quarta-feira, 27 de abril de 2011

Road to Nowhere

Olá olá amiguinhos! Estão bons? Tiveram saudades minhas? Eu também.

Depois de um merecido período de férias cá estou eu a iniciar aquele que normalmente é o período mais atarefado do ano neste blog. Este ano infelizmente vou ver muito menos filmes do Indie Lisboa (trabalho a quanto obrigas) mas entretanto vou animando isto com os filmes que ficaram em atraso por causa das férias. O primeiro chama-se Road to Nowhere e aqui está o que tenho a dizer sobre ele.

Road to Nowhere:


Road to Nowhere é um filme esquisito, com o título de uma música dos Talking Heads que não me sai da cabeça sempre que penso nela (see what I did there?) e realizado por um realizador que não fazia nada há uma data de tempo (22 anos, para ser mais preciso) mas de que, apesar de provavelmente ser conhecido o suficiente para criar o buzz que me levou a vê-lo, devo admitir nunca ter ouvido falar antes. Sou uma vergonha, eu sei.

A história é o que se chamaria de filme dentro de um filme, com actores a fazer de actores dentro do filme dentro do filme e que tem o condão de não nos dizer qual é a realidade. Temos nós de lá chegar por nós próprios ou pelas análises na Internet, claro.

O realizador, Monte Hellman, é 14 anos mais velho mas deve ter andado na mesma escola que o meu amigo David Lynch...ambos pegam em várias realidades e deixam-nos a nós a tarefa de decifrar qual delas é a real e quais são os sonhos/filmes que devemos interpretar como tal. Ambos parecem gostar de cidadezinhas pequenas, perdidas algures nos EUA, e neste caso concreto ambos parecem estar apaixonados pelas possibilidades do cinema digital (este filme foi integralmente filmado numa máquina fotográfica digital Canon 5D Mark II, e isso nota-se).

Mas para além desta ligação óbvia existe uma outra menos óbvia mas que desde logo me surgiu mentalmente: as tentativas de Mitchell e Laura em passar para o cinema a história de Velma Duran fizeram-me lembrar o State & Main, uma comédia do David Mamet com o William H. Macy que vi há uns bons 10 anos e sobre a qual nunca mais tinha pensado até ver este Road to Nowhere.

A diferença entre ambos os filmes é que o outro mostrava a comédia por detrás deste tipo de ocorrências durante a rodagem de um filme este trata os assuntos de uma forma séria. Demasiado séria. E o problema dessa abordagem séria é que a coisa se torna aborrecida muito rapidamente (tipo, logo a primeira cena, com o secador de cabelo).

Monte Hellman não encheu esta história com os mil e um pormenores que sempre encontramos num filme do David Lynch e leva-se demasiadamente a sério: o resultado desta equação é um filme interessante enquanto experiência mas demasiado lento para que nos verdadeiramente em explorar a multiplicidade de mundos que oferece.

2 comentários:

  1. Olá,
    Vi o filme e a unica coisa que achei interessante foi a fotografia. É um filme dentro de um filme que não gostei particularmente. Bj JD

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  2. Eu confesso que nem a fotografia me deixou convencido...em montes de cenas vê-se o arrastar da imagem causado pelo tipo de câmara que optaram por usar

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