Brüno:
Depois da sensação Borat, as expectativas sobre o novo filme do Sacha Baron Cohen estavam altíssimas. Eu, ao contrário do que parece ser a maioria das opiniões que li/ouvi, fiquei bastante desapontado.
Em primeiro lugar devo dizer que, enquanto personagens do Ali G show sempre achei mais graça a este austríaco chanfrado que ao "bimbo" do Cazaquistão...achava as premissas mais ousadas que um mero caso de "gajo errado no sítio certo" e as piadas mais bem conseguidas.
Mas no caso do filme não é assim, enquanto que o Borat é uma excelente crítica à forma egocentrica como os americanos olham o mundo (aceitando todos aqueles disparates como sendo tradições de um país desconhecido - e cheira-me que o Borat poderia dizer que era de um país inventado que muitos deles não estranhariam) este filme é uma série de situações de extremo embaraço e de muito pouco bom gosto.
Não que me considere propriamente um puritano, mas cenas como aquela com o ex-candidato presidencial não acrescentam nada de novo ao filme que não o factor choque que, julgo eu, era pretendido. Este factor choque existe noutras cenas e nesses casos não me parece tão inútil, como é o caso do casting de bebés, por exemplo, em que há uma verdadeira crítica social, mas no geral passei mais tempo de boca aberta, chocado com o que nos atiram à cara para nos fazer rir do que a fazer o que é pretendido...rir.
Sem dúvida que há quem ache graça a isto, e eu também me ri umas quantas vezes, mas a verdade é que não consigo deixar de traçar um paralelo entre este filme e os filmes ou a série televisiva Jackass. A diferença é que aqui a violência desnecessária, com o mero intuito de provocar, é moral e não física...e o Sacha Baron Cohen é um excelente actor!
E acho que ficou claro, mas deixem-me esclarecer eventuais dúvidas: eu não gosto do Jackass.
Nenhum comentário:
Postar um comentário