quinta-feira, 26 de novembro de 2009

King of California + New York, I Love You

King of California:


Ok, eu admito os meus erros...quando comecei a ver este filme pensei que a história fosse sobre este senhor. Afinal não é, e se calhar tinha sido melhor que fosse.

Não que esta história seja péssima, ou que o filme seja mau. O que me pareceu foi que fizeram um filme demasiado longo (e ainda assim pouco desenvolvido) sobre algo que, se calhar, daria uma óptima curta metragem. O Michael Douglas não faz mal o papel de maluquinho que todos os actores gostam de representar, mais cedo ou mais tarde, e a Evan Rachel Wood podia ter feito bastante mais da sua Miranda. Tanto um como outro tentam agarrar um filme que a mim me pareceu precisamente o contrário, demasiado solto.

Assim, fica apenas um filme que foi visto em excelente companhia e que não é mau de todo, mas que também não é bom de todo.


New York, I Love You:



O segundo de uma série de filmes dedicados a cidades (o primeiro foi o Paris, Je T'Aime e diz-se que virá um terceiro dedicado ao Rio de Janeiro), New York, I Love You é uma série de curtas metragens que têm sempre como pano de fundo a capital do mundo, New York.

Vê-se bem que o objectivo do(s) (vários) filme(s) é homenagear a cidade, tamanha é a profusão de caras conhecidas a interpretarem papeis que se justificam na sua curta-metragem específica mas que parecem meio perdidos nas ligações que unem os diferentes planos desta longa. É essa a minha maior crítica: ao longo dos 103 minutos assistimos a 10 curtas metragens diferentes mas que são interligadas por cameos de personagens de umas dentro de outras. O esquema não funciona muito bem porque essas presenças são um bocado forçadas.

Mas se essa é a maior crítica não posso propriamente dizer mal do filme: dentro das 10 curtas há umas melhores que outras (a menos conseguida foi a realizada pela Natalie Portman, a melhor a "Shunji Jiwai", com o Orlando Bloom e a Christina Ricci), o que é normal neste tipo de filmes, mas no geral a avaliação é muito positiva.

Se não conhecem Nova Iorque não vai ser por este filme que lá vão querer ir (é demasiado íntimo e, de certa forma, nada turístico), mas se já conhecem a cidade estou certo que ficarão com vontade de lá voltar e reafirmar o vosso amor.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Moon

Moon:



Quando pensavam que não podia ir "mais baixo" que um filme com apenas dois actores, heis que - logo a seguir - vos apresento um filme só com um! Ou, mais precisamente, com um e a voz de outro.

O único actor deste filme é o Sam Rockwell e desde já lhe dou os meus parabéns...

Sammy, how are you? I'm fine too, thanks for asking. Congratulations on this great performance.

... agora que já dei os parabéns posso dizer porquê. Não é só porque, coitadinho, deve ser difícil levar um filme às costas. Os parabéns são porque ele o leva às costas muito bem. A história já de si é interessante, e está bem explorada neste primeiro filme do Duncan Jones (filho do David Bowie, para quem não saiba), mas sem dúvida que muita da qualidade do filme passa por ele, que *spoiler importantíssimo* passa por várias personalidades com apenas um ou outro traço diferenciador, essencial para o que se quer mostrar *fim de spoiler importantíssimo*.

A premissa do filme é deprimente - um gajo sozinho na lua durante três anos (eu passava-me!) - e o seu desenvolvimento ainda o consegue ser mais, por isso não o aconselho a quem se ande a sentir em baixo ou desanimado com a vida, nesses casos será mais recomendável optar por algo mais leve. Mas se estiverem de bem com a vida ou forem tão estranhos como eu (que gosto de ver coisas deprimentes) toca a levantar o rabinho da cadeira (ou da cama, que agora com os portáteis o pessoal gosta é de ler deitado) e ver esta excelente derivação (mais em tom que em conteúdo) do 2001, Odisseia no Espaço.

E para os que leram até ao fim (tão lindos que vocês são!), a voz pertence ao Kevin Spacey, que faz de GERTY, o robot.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

EFF parte II: Antichrist

Antichrist:


(este não é o poster original do filme, mas é tão mais giro que esse que não podia deixar de o colocar aqui)

É difícil fazer uma review a este filme. Não porque tenha um grande twist final que possa ser destruído com algum spoiler mas sobretudo porque este é um daqueles filmes que ou se ama ou se odeia. Não é possível ter-se uma posição intermédia, neutra, sobre ele e como tal fica complicado recomendar o filme a alguém que eventualmente o odiará ou não o recomendar a alguém que o amaria.

Tirando a parte polémica logo do caminho: o filme é brutalmente violento. Está ao nível daquele que é o meu exemplo típico de violência num filme deste tipo (i.e., que não pode ser metido no mesmo saco que Saw's e afins), o Irréversible. De certa forma este filme consegue ser ainda mais violento, nem que seja pela razão pela qual a violência é despoletada. Por vezes chega até a ser violento demais...eu a dada altura senti que a violência é uma distracção demasiado grande num filme que até ali estava (muito bem) construído de uma forma tensa e introvertida.

Segunda conclusão: este filme é bastante assustador. E porquê? Não é o tipo de filme que nos enerve o tempo todo com efeitos sonoros, ou com jogos de espelhos. Não, este filme é assustador porque a loucura é assustadora, e porque a loucura pode chegar até qualquer um de nós. (Nem quero imaginar o que se sente ao se perder um filho...)

Mas este filme é, sobretudo, um filme de reflexão...sobre o que significaria viver uma situação como aquelas? em que é que os estudos dela contribuiram para a sua degeneração? porque é que a floresta chora? quem são todas aquelas mulheres anónimas na cena final? São muitas as perguntas que ficam no ar, e muito poucas as que serão respondidas na sala de cinema...este é um daqueles filmes de levar para casa e pensar sobre ele. Quando terminou, aliás, pensei que teria de me decidir se tinha adorado ou detestado, tal como me tinha acontecido com o Dogville, também do Lars von Trier. O Dogville passou a ser o meu filme favorito, este nem tanto, mas sem dúvida que estará numa posição de destaque entre os muitos que já vi este ano.

Conclusão: eu gostei imenso do filme, acho que tem muito mais para além da violência extrema que lhe tem trazido a fama, mas é bastante provavel que alguns (muitos? todos?) de vocês não venham a gostar, seja porque não "aguentam" a violência (várias pessoas sairam da sala) ou porque não têm paciência para este tipo de filmes, ditos intelectuais.

Mas independentemente de se gostar ou não, há duas coisas que - a meu ver - são praticamente unânimes: a excelente interpretação do Willem Dafoe e da Charlotte Gainsbourg (basicamente os dois únicos actores no filme) e a ainda mais excelente cinematografia, sobretudo no prólogo do filme e nas sequências de sonho/pesadelo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

EFF parte I: The Girlfriend Experience

The Girlfriend Experience:



Tal como no último post, tenho de começar com uma crítica aos gajos que dão os títulos portugueses aos filmes. (alguém sabe quem é que faz isso?) Que coisa é esta de chamar ao The Girlfriend Experience "Confissões de uma Namorada de Serviço"??? Está bem que a protagonista, Sasha Grey, é uma estrela porno, mas com um título destes devem querer que o filme passe no Cinebolso, não nos cinemas "normais".

Sim, eu disse bem, a protagonista deste filme tem na sua filmografia títulos como Sasha Grey Superslut ou o genial Sasha Grey's Anatomy (genial!!!) e este é o seu primeiro filme "sério". Nele interpreta o papel de Chelsea, uma acompanhante de luxo que fornece aos clientes a chamada girlfriend experience, que no fundo é uma relação mais pessoal com a acompanhante, para além do sexo há conversa, beijos, etc. (leiam mais no link aqui de cima, se estiverem interessados)

Ao longo do filme vamos acompanhando a sua vida, ao estilo de documentário. Desde a sua relação com o namorado (sim, ela tem um namorado), às relações com os clientes e com os críticos (sim, pelos vistos há críticos de escort girls), passando pelos altos e baixos da sua vida profissional.

Para um filme que é em grande parte rodado à sua volta a rapariga (que esteve lá no Estoril Film Festival) até se safou bem. A escolha por uma actriz desconhecida (pelo menos para mim, que não tenho por hábito ver porn) é bastante acertada...se fosse uma cara conhecida seria pouco credível ver este "documentário", assim sentimo-nos mesmo como se estivessemos a acompanhar o dia a dia de uma pessoa real.

Este estilo, aliado à grande qualidade da cinematografia do filme (até o poster é giro!), fazem com que a experiência seja bastante boa. Gostei bastante do que vi, e apesar de ter ouvido gente na fila atrás a dizer que não gostaram, tenho de o recomendar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

The Ugly Truth + The Goods, Live Hard, Sell Hard + Nick and Norah's Infinite Playlist

Olá amiguinhos, desta vez trago-vos uma dose tripla de filmes (e o post com o maior nome de sempre!). Mas não se preocupem, os filmes são tão maus que no conjunto valem mais ou menos o mesmo que um de jeito. Vamos a isso? Vamos embora!

The Ugly Truth:


O primeiro dos três é o The Ugly Truth, que me cativou por uma coisa muito simples: o poster que aqui vêm. Acho que é uma boa representação das (verdadeiras) diferenças de raciocínio entre homens e mulheres no que toca a encontrar o amor.

Acho que é uma representação verdadeira mas muito exagerada: não penso, de todo, como o Mike Chadway (protagonista do filme), acho que nós homens não somos assim tão básicos, mas que há diferenças isso há. São realisticamente apresentadas? São sequer bem apresentadas? Nem por isso, o tema podia ser apresentado de uma forma totalmente diferente e não seria difícil fazer melhor.

Aqui o que temos é uma repetição de muitos e muitos clichés cinemáticos (obrigado pela dica do link, André): casal que primeiro se odeia, são obrigados a trabalhar juntos, ficam de beicinho um pelo outro, zangam-se e no fim fica tudo bem. Nada de novo e nada de especial, mas há uma coisa positiva a referir: nestes filmes a química entre os protagonistas é importante e neste caso o Gerard Butler (sim, o gajo do 300) e a Katherine Heigl (de quem não consigo gostar nem um bocadinho) estiveram bem.


The Goods, Live Hard, Sell Hard:



Os produtores deste filme pensaram apenas e só numa coisa: vamos aproveitar o Ari Gold para fazer dinheiro sem o Ari Gold.

Eu explico: o Ari Gold é um personagem do Entourage, interpretado pelo Jeremy Piven, que neste filme faz de Don Ready, o melhor "mercenário de vendas de carros" (estou a citar um dos personagens do filme). Todas as demais comparações entre este (péssimo) filme e essa (excelente) série, ou mesmo entre os dois personagens do mesmo actor, são impossíveis de fazer: o Ari Gold é um agente do caraças e, para mim, o personagem mais brutal que vi nos últimos tempos, o Don Ready é um disparate; o Entourage é uma série bem interessante sobre o dia a dia de uma estrela de Hollywood e sobre a amizade masculina, este filme é ... um disparate.

Em que raio estariam a pensar? A história não faz sentido, as piadas não têm piada, a ligação amorosa (tem sempre de haver uma ligação amorosa!) não tem o mínimo de chama. É que até o raio do título é mau! Acho que uma boa avaliação do filme é o seguinte: para aí ao fim de 10 minutos disse "Este filme deveria ter o Will Ferrell", e ao fim de mais outros 10 minutos quem é que aparece? O Will Ferrell, claro, e ainda por cima na personagem errado (deveria ter feito de Peter). Por isso é simples: se gostam do Will Ferrell são capazes de gostar disto (o meu amigo achou "razoável"), se - como eu - acham que ele só faz filmes disparatados, é bem provável que saiam do cinema (ou desliguem a TV/Portátil) a pensar "fui mais um que caiu que nem um patinho, à espera de rever o Ari Gold".


Nick and Norah's Infinite Playlist:


Antes de mais uma crítica (acesa!) às pessoas que traduzem os títulos dos filmes para português: porque é que este título original passa para "Amigos para Sempre"???? É que nem sequer tem a ver com a história do filme! Será que a viram???

Pronto, agora que já me passou a revolta, vamos à SMR. Terceiro nesta minha série de três filmes, este Nick and Norah é - apesar de tudo - o melhor dos três. Digo apesar de tudo porque mesmo sendo o melhor não é bom. Apesar de ser simpático e ter uma excelente banda sonora, há muita coisa muito fraquinha, desde o sub-plot da amiga bêbeda, até aos amigos gay que não passam nem sei bem de quê. E, para que conste, Where's Fluffy? é um péssimo nome para um banda!

Outra coisa que me irritou é bem mais pessoal. Na primeira conversa mais profunda entre o Nick e a Norah do título somos informados que tanto um como outra são straight edge. Ora, eu sou straight edge (quem não sabe o que é veja o link que eu, tão simpaticamente, disponibilizei assim que me referi a este estilo de vida) e custou-me vê-los apoderarem-se de algo que representa tão mais que não beber álcool. Não vou estar aqui a explicar o que é (para isso é que deixei o link) mas, basicamente, não és straight edge sem que estejas ou tenhas estado minimamente ligado ao movimento e à música hardcore, e estes dois personagens estão longe de estar ligados a tal estilo musical.

E é isso, até ao meu regresso, que deve ser em breve porque esta semana vou estar no Estoril Film Festival pelo menos duas vezes. Quem me reconhecer por lá (sim, que agora já tenho 1000 leitores) peça-me um autógrafo. Os outros leitores podiam ir deixando comentários: é bom saber o que é que gostam e não gostam aqui no estaminé. Obrigados.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

1000

Hoje, 307 dias depois da inauguração do estaminé, chegámos aos 1000 leitores. Agradeço a todos esta marca importante e espero que continuem até aos 10000.

Today, on the 307th day of this place, we reached 1000 readers. I thank you all for this important goal and I hope we'll keep on going until the 10000th visitor.