The Girl With the Dragon Tattoo:
Tudo começou em 2005, quando foi publicado pela primeira vez o primeiro livro da trilogia Millenium, do escritor sueco Stieg Larsson. Originalmente chamado Män som hatar kvinnor - Homens que odeiam mulheres, contava duas histórias, a da investigação feita pelo jornalista Mikael Blomkvist ao desaparecimento (em 1966) de Harriet Vanger e a de Lisbeth Salander, uma jovem de 22 anos com um passado bastante atribulado.
Como bom livro que é (recomendo!), as histórias de Mikael e de Lisbeth acabam por cruzar-se e desenvolver-se ao longo de mais dois livros. Como bons livros que esses dois eram também, a trilogia tornou-se famosa mundialmente e já venderam 65 milhões de cópias. É por isso que acho que muitos de vocês já devem conhecer a sua história.
Passados começaram a sair as primeiras adaptações cinematográficas, também elas vindas da Suécia. O filme do primeiro livro é uma excelente adaptação e um excelente filme em si mesmo. Analisei-o aqui no dia 2 de Outubro de 2009. Ontem chegou a altura de ver a primeira adaptação americana e, como já vos disse que presumo que saibam mais ou menos a história (se não souberem vão ver o filme :P) vou debruçar-me apenas no que este filme traz em relação ao livro e à versão sueca.
Tudo começa bastante mal, devo dizer. O genérico inicial é para mim a pior parte do filme: tem a excelente música do trailer (Immigrant Song) mas a estética cinzento cromado + baldes de petróleo faz parecer que vamos ver um misto de James Bond com Transformers. Felizmente a partir daí tudo melhora.
O que se nota acima de tudo é a diferença de valores de produção. Quando escrevi sobre o filme sueco disse "Outra coisa rara neste filme é ver um nível de produção tão alto num filme europeu". Mantenho o que disse, mas isto são as big leagues, Hollywood a sério, e tudo o que de bom e de mau isso tem: tudo tem melhor aspecto, mas por outro lado é um bocadinho menos natural.
Apesar de tudo não se preocupem, se há bom realizador para pegar nesta história esse realizador é o David Fincher (que, em princípio, irá também realizar os segundo e terceiro filmes), que traz com ele uma das suas grandes qualidades, uma noção de ritmo sem rival. Esta história é complexa, tem muita informação (os livros são grandes) e - aviso já - muito teve de ficar de fora para deixar o filme antes da marca das três horas. No entanto, a história mantém-se equilibrada, se bem que um pouco diferente...
Diferente porque para a mentalidade americana não se poderia ter um filme chamado The Girl with the Dragon Tattoo sem que a rapariga tenha grande relevância nas primeira metade e por isso - aviso aos puristas e SPOILER - a história de Lisbeth é puxada mais para a frente e contada logo de início. É uma opção errada, a meu ver, porque dá a ideia errada sobre a rapariga: quem não tenha lido os livros fica a pensar que está a ver um filme sobre uma rapariga meio chanfrada e que, secundariamente, haverá uma investigação ao desaparecimento de outra, e não é bem assim. FIM DE SPOILER
Mas estes livros não seriam nada sem Lisbeth. É ela a grande criação de Stieg Larsson e a principal razão do seu sucesso e por isso mesmo o seu casting foi o desde logo o ponto que mais polémica lançou: será que a Rooney Mara se safa bem como Lisbeth ou deviam ter deixado a Noomi Rapace como a versão em carne e osso desta personagem? Antes de mais deixem-me dizer-vos que ao que seu a Noomi Rapace recusou ser novamente Lisbeth Salander, por isso essa questão nem se colocaria. Mas mesmo que se colocasse devo dizer que se calhar prefiro a Rooney (ainda estou a decidir-me): fisicamente está bastante mais próximo da Lisbeth que tinha em mente quando li os livros e se em termos de personalidade me parece que a Noomi estivesse mais perto a diferença não é assim tanta que me faça grande confusão.
Acho que o melhor que vos posso dizer sobre esta nova versão é que estou ansioso por ver as adaptações americanas dos segundo e terceiro livros. Nunca estive tão excitado em relação a remakes.
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