segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

十三人の刺客 (13 Assassins)

十三人の刺客:


Do criador de Ichi the Killer, Audition e tantos outros clássicos do gore japonês, Takashi Miike, saiu em 2010 um filme que - sendo também bastante violento e vermelho-sangue - tem uma característica inédita: ser realista. Baseado no rico passado dos Samurai japoneses, 13 Assassins é o remake de um filme de 1963 (do realizador Eiichi Kudo) e conta-nos a história de 12 Samurai e um yōkai que se unem para combater o exército de um lorde cuja ascensão ao poder poderá perturbar a paz daquele reino.

Toda a história do filme se desenvolve em relação à grande batalha entre os 13 e o exército. Podemos dividi-la em três partes, o planeamento, a execução e uma pequena conclusão após a batalha.

A fase do planeamento é provavelmente a mais prolongada...nela são-nos contadas as razões pelas quais os diferente samurai decidem combater o lorde Matsudaira Naritsugu e os esforços de Shinzaemon Shimada (o mais próximo que o grupo de samurai tem de um líder) para os juntar. O personagem Narigatsu é baseado numa pessoa real, embora não acredite que esta história se tenha passado mesmo, já que nesta representação o homem é a maldade em pessoa, matando crianças para treinar a pontaria com o arco ou decepando os membros de uma serva apenas para se divertir e a usar como boneca...Tudo muito extremo, típico das lendas japonesas e dos filmes de Miike, portanto.

A fase da execução é a batalha propriamente dita, e o ponto alto do filme. Por vezes damos por nós a pensar que a proporção é tão grande que se torna irrealista, mas não haja dúvidas que ver a forma como os 13 fortificaram uma pequena aldeia de passagem tornando-a numa "aldeia de morte"  e a forma como irão enfrentar o exército de mais de 200 soldados é um excelente entretenimento.

Aliás, para mim o grande problema deste filme é mesmo esse...não passar de entretenimento. Há muito que tenho curiosidade sobre a história do Japão feudal mas ou este filme não passou bem a informação ou fui eu que não estava no estado de espírito certo...a verdade é que apesar da perfídia (sim, usei a palavra perfídia neste blog) de Narigatsu em momento nenhum me senti ligado aos samurai e à sua causa. Quis que eles vencessem a grande batalha, sim, mas apenas porque dessa forma o filme continuaria por mais uns minutos (e as cenas de luta são excelentes), não mais do que isso. 13 Assassins acaba por ser um bom filme de porrada, mas não contem com ele para aprender muito sobre samurais, para isso têm sempre o Kurosawa.

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