.

Mark Whitacre é o protagonista desta história: é vitima de uma burla, decide fazer "queixinhas" (para citar o poster) sobre uma política empresarial duvidosa e ao mesmo tempo que se acha o agente 014, por ser "duas vezes mais esperto que o 007", afirma ter sido maltratado pelo FBI, entidade para a qual está a fazer trabalho duplo. Mas, na verdade o que Mark Whitacre é é um mentiroso. Porquê? Não vos vou dizer, senão não vale a pena verem o filme.

Não sei se fui eu que percebi mal ou não, mas vi o trailer e o marketing do filme a promovê-lo como uma comédia. Se percebi mal fui parvo, porque me enganei e porque me estraguei o filme. Se não percebi mal (e acho que não) foram eles que foram parvos, porque o filme não consegue ter piada nenhuma. É verdade que tem situações tão absurdas que, bem filmadas, seriam capazes de me arrancar um sorriso ou dois, mas nada...não consegui ter qualquer reacção durante todo o filme. A dada altura dei por mim a pensar se não seria mais correcto ter abordado esta história como um thriller a sério, com um twist no final...talvez assim ficasse melhor.

Assim só posso citar um puto que estava na fila atrás de mim e que quando o filme acabou disse para a mãe "Pensava que o filme era uma comédia para rir". Não é, e nem sequer consegue ser um filme marcante. Nem a interpretação do Matt Damon - que tem sido muito elogiada - me pareceu digna de nota: está bem que aparece careca e que ganhou uns quantos kg. So what? Para mim, a melhor interpretação dele continua a ser esta.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Il Divo + The Soloist

Il Divo:



Já tinha ouvido falar bem deste filme durante o Indie Lisboa, onde alguns dos meus colegas o viram e onde - segundo me lembro - ficou em segundo lugar no prémio do público, por isso fiquei contente quando vi que o iam exibir fora do festival.

Assim que comecei a ver percebi o porquê de estar no Indie. Supostamente este é um biopic do antigo Primeiro-Ministro italiano Giulio Andreotti mas na verdade está longe de o ser, sendo-o. Eu explico, não só não é um biopic convencional como não tem muito a ver com o que normalmente se imagina num filme italiano. Pelo menos eu associo sempre o cinema italiano a um grande realismo e a temáticas mais tristes. Claro que há excepções, não entrem já em ebulição, mas se tivesse de escolher um pré-conceito seria esse.

Já Il Divo é mais próximo do preconceito que se tem dos italianos, é "loud" (em mais sentidos que apenas barulhento, ousado e - aqui apenas a política - tem muita corrupção. E o filme funciona bem por isso, se a história fosse contada de forma normal provavelmente seria na onda dos Homens do Presidente, muita conversa de corredor e algumas cenas de tribunal, aqui optou-se por receber influências do Padrinho, dando preferência às maquinações dos bastidores que, ao que parece, serviram para perpetuar o senhor no poder.

E o "senhor" merece destaque, o actor que o representa - Toni Servillo - faz um papelão! De resto o filme é bastante interessante, mas tem o problema de ser demasiado longo. No início estava a seguir tudo super atentamente, lá para o fim lá tive de olhar para o relógio, e isso em mim é mau sinal.



The Soloist:



De um biopic sui generis, passamos para um que é totalmente by the book. (Tanta expressão em estrangeiro! Sou mesmo fino...)

The Soloist conta a história de Nathaniel Ayers, um sem abrigo de Los Angeles que seria igual a tantos outros não fosse um pormenor que o torna especial, o seu dom para a música.

Antes de ser vítima da sua própria esquizofrenia, Nathaniel era um violoncelista com muito potencial, tendo mesmo chegado a estudar na conceituada escola Juilliard, que ao que sei é a melhor academia musical dos EUA e, provavelmente, do mundo.

Foi esse dom que o jornalista que o mostrou ao mundo, Steve Lopez, descobriu quando um dia, enquanto descansava numa praça da cidade e o ouviu tocar um velho violino com apenas duas cordas. O resto da história segue todos os cânones deste tipo de filmes: depois do encontro inicial, Lopez interessa-se por Nathaniel e começa a escrever histórias sobre ele no jornal em que trabalha. Desse interesse profissional surge uma amizade entre os dois, essa amizade a dada altura é posta à prova, há uma desilusão mas tudo se resolve antes do fim.

Foi por isso que não fiquei lá muito fã deste filme. Não é mau, e até tem momentos bastante bons, sobretudo pela actuação do Jamie Foxx, mas apesar da história ser curiosa não passa disso. Eu normalmente gosto muito de biografias, vejo-as como uma forma de viver coisas que na realidade não vivi, mas neste caso não consegui ter esta sensação, senti-me sempre um espectador de um filme, e nada mais.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Rachel Getting Married + Orphan

Rachel Getting Married:



Devo desde já admitir a minha ignorância, este filme é tão centrado à volta da Anne Hathaway que pensei que a Rachel era ela. Não é, ficam já avisados.

O outro spoiler já conhecia, o casamento da dita cuja não passa da conclusão de um filme que tem mais que ver com o que se passa antes. As relações familiares que se reiniciam quando Kym (esta sim, a Anne) volta a casa para, adivinharam, o casamento da Rachel, sua irmã.

A Kym é daquele tipo de raparigas pelas quais sinto sempre uma enorme empatia (para não dizer atracção): franzina, com ar frágil mas que na verdade é bastante forte (nas suas convicções, não estou a falar fisicamente, antes que pensem que tenho um fraquinho por bodybuilders checoslovacas) e que outra pessoa se calhar pensaria "this girl's trouble". A Kym é mesmo assim...uma AA que chega a casa e provoca o caos na sua família, e eu ali "de beicinho" por ela.

Agora, o que vocês provavelmente pensam é que o caos é culpa dela, não é? Pois, não é mesmo, como é que adivinharam? É de facto a chegada dela que causa confusão, mas no meio daquilo tudo ela é mais vítima de uma série de azares e de uma crise de ciumeira que de qualquer outra coisa.

"E que tal agora dizeres o que achaste do filme?" Está bem! Gostei muitíssimo. É um filme muito intimista, até pela forma como é filmado, e durante quase toda a sua duração senti que era mais um hóspede na casa daquela família que não é disfuncional mas que precisava seriamente de terapia. Penso que o Jonathan Demme fez todas as escolhas certas, desde o ritmo da história, passando pela cena do casamento (em que quase não há diálogo mas onde quase tudo o que importa é dito) e finalizando no casting. Quase todos vão muito bem, sobretudo o Tunde Adebimpe, que não é actor mas faz um papel muito simpático.

E não, não me esqueci de elogiar a Anne Hathaway. Ela, neste filme, está simplesmente fabulosa!



Orphan:



E agora o Orphan, um filme de terror mau, que se baseia numa twist final que muita gente acha bom mas eu acho mau e com uma sucessão de sustos maus.

Na verdade quase que me sinto tentado a dizer que este não é um filme de terror, já que a única forma que arranjaram de nos (tentar) assustar foi através de um jogo de espelho repetido até à exaustão e dos súbitos aumentos de volume da banda sonora a que muitos filmes de terror maus recorrem quando não conseguem arranjar nada melhor.

E é tudo tão óbvio!! Tirando o famoso twist (que de facto não previa nem por nada, por ser tão rocambolesco) tudo é tão óbvio!!! Eu normalmente não gosto de filmes de terror porque me sinto tenso grande parte do tempo e para sentir-me tenso não é a minha ideia de diversão, mas dei por mim relaxadíssimo neste filme, por conseguir prever todos (literalmente todos!) os sustos a tempo e horas.

Mas felizmente há uma coisa boa neste filme. Não o salva mas ainda assim merece referência. O excelente desempenho por parte de duas das actrizes mais novas: Isabelle Fuhrman e, especialmente, Aryana Engineer. A primeira é a protagonista do filme e por momentos consegue convencer-nos que é mesmo aquela criança sádica mas que parece um anjinho. A segunda é a irmã mais nova da protagonista e é a personagem mais doce que me lembro de ver para aí desde o Tótó, do Nuovo Cinema Paradiso.

E concluo perguntando aos desgraçados que já viram esta obra: onde é que ela arranjou o raio da tinta fluorescente??? Aquilo não faz sentido nenhum!

sábado, 10 de outubro de 2009

District 9

District 9:



Depois de fazer a review da curta-metragem que deu origem a este filme (Alive in Joburg) não seria um bom blogger/bloguista/blogueiro/blocócó se não fizesse a análise da longa. Por vocês, leitores, TUDO.

Para quem não sabe a história eu resumo em 3 palavras: apartheid de extraterrestres. No dia seguinte ao do meu nascimento, aparece uma nave espacial gigante por cima de Joanesburgo e por lá fica, por razões que não nos são explicadas - na verdade, porque ninguém sabe - e ao fim de uns tempos lá os bons dos humanos conseguem entrar na nave, descobrem uns extraterrestres em muito más condições e resolvem aplicar-lhes um sistema que tão bem funcionou no passado, o apartheid. (E aqui devo activar um novo gadget deste blog: o alerta irónico)

Claro que depois as coisas acabam por correr mal e eventualmente poderão acabar bem. O que é fixe, e é mesmo, é que não se sabe se acabam bem ou não. E não, não adormeci nem desmaiei, vi o filme até ao fim.

Pronto, deixemo-nos de resumos que estou com sono e quero ir dormir. Este filme tem duas coisas muito fixes: o estilo como é realizado e a forma como nos apresenta os extraterrestres.

A primeira não é totalmente original: tal como dizia na outra SMR já tínhamos visto esta onda em filmes como o Cloverfield (e com isto é a segunda referência que faço ao filme neste blog, sem nunca o ter analisado, um record!). A ideia que tentam passar é que estamos a ver um filme sobre o que se terá passado com Wikus van de Merwe, um senhor muito simpático que tem um nome mais complicado que o meu. Claro que a dada altura percebemos que não é um documentário (e se alguém achar que isto é um spoiler leva um tautau à maneira) mas o feeling mantém-se e, no geral, está muito bem concebido.

O segundo já é mais original. Admito que não sou um grande fã de filmes com senhores de outras galáxias, mas não me recordo de muitos filmes em que os extraterrestres são as vítimas. Quase todos os demais E.T.'s vêm cá raptar/colocar sondas anais (essa bela actividade) ou destruir o planeta, mas estes são os segundos - a seguir ao próprio do E.T. - que só querem ir para casa. E o mais giro é que estes não usam telefones.

Os "prawns", como lhes chamam, não usam telefones mas sim computadores roubados, anões e armas (uma destas opções é falsa!!!), com a ajuda de algo que não posso dizer porque senão estragava-vos o filme todo. O que interessa é que há drama não humano, alguma comédia e acção a rodos. Não me marcará para o resto da vida, mas é um excelente filme pipoca, que entretém muito bem.






E já agora deixo a dica ao Nuno Markl: a tradução portuguesa para prawns não está errada, rapaz, chamam-lhes prawns não por causa dos camarões, mas sim por causa deste gafanhoto, que se chama Parktown Prawn e é endémico da zona de Joanesburgo.

domingo, 4 de outubro de 2009

Sicko

Sicko:



Desde há muito que acompanho os documentários do Michael Moore. Vi todos os filmes desde o Bowling for Columbine, acompanhei as séries TV Nation e An Awful Truth e li dois ou três livros destes.

Sempre gostei do que vi e li, concordo com muitas das opiniões dele, embora a maior parte das vezes o faça com um menor extremismo (o que também não é difícil). Isto tudo com uma ressalva, acho que ele não é um bom documentarista. Parece estranho, não? Então eu gosto do trabalho de um homem que faz documentários e não o acho um bom documentarista? Eu explico...

No meu dicionário um documentário deve mostrar uma história e manter-se imparcial à mesma, ou - pelo menos - mostrar ambos os lados da questão e depois sim escolher um. O Michael Moore faz bons filmes mas, de acordo com essa minha definição, não é documentarista. Os filmes mostram um lado - o dele - e assemelham-se mais a cruzadas pessoais que a tentativas objectivas de mostrar injustiças sociais.

Dito isto, acho que este Sicko é provavelmente o filme dele que se mostra menos extremista (sem nunca deixar de o ser). Não sei se será por retratar uma questão que a meu ver é indiscutível (a necessidade de uma reforma do sistema de saúde americano) ou se por desta vez ter vários alvos e não só a administração Bush ou ainda se por ter optado por viajar por outras partes do mundo, mas achei este filme menos agressivo que os outros.

O tema, como disse, é o sistema de saúde norte-americano. Na parte inicial mostram-se algumas "histórias de horror" do sistema actual (como a do doente de cancro que teve o seu transplante de medula rejeitado por ser um "procedimento experimental"), na segunda compara-se o sistema capitalista americano com os sistemas "socializados" de outros países e, na terceira - a mais típica dele - leva alguns americanos a Cuba, para receberem tratamentos que são rejeitados nos EUA.

Enquanto via o filme senti-me várias vezes chocado, não percebo como é que um país dito desenvolvido pode rejeitar cuidar da saúde dos seus cidadãos por razões meramente económicas. Fez-me lembrar quando vivia em San Francisco: um colega meu, oriundo da República Checa, teve de ir tratar um dente e mesmo tendo seguro de saúde, o tratamento ficava-lhe mais barato se fosse passar um fim de semana a Praga, tratar do dente lá e voltar.

Choca-me sobretudo que actualmente o Obama queira alterar este status quo, mas que cerca de metade da população americana seja contra...com medos de socialismo ou seja lá o que for. O Michael Moore não é um bom documentarista, mas é um excelente espalha brasas, é importante pôr estes assuntos a público, iniciar discussões para provocar a mudança...

... mas escusadas eram cenas como aquela em que ele diz que enviou - anonimamente (?) - um cheque para o seu maior crítico.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Män som hatar kvinnor

Män som hatar kvinnor:



Ora cá está a versão em filme do livro que em português se chama "Os homens que odeiam as mulheres" e que em inglês se chama "The Girl with the Dragon Tattoo"; um caso, raro, em que a tradução portuguesa está mais fidedigna que a inglesa. (Sim porque aquelas palavras em sueco ali no título querem dizer precisamente o título português).

Outra coisa rara neste filme é ver um nível de produção tão alto num filme europeu. Män som hatar kvinnor não está muito longe dos níveis de produção de Hollywood e isso vê-se em pormenores subtis mas que fazem a diferença.

Devo desde já avisar, para os que ainda não tinham percebido, que já li o livro. Li e gostei imenso. Partilho com muita gente a ideia que Lisbeth Salander é um personagem genial, uma das melhores criações literárias dos últimos tempos. (E que para mim tem a curiosidade acrescida de me fazer lembrar uma ex-namorada). O livro é bom porque consegue equilibrar muito bem as partes de "sangue e tripas" com as partes de investigação jornalística. Afinal, o protagonista masculino é jornalista e o vilão é ... um homem que odeia as mulheres.

Estava com expectativas muito altas em relação ao filme. Não só por ter ficado fã das aventuras de Lisbeth e do nosso amigo "Kale" Blomkvist mas porque na minha mais recente visita à Suécia pude constatar o hype que havia sobre este filme e descobrir que não só a minha amiga Sofie como (quase) toda a sua família tinha gostado da película.

"E então, caraças, o filme é bom ou não?" perguntam-se vocês, meus queridos leitores. E eu, sempre disponível e atento, respondo-vos: é! Como disse lá para cima tem valores de produção muito pouco usuais para um filme europeu, o que acresce ao grande mérito que tiveram em fazer um filme dentro de um estilo tão pouco explorado por estes lados. Para além disso, devo dizer que a Noomi Rapace tem o grande mérito de conseguir não fazer de Lisbeth um alien, o que é complicado com um personagem que não está muito longe de o ser.

O filme é bom MAS. Mas há uma coisa que tenho de mencionar (e não sei se não será um grande spoiler, mas por via das dúvidas deixo o SPOILER ALERT) a história é a mesma que a do livro, mas há muitas muitas coisas diferentes do livro. Não sei se será por este ter sido o filme que vi com menor diferença temporal desde que acabei de ler o livro ou se será por ser impossível fazer um guião de um livro com mais de 600 páginas, sei que há coisas que considerei secundárias a que é dada muita atenção, outras que são essenciais (e aqui não é opinião pessoal) que são abordadas muito superficialmente e muitas outras são totalmente omitidas.

Nada que mate o filme, que continua a ser muito bem feito (vi-o com uma pessoa que não tinha lido e também gostou muito), mas quando se sabe os pormenores todos é difícil deixar escapar algumas alterações. Não se costuma dizer que o livro é sempre melhor?