One Day é baseado num romance de um autor inglês chamado David Nicholls, um romance que conta a história da amizade entre um homem e uma mulher ao longo de 20 anos usando como estratégia o relatar-nos o que se passou no dia 15 de Julho de cada um dos anos. É um daqueles livros que alcançou o estatuto de best-seller permanente e, se viajaram de avião desde 2009 é bem provável que tenham visto a sua capa numa qualquer livraria de aeroporto.
Com este estatuto era mais que óbvio que de livro iria passar a ser filme, e heis que cá está ele. Convida-se a Anne Hathaway para fazer de amiga, o Jim Sturgess para fazer de amigo, uma realizadora dinamarquesa (Lone Scherfig, que em tempos fez parte da "escola" do Lars von Trier) e siga para bingo. O que se esqueceram foi de fazer do filme algo de interessante.
Não li o livro, apesar de confessar que numa das minhas viagens também eu o comprei numa livraria de aeroporto, mas depois de ter visto o filme confirmo aquela sensação que sempre tive desde que o comprei: não deve valer muito a pena. É verdade que normalmente os livros são melhores que os filmes que os adaptam e que é bem possível que tenha sido o filme a estragar a história (por muito bom que seja o marketing o livro há de ter alguma coisa de bom) mas mesmo assim não obrigado.
Não é que o filme seja péssimo...acredito que até seja uma escolha ideal para uma ida romântica ao cinema, mas existem demasiadas falhas que me irritaram.
A primeira delas (lembrem-se do nome deste blog e que por isso embirro com o que bem me apetecer) são os óculos de Emma, personagem da Anne Hathaway, uma mistura de Harry Potter com hipster via anos 80. Mas pior que isso (até eu admito que os óculos só por si não estragam o filme por completo) são as interpretações...é que ao contrário do que se passa no último filme que analisei aqui as personagens principais são mal interpretadas (e olhem que eu sou dos que gosta muito da Anne Hathaway) e têm uma pronúncia inglesa tão estranha que ou eu perdi toda a minha capacidade de entender aquela língua ou algo correu muito muito mal.
Ora, é um facto que não percebi para aí 50% dos diálogos (só vos posso aconselhar que vejam o filme com legendas, se o quiserem entender) mas também é facto que a nossa amiga Anne ganhou o prémio de pior sotaque do ano pela revista Empire (o Jim Sturgess é inglês, por isso provavelmente não se qualificou para esse prémio) pelo que vou apostar na segunda.
Este grande problema (maior ainda que os óculos de Emma) fez-me perder toda a ligação com uma história que, vista noutro contexto, poderia ser interessante. Já tenho idade suficiente para ter alguns amigos há mais de 20 anos e imagino como seria a história das nossas amizades contada dessa forma.
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