Mais uma dose dupla,
Frost/Nixon: Um filme baseado numa peça de teatro baseada numa transmissão televisiva. Uma transmissão televisiva que pelos vistos foi um marco essencial na resolução (nem que psicológica) do caso Watergate. O filme não trata muito deste caso, a peça não sei e a transmissão estou certo que sim, o que pode ser uma vantagem ou uma desvantagem: para mim é desvantagem...não conheço muito bem o caso e fiquei sem saber mais do que sabia; para quem conheça a história é vantagem, porque o filme não é sobre Watergate, é sobre as entrevistas, os jogos de bastidores, a importância do estudo e o verdadeiro combate de boxe que se desferiu entre aqueles dois personagens históricos. É muito bem interpretado, mas fica aquém das expectativas, sinto que podia ter explorado muito mais a fundo tudo o que é abordado.
Vicky Cristina Barcelona: Os filmes do Woody Allen são quase como estes posts, vai saindo um de tempos a tempos, mais ou menos com uma regularidade previsivel. Este é o terceiro filme "europeu" do realizador novaiorquino por excelência e, apesar de ser bom, não consegue chegar ao seu topo (seu do Woody, o filme não chegar ao seu próprio topo seria algo estranho). Dizem que é o melhor dele dos últimos 20 anos, eu não concordo...o melhor dele dos últimos 20 anos é o Match Point, mas não é um filme à Woody Allen. É isso que as pessoas querem, um filme à Woody Allen ou um filme bom? É que este não é nem totalmente um nem noutro...é engraçado, entretém, tem muidas giras, tem actores que provavelmente são atraentes para as minhas queridas leitoras (ou leitores, que este é um blog muito do seu tempo), a história tem partes à Woody Allen (triangulos amorosos, pessoal neurótico) mas o que funciona bem durante o tempo em que estamos na sala prejudica o filme quando de lá saímos...é facilmente esquecido.
Ou seja, este fim de semana vi dois filmes razoáveis, mas nenhum que me tenha deixado embasbacado. E quem me conhece sabe que embasbaque é das minhas sensações favoritas!