terça-feira, 26 de julho de 2011

The Conspirator



Saído dos meus exames da Ordem dos Advogados, sabendo que não ia ao cinema há mais de um mês (quase um record negativo, para mim) resolvi ir ver um dos poucos filmes que me pareciam diferentes da norma que durante o Verão enche as salas de cinema de pequenos pedaços de bosta cinematográfica.

O realizador era o Robert Redford, logo a coisa garantia um mínimo de qualidade. E realmente nesse aspecto não desilude. O senão é muito específico para mim e para o dia em que vi o filme...trata-se um filme de Tribunais, e depois de três semanas e meia a pensar em nada senão Tribunais a opção não se revelou a melhor.

Mas, perguntam-me vocês, noutra altura ou para pessoas que não têm de estudar essas coisas chatas, o filme é giro? E eu respondo que sim, é giro, está bem feitinho (se bem que a nível de interpretações não achei nada de maravilhoso, tirando talvez a Robin Wright) e se gostarem de filmes históricos vão entreter-se com uma série de pormenores que, tendo em conta a chancela da American Film Company, são garantidamente historicamente correctos.

Este filme em concreto conta-nos a história do assassinato do meu Presidente dos Estados Unidos da América favorito, o Abraham Lincoln. Mais precisamente, conta-nos a história de Frederick Aiken (aqui interpretado pelo James McAvoy), um veterano da guerra civil americana a quem, sendo também advogado, é confiada a defesa de Mary Surrat, a única mulher acusada pela conspiração para matar o presidente. E são abordadas duas importantes questões para todos aqueles que têm esta profissão: "quando não acreditamos que o nosso cliente é inocente devemos defendê-lo?" e, mais tarde, "quando alguém comete actos de uma barbaridade imensa merece ainda assim todas as garantias de um Estado de Direito?". Deixem-me as vossas respostas nos comentários, começemos a discussão!

O Frederick Aiken real de certeza que passou muitas noites em claro a pensar neste tipo de questões. Vocês terão as vossas respostas se o virem e se reflectirem sobre o assunto, eu cá cheguei às minhas depois de pensar muito nisso durante a sessão, e qualquer sessão que me faça pensar é uma boa sessão para mim. Mesmo que já esteja cansado de Direito e Tribunais.

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