terça-feira, 7 de abril de 2009

Che

Che:



Inicio esta SMR fazendo o aviso que vi os dois filmes de rajada (viva o Medeia Card!), tal como era suposto serem vistos (já que inicialmente eram um só filme) e que como tal farei um só texto.

Ernesto "Che" Guevara é o mais próximo de um homem do renascimento que o século XX teve a oportunidade de conhecer: médico, guerrilheiro, político, etc. Era um humanista que, impregnado pelos ideias comunistas, decidiu pegar em armas e lutar por aquilo em que acreditava. Não precisava de o fazer, era filho de uma classe média alta argentina e resolveu travar as suas lutas fora do país que o viu nascer.

Em Cuba a coisa correu bem, e é isso que vemos na primeira parte deste quase documentário. Colaborando com Fidel Castro, "Che" Guevara conseguiu tornar real a sua revolução. E aí mostrou o seu carácter: ao contrário da maioria dos seus colegas - guerrilheiros da Sierra Madre - "Che" não quis ficar em Havana, vivendo os proveitos da revolução. Em vez de ficar em Havana partiu para novas lutas, primeiro em África e depois na Bolívia, país que o viu morrer.

Este filme consegue mostrar o guerrilheiro mas sobretudo o ideólogo por detrás das armas: vemos "Che" em Nova Iorque, a responder (magistralmente) às acusações que recebe de representantes de outros países e vemo-lo a defender por mais que uma vez que um país analfabeto é fácil de controlar. "Che" Guevara dava TPC aos seus subordinados e queria que aumentassem a sua cultura.

Mas o filme não mostra só o "herói", mostra também o lado negro...e aqui não me refiro às mortes por si provocadas. Refiro-me a algo mais profundo que isso..."Che" não percebeu que o seu modelo não podia ser exportado livremente, e a sua campanha boliviano mostra-o perfeitamente.

Por lá o herói revolucionário foi visto com desconfiança, era um estrangeiro (tal como o era em Cuba, mas aí a revolução tinha outras condições para ser plantada e crescer proveitosamente). Na Bolívia "Che" não conseguiu organizar tão bem os seus homens e - muito menos - o povo que acreditava poder ajudar. Não que tenha falhado enquanto estratega, apenas estava a jogar um jogo diferente.

Como se diz, "one person's terrorist is another's freedom fighter" e não pretendo discutir tal ponto neste blog. "Che" Guevara é, para bem ou para o mal, um ícone mundial e este filme está à sua altura. Bem que podiam era ter tirado o Joaquim de Almeida e o seu sotaque manhoso.

3 comentários:

  1. "Hasta la victoria siempre" ;)

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  2. Fui eu, esqueci-me de assinar...
    C(DP)

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  3. eu acho q houve algum revisionismo e uma imagem muito simpatica para continuar o mito do revolucionario romantico... não ha nada romantico em mandar fuzilar pessoas depois de "julgamentos" sumários e parece q em cuba houve demasiados.. e parece q na bolivia a coisa correu pior ainda pq os guerrilheiros eram uns animais e o pueblo tinha ainda mais medo deles do q do exercito

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